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26/5/1970 - Zagallo reafirmava que Brasil não ganharia Copa com esquema de Saldanha

"O 4-2-4 está superado. Ninguém joga assim no futebol mundial". O sucessor de João Sladanha, demitido em 17 de março de 1970, voltava a criticar o esquema tático adotado pelo antecessor.

E com razão.

Edu foi o camisa 19 em 1970
Edu foi o camisa 19 em 1970

Por Mauro Beting

Zagallo reafirmava que os mais de dois meses de trabalho dele com a Seleção tinham produzido uma drástica mudança tática na equipe.

E ele tinha razão. E, ao final do Mundial que começaria em 3 de junho para o Brasil, ele teria ainda mais motivos para celebrar o tri mundial.

"Houve uma mudança total no esquema. O 4-2-4 está superado e ninguém joga assim no futebol moderno. Nao pode ser jogada uma Copa do Mundo com o 4-2-4".

O esquema de cabeceira de Saldanha que tinha dado muito certo em um grupo muito frágil com Colômbia, Venezuela e Paraguai.

Nele, Jair e Edu eram os pontas, com Tostão e Pelé por dentro.

Mas Saldanha tinha razão em manter Pelé e Tostão juntos, algo que Zagallo entendia até o final de abril que eram "incompatíveis taticamente".

"Só que quero deixar claro que agora sim jogamos no 4-3-3, com o Rivellino mais atrás. Não era antes porque o Pelé recuava. Ele não compunha o meio-campo sem a bola. Ele só vinha aqui atrás para pegar a bola. Como sempre fez na carreira. Ele não dava combate na meia-cancha".

A ideia inicial de Zagallo era que Paulo César Caju fizesse esse papel. Mas não rolou. Por isso ele escalou Rivellino.]

"Tive que sacrificar o Edu na escalação da Seleção. Precisava de um meio-campista no time. Alguém que dê combate e diminua o espaço do adversário também. Não é caracteristica do Edu. O Rivellino aprendeu a fazer isso".

Zagallo estava animado: "Já estamos quase no ponto ideal", entendia. Mas menos do que o cronista Nelson Rodrigues. Em O GLOBO, seguia insistindo que o Brasil seria tri. E que o mês de treinos no México fizera muito bem à Seleção. Ao mesmo tempo em que as vaias contra a equipe animaram o time:

"Para os brasileiros, a vaia é afrodisíaca. No Morumbi, vaiaram até o intervalo. Desde Pedro Álvares de Cabral não se ouvia isso".

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