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30/4/1970 - Zagallo não sabia, mas tinha achado o time tricampeão

Os 22 de Zagallo iriam no dia seguinte para o México. A vitória contra a Áustria no Maracanã teve pela primeira vez juntos Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino por ótimos 22 minutos do segundo tempo. 

O Brasil que ganhou da Áustria era quase o time que ganharia o tri
O Brasil que ganhou da Áustria era quase o time que ganharia o tri

Por Mauro Beting

Zagallo era reticente e não era o time "dele" o que criou 12 chances e fez um gol contra a Áustria que não obrigou Félix a nehuma defesa difícil.

O Brasil tinha se acertado no Rio. Ainda que não fosse taticamente a equipe que estrearia em 3 de junho de 1970. Mas estava no caminho. Sobretudo sem a bola. O que queria a comissão técnica se viu muitas vezes. Fora Tostão, os outros 10 ficaram atrás da linha da pelota.

O time do segundo tempo com Jairzinho
O time do segundo tempo com Jairzinho

Pelé um pouco mais atrás (como trocariam de função na Copa sem a bola), com uma linha de Clodoaldo, Gérson e Rivellino à frente dos quatro da zaga. Carlos Alberto mais agudo pela direita, o improvisado Piazza atento à cobertura de Marco Antonio do outro lado. Com a bola, Jairzinho foi bem mais participativo do que Rogério, até por se aproximar de Tostão e, mesmo depois, de Dario.

Rivellin jogou por dentro (como estava fazendo Paulo César Caju). Mas melhor tecnicamente e em mehor fase e confiança, o time se saiu melhor. Ainda que sem achar a melhor solução pelo lado esquerdo. Porque Marco Antonio pouco apoiou. Tostão não abriu por ali. E Pelé só foi uma vez. Ainda que fazendo o salseiro usual.

O time do primeiro tempo, com Rogério na ponta-direita. E só na ponta-direita
O time do primeiro tempo, com Rogério na ponta-direita. E só na ponta-direita

Nelson Rodrigues, em O GLOBO, comentou a vitória no Maracanã, lembrando ainda das vaias no empate medíocre com a Bulgária Sub-23, três dias antes. O genial cronista definiu bem: "não foram vaias, mas uma vaia só, feroz, ininterrupta, crudelíssima". No estilo passional, Nelson foi definitivo - até a próxima coluna dele: "desde o Paraíso, jamais uma vaia durou 90 minutos".

Já no Maracanã, "a torcida pendurou as vaias, assim com o jogador pendura as chuteiras". Nelson se encantou (como eu) com Pelé, como no lance em que ele correu mais de 30 metros para desarmar um rival. Nelson chutou: "assim como a Copa de 1962 foi do Garrincha, a de 1970 será de Pelé".

Ele cometeu algumas inconfidências: uma do craque Zizinho: "Rivellino tem que jogar. Não se pode deixar no banco a maior bomba do Brasil". A outra foi do amigo João Saldanha (e ninguém na imprensa foi mais "leal" ao ex-treinador). Segundo o cronista, JS entendia que o Brasil faria no México uma campanha "esplêndida".

Nelson fechava a coluna como sempre: "podem escrever, já somos tricampeões do mundo".

A LISTA DOS 40 - Ado (Corinthians), Baldochi (Palmeiras), Fontana (Cruzeiro), Marco Antonio (Fluminense) e Rogério (Botafogo) eram cinco atletas que não tinham disputado as Eliminatórias em 1969 com João Saldanha e foram para a Copa de 1970. Além de Roberto (Botafogo) e Dario (Atlético Mineiro), trazidos por Zagallo.

Os demais 15 classificaram o Brasil e foram campeões mundiais. Como Félix, titular nas Eliminatórias, não convocado por Saldanha em fevereiro para o início dos treinamentos, mas trazido por Zagallo quando ele assumiu, em 18 de março de 1970.

A então obrigatória lista de 40 nomes que os países tinham que entregar para a Fifa era completada pelos goleiros Leão (Palmeiras) e Cao (Botafogo); os laterais Eurico (Palmeiras) e Rildo (Santos); os zagueiros Ditão e Luís Carlos (Corinthians), Alex e Zé Carlos (América-RJ), e Pontes (Internacional); os meio-campistas Zé Carlos e Dirceu Lopes (Cruzeiro), Carlos Roberto (Botafogo), Edu Coimbra e Sérgio (América-RJ); os pontas Manoel Maria (Santos), Vaguinho (Atlético Mineiro), Arilson (Flamengo), e o centroavante Claudiomiro (Inter).

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