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8/6/1970 - Gérson e Rivellino fora contra Romênia

Mundo estava encantado com a Seleção depois da vitória na véspera contra a Inglaterra. 

Rivellino com botinha, e Gérson
Rivellino com botinha, e Gérson

Por Mauro Beting

Brasil queria ganhar da Romênia para não ter que viajar até León. O primeiro lugar garantiria ficar em Guadalajara. E também evitar um possível encontro já nas quartas contra a Alemanha.

Gérson seguia fora pela lesão muscular. Deveria estar apto para as quartas. Como Rivellino, que torceu o tornozelo esquerdo e também não jogaria a terceira partida da Copa.

Piazza seria adiantado pra jogar mais à frente, na dele, como volante. Clodoaldo sairia mais para o jogo, fazendo mais as funções de Gérson. Paulo César seguiria na equipe no lugar de Rivellino.

Mas Gérson queria jogar. "Só não entrei contra os ingleses porque o doutor não deixou. Eu por mim já jogaria contra os romenos. Até porque sofro demais lá no banco. Fumei uns 40 cigarros contra a Inglaterra".

Zagallo comentou sobre a grande vitória na véspera: "A defesa do Banks valeu o jogo que foi muito bom. Estávamos atento às jogadas aéreas deles. Na hora de decidir prevaleceu a nossa maior categoria. O Clodoaldo jogou e correu por ele e pelo Rivellino. O Paulo César foi sacrificado taticamente".

Zagallo seguia confiante. Dizia que não tinha adversário fraco em Copa. E que o grupo estava ciente de que era preciso ser humilde para ser vencedor.

Pelé disse que a Seleção mostrara ser melhor do que a Inglaterra que, "para muitos, na teoria era melhor que a nossa". Quanto à defesa de Banks, ele disse que foi "a melhor da Copa".

Gérson fez questão de criticar as mesas-redonda de televisão que antes do jogo diziam que os ingleses tinha um time mais encorpado. "Mostramos pra todo mundo quem tem mais time. Eles podem varrer a Inglaterra que não vão ter e nem produzir jogador como Tostão, Rivellino e Jair. E nem falo do Crioulo que é o melhor do mundo".

Félix entende que o atacante Lee tentou fazer o gol quando o chutou no rosto. "Eu fiquei meio grogue até o intervalo. Mas depois foi tudo normal".

A imprensa europeia elogiou demais não só o Brasil mas o grande clássico entre os três últimos campeões mundiais. Dois jornais disseram que a Brasil x Inglaterra voltariam a se enfrentar na final. Apenas a imprensa francesa, como de costume, foi mais severa com os ingleses. Já na própria Inglaterra, quase todos lamentaram a má pontaria e a má sorte da equipe. E que o English Team merecia ao menos um empate. Para não dizer uma vitória mesmo.

Jairzinho foi chamado por alguns jornalistas como "o novo Garrincha".

Nelson Rodrigues não chegava a tanto. Mas em O GLOBO disse que "estamos realizando no México uma jornada maravilhosa. E um futebol como jamais olhos mortais contemplaram".

Nelson ainda reclamava dos comentaristas que tanto haviam criticado a Seleção: "por qu que a Saúde Pública não toma providências contra o "entendido", que é peste medieval do nosso futebol"?

O presidente Médici mandou naquela segunda-feira um telegrama para o chefe da delegação no México, o brigadeiro Jerônimo Bastos. Ele pediu ao militar que transmitisse os parabéns pela atuação contra os ingleses com uma demonstração de "técnica, serenidade, amadurecimento, inteligência e bravura".

Para os jornalistas no Palácio do Planalto, o general comentou que a Inglaterra era "freguesa de caderno do Brasil".

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