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A Europa é azul - Chelsea 2 x 0 Real Madrid

Chelsea de Tuchel, Kanté e Mount mudou em janeiro para achar um jogo, um time e uma grande classificação para a final da Champions contra os azuis de Manchester.

Timo Werner abre o placar para o Chelsea em Londres
Timo Werner abre o placar para o Chelsea em Londres - James Williamson - AMA (2021 AMA Sports Photo Agency)

Por Mauro Beting

Futebol "moderno" (para o bem para o mal ou para ser diferente apenas) tem disso. Pulisic gastou a bola que gostou dele no 1 a 1 em Madri e foi para o banco em Londres. Havertz entrou na dele no time de Tuchel. E assim pode ser feito em grandes equipes em grandes torneios. Como tem sido o Chelsea de 2021, desde que Tuchel chegou em janeiro em Stamford Bridge.

Também pode mudar como de novo fez Zidane, apostando no 3-4--1-2: Militão (não tão bem como na ida) como zagueiro pela direita, o utilíssimo Nacho pela esquerda, e o imperial retorno de Sergio Ramos ao centro da zaga. Casemiro e Kroos alinhados no meio, com Mendy mais avançado pela ala esquerda, e Vini Jr torto e como ala mesmo pela direita (ainda que atacando pouco, e sem o cacoete de acompanhar o ótimo ala Chilwell quando avançava); Modric mais solto por dentro, tentando se aproximar de Benzema e Hazard (escalado mais pelo que foi, pelo que poderá ser, por ser o ex-clube o rival - do que pelo que tem conseguido jogar).

Tuchel manteve a ideia do 3-4-2-1 que tem dado mais do que certo: Azpilicueta seguido pela ala direita, e Christensen como zagueiro pela direita.

O jogo começou como se fosse quase toda a partida de ida na Espanha: o Chelsea mais perigoso, chegando duas vezes até o lance de gol bem anulado de Timo Werner, aos 17.

A bola então era 71% do Madrid. Mas sem criatividade, sem chegada, sem fluência, sem força, sem ritmo, sem tesão, sem Madrid. Também por outras sólidas atuações de Kanté e de Jorginho, que suprem a ausência do mais regular jogador do Chelsea até então - Kovacic.

O melhor da temporada azul - Mount - mais uma vez não tinha aparecido até Benzema dar o ar da graça e só não abrir o placar pela grande defesa de Mendy, que mandou a escanteio um belo tiro de fora da área, aos 25.

Aos 27, nem precisou do jovem craque azul. Kanté avançou como Kanté por dentro, tabelou com Werner que serviu Havertz sozinho pela esquerda para encobrir lindo Courtois. A bola bateu no travessão. Werner só concluiu de cabeça.

Era um dia azul. Tanto que, aos 34, Benzema subiu sozinho entre os três zagueiros do Chelsea e cabeceou para mais uma ótima defesa de Mendy.

Não era noite do Madrid nas noites europeias que o clube domina como ninguém.

Ainda mais contra alguém que tanto investiu nesta temporada, e acertou o pé desde janeiro.

O primeiro tempo acabou com três chances do Chelsea, duas do Real Madrid.

O segundo tempo terminou com mais sete chances e um gol inglês, e só uma tentativa de Benzema.

A classificação estava nos melhores pés das semifinais. E não parecia mesmo correr riscos para o Chelsea para o segundo tempo de um desconectado time merengue.

Com um minuto da segunda etapa, Havertz cabeceou no travessão. Parecia questão de tempo a passagem merecida do Chelsea à terceira decisão de Champions. Aos 7, Mount só não ampliou pela grande saída de Courtois, em lindo lance de coice de Werner.

O Madrid pareceu voltar ainda pior. Zidade demorou a mexer. O time, se tocar. Até a bola já era mais do Chelsea. E muito melhor trabalhada. Rüdiger aos 8 saiu com a pelota desde a zaga e ninguém o seguiu. Superioridade total em todo o campo e em todos os aspectos.

Aos 13, Werner teve outra grande chance com a zaga toda aberta, e Courtois salvou.

Só então acordou o treinador. Mas não o time merengue.

Aos 16, Valverde entrou no lugar de Mendy, e Asensio, no de Vini. Os alas trocados. Mas o desempenho coletivo, não.

Só Benzema, mais uma vez sozinho, fazia de tudo. Foi dele a primeira jogada perigosa, aos 18. Bem de novo o goleiro Mendy, cada vez melhor e mais confiável.

Como Courtois, em outro patamar: aos 20, Werner arrancou e serviu Kanté que só não fez pelo grande goleiro grande que há na meta madridista, e por Valverde salvar um tiro que parecia certo, e que nem o goleiro belga parecia capaz do milagre.

Pulisic veio a campo aos 21 no lugar de Werner, de grande prestação. O Chelsea ganhava mais uma opção de qualidade e velocidade. E mantinha um time que seguia não sofrendo gols em Stamford Bridge (10 clean sheets nos últimos 11 jogos).

Aos 30, o raramente discreto Casemiro foi o sacrificado na maçaroca tática de Zidane: Rodrygo entrou aberto pela direita, Modric foi recuado para sair com o não menos apagado Kroos, e o desenho tático da equipe ficou em algo próximo do 3-3-1-3, com Hazard centralizado (e com um desempenho ainda menor do que "discreto").

Aos 39, coroando a melhor segunda etapa, Kanté (o melhor em campo com e sem a bola) roubou a bilionésima bola à frente, dando o bote que desarmou Nacho, para então servir Pulisic, que soube esperar a hora e servir Mount.

Vitória mais do que merecida - e ainda teve um lance para reclamar de pênalti no final da partida.

Classificação mais do que justa.

Tuchel de volta à uma decisão de Champions. Como o Chelsea.

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