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A pioneira Léa Campos

A primeira árbitra do mundo pede ajuda.

Léa Campos
Léa Campos (midianinja.org)

Por Péricles Bassols

A pandemia que está afetando a vida de tantas pessoas ao redor do mundo pegou em cheio a brasileira Asaléa de Campos Fornero Medina.
Para aqueles que não lembram, Léa Campos foi a primeira mulher do mundo a ser reconhecida pela FIFA para exercer a atividade de arbitragem.
Antes da pandemia, com 75 anos e sem poder mais trabalhar fora de casa devido a questões de saúde, Léa eventualmente fazia doces para vender na cozinha de sua casa, em Nova York, nos Estados Unidos, onde vive desde 1992 quando a mineira de Abaeté se mudou definitivamente com o objetivo de realizar o tratamento adequado da perna ferida gravemente no acidente de ônibus sofrido em 1974 que interrompeu para sempre sua promissora carreira de árbitra.
Já nos EUA, ela conheceu o marido, Luís Eduardo Medina, um jornalista colombiano, que até então era o responsável pela renda do casal trabalhando em uma empresa de hospitalidades e serviços de "buffet" para vários clientes, inclusive a ONU.
"Devido à pandemia, todos os serviços foram suspensos e nós não conseguimos mais pagar o aluguel do apartamento onde morávamos. Agora estamos em um quarto na casa de um amigo." Disse Léa.
"Para tentar sair desta situação e com ajuda do Sérgio Corrêa, Gaciba e Ana Paula de Oliveira, veio a idéia de pedir a ajuda dos árbitros. Sei que estão passando por uma situação muito difícil também. Sou muito grata por esse esforço!" Completou a ex-árbitra.
Esta não é a primeira luta de Léa.
Por causa dos termos de um decreto lei que proibia mulheres de praticarem inúmeros esportes considerados incompatíveis com a natureza feminina, a Confederação Brasileira de Desportos - futura CBF - presidida por João Havelange, se negou a reconhecer como válido o diploma do curso de arbitragem, realizado por ela em 1967.
" Se depender de mim, nenhuma mulher se tornará árbitra." Segundo Léa, depois de 4 anos de tentativas mau sucedidas de validação do diploma, esta foi a afirmação do presidente da CBD.
Diante dessa recusa, em pleno regime militar, a árbitra recorreu ao então presidente, Emílio G. Médici, para conseguir ter o direito de exercer a atividade de árbitra.
Certamente, o legado ficou e outras várias mulheres vieram no rastro de determinação desta Asaléa.
Depois de uma vida repleta de provações, o atual desafio não é só referente ao novo vírus. Apesar das dificuldades que enfrenta, a brasileira conserva a esperança de que essa seja mais uma vitória, não só dela, mais de todos os árbitros do Brasil.

Para as pessoas que quiserem e puderem ajudar neste momento difícil para todos, aqui fica a conta para depósito de qualquer valor:

Banco: Bradesco

Nome: Asalea de Campos F. Medina

CPF:10982956/72

Agência: 0465

CC: 0237239-8

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