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Brasil 3 x 0 Venezuela - e contando

Estreia sólida na Copa América contra rival ainda mais frágil, em Brasília

 - Buda Mendes (2021 Getty Images)
- Buda Mendes (2021 Getty Images)

Por Mauro Beting

No clássico de Chico Buarque e Milton Nascimento, "Cálice" significa um monte de coisa. Ou apenas as essenciais. No futebol sul-americano, a "vino tinto" é a Venezuela que apenas em 1926 organizou o futebol (ainda que ele tenha sido jogado em suas terras em 1876, décadas antes da chegada de Charles Miller com as pelotas ao Brasil). Só em 1952 o país entrou na Fifa. Só no ano seguinte fez parte da Conmebol. Em 1967 disputou a primeira Copa América.

Mas apenas neste século começou a ter bons jogadores e algumas equipes interessantes. Semifinalista da edição de 2011. Nas duas últimas chegou às quartas. Em 2017 foi vice mundial Sub-17. Com seis dos atletas que o português José Peseiro ainda tem no grupo devastado pela Covid na véspera da estreia em Brasília. Com mais de meio time chegando em cima da hora para enfrentar o Brasil 100% em seis jogos de Eliminatórias para 2022.

Venezuela que só perdeu por 1 a 0 no ano passado em jogo amarrado no Morumbi. Que segurou um empate sem gols em 2019 na Copa América, na Itaipava Fonte Nova Arena. Duas partidas seguidas com cinco gols bem anulados do Brasil pelo VAR.

Desta vez, se esperava ainda menos do vinho para a água contra o Brasil que repetiu a ideia tática do jogo de 2020: dois zagueiros e mais Danilo pela direita saindo com a bola; Casemiro e Fred pela esquerda na segunda linha quando construía o jogo; Neymar solto e livre para vir por dentro e um pouco mais à esquerda para encontrar Richarlison como centroavante, Gabriel Jesus como ponta aberto pela direita, e Renan Lodi de novo espetado como ponta pela esquerda.

Paquetá teria que dar a sustentação na armação pela direita. Mas jogou pouco. E imaginava mesmo que poderia jogar mais se recuado como o segundo volante, como nos jogos anteriores, quando entrou no lugar do amarelado Fred. Mas, desta vez, o ótimo meio-campista do Manchester United não levou amarelos. Foi quem mais desarmou. E mais passou certo. Ainda que a maioria laterais. Por isso que eu entendia que ele poderia ter saído antes. Nada contra Fred. Tudo a favor de um Brasil mais ofensivo.

Como foi assim muitas vezes burocrático o jogo brasileiro. Mais uma vez. A Venezuela no seu usual 5-4-1, mas com bloco médio, não tão atrás. Só que com apenas dois dos titulares que empataram sem gols em casa contra o Uruguai. E cinco dos que perderam por 3 a 1 para a Bolívia, em La Paz, na rodada anterior das Eliminatórias.

Um time frágil, e ainda mais sem Rincón para organizar seu jogo, e sem Savarino e Soteldo para desequiibrar pelos cantos. Era para ser ataque do Brasil contra defesa da Venezuela. Limitada nas bolas cruzadas. Inclusive na do primeiro gol de Marquinhos, aproveitando com o pé esquerdo o escanteio batido por Neymar, aos 22. Foi a penúltima das cinco chances brasileiras no primeiro tempo protocolar.

Na segunda etapa, Tite rodou o time como precisa mesmo. Escalou Everton Ribeiro pela meia-direita para ser mais incisivo e criativo do que Paquetá, e com mais liberdade de movimentação. Alex Sandro substituiu o discreto Lodi, mantendo a amplitudo e contudência, mas também com um pé mais atrás para esperar uma Venezuela que seguiu ser chegar à meta de Alisson. Também por ótima prestação de Gabriel Jesus (quem mais interceptou bolas em campo).

O segundo gol foi questão de esperar o tempo que chegou no pênalti em Danilo. Ele já se apresentava mais ao ataque, acabando com o isolamento de Jesus na construção dos lances. Havia como o Brasil ser mais criativo e incisivo. Neymar fez de pênalti aos 18 - e agora só tem Pelé à frente na artilharia absoluta brasileira pela Amarelinha.

No minuto seguinte enfim chegou (com 19 de atraso) Gabriel Barbosa, subsitutindo Richarlison. Como centroavante faria de peito o terceiro, aos 43, em grande arrancada de Neymar (o melhor em campo, junto com Marquinhos).

Sem sustos. Sem grandes emoções.

E com a oitava vitória seguida do Brasil de Tite. Seguindo sem levar perigos e gols. Nove chances criadas, nenhuma concedida. Um time muito difícil de ser batido.

  • mbeting

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