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Bruxo gaúcho

Domingo de festa da bola: aniversário de Ronaldinho Gaúcho

Por Mauro Beting

Em 16 de janeiro de 1999, caro aniversariante deste domingo, a bola ainda chamava você de Ronaldo. Nem Ronaldinho Assis. Nem Ronaldinho Gaúcho. Só Ronaldo. Justo um dos caras que melhor chamaram a bola desde 1863. Camisa 11 do Brasil sub-20 no Sul-Americano na Argentina. Você apitava nossos jogos em Tandil, entre imprensa e comissão técnica. Ria como sempre riu pela vida. Gargalhava com a nossa grossura. Tudo aquilo que jamais se poderá falar de você. Falta de categoria e classe.

Na saída de uma dessas peladas, atravessando a rua da quadrinha para a concentração da Seleção, disse para você se soltar um pouco mais no time do Toninho Barroso. Jogar a sua bola. Todo aquele talento que transbordava desde a primeira vez que te vi, no Sul-Americano Sub-17, no Paraguai, em 1997. Quando disse na Band, com aquela precipitação típica da imprensa, que o Brasil que então curtia a dupla Ro-Ro (Romário & Ronaldo) com Zagallo, provavelmente em 2002 curtiria a Ro-Ro (Ronaldo Fenômeno & aquele Ronaldo dentuço do Grêmio, irmão do Assis que também pintara bem no Tricolor e na base brasileira, mas não fora aquele. Ou tudo aquilo que se via no primeiro olhar de imenso e puro talento do mano menor).

Naquele papo antes de você entrar no hotel, repeti aquilo que dissera dois anos antes na transmissão da TV, ao lado do querido Jota Júnior. E fui além. Sem nenhum medo de errar: “Você um dia vai ser eleito o melhor jogador do mundo, cara”.

Errei feio.

Você foi duas vezes o melhor, em 2004 e 2005. Mas, depois, Ronaldo, quem errou foi você. Na Copa de 2006, aquela que poderia ter sido sua, você mal suou. Não jogou. Não quis jogo.

Escondeu-se.

Em 2008 foi sacado por Guardiola do Barcelona. Mal se reencontrou no Milan. Poderia ainda ter jogado outra Copa que poderia ter sido sua, em 2010. De lá pra cá, essencial foi na conquista da América do Galo Doido de 2013. Mas eu não o queria mais na Copa-14. Porque parecia que desde 2006 você não queria mais nada com o tudo que você jogou de 20o4 até a Copa de 2006. De tudo que você brilhou um pouco antes e muito pouco para tamanho talento depois. Ronaldinho, você não foi o melhor Ronaldo que vi jogar. Para mim, Neymar é você com mais gols e vontade.

E ainda assim você é demais. Um privilégio vê-lo em campo. Melhor e maior: um prazer.

Ronaldo, você é o cara que não tem como não admirar. Talento puro. Alegria imensa de jogar. Prazer inefável de vê-lo atuar. É isso: você "atuava" como num espetáculo, mais do que você "jogava futebol".

Você jogava bola. Você era um bolão. Obrigado por tudo. Ainda que pudesse ser muito mais do que isso.

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