Campeã sem medalha - Pamela Rosa
Pamela Rosa não conseguiu competir no altíssimo nível dela por causa de lesão no tornozelo.
Por Mauro Beting
Não é um texto sobre skate. Não é sobre um esporte que não acompanho. Sou jornalista futebolístico. E olhe lá. Não consigo ver nem os jogos que eu gostaria na Premier League. Os que eu precisaria no Sub-20. Os jogos que eu deveria no futebol feminino.
Não vejo final de Wimbledon. Decisão da Liga Mundial de vôlei. Playoff da NBA e da NFL. GP da Hungria. Meeting de atletismo. Etapa final de snoaring.
Como ainda não consegui acabar "Peaky Blinders". Estou atrasado com biografias que estou escrevendo. Vários filmes do Oscar não vi. Muitos clássicos não revi e/ou nem li. Ou reli.
Não consigo ver e saber de outros esportes. E tenho o direito adquirido de não querer ver. E pouco saber deles.
Mas amo as histórias não do esporte. De vida. De família. De superação. Física quanto emocional. Profissional quanto material.
Campeões sem medalhas como Pamela Rosa, 22, campeã mundial de skate street em 2019. Quando ela foi pra pista horas depois da morte do tio e dedicou a ele a conquista. Algo que não conseguiu repetir em Tóquio. Com o tornozelo esquerdo lesionado, ela não chegou à medalha. Nem às finais. Mas foi tão vencedora quanto as vencedoras ao suportar a dor que não faria as pessoas comuns andarem. Ainda mais fazer as manobras que ela conseguiu. Com talento incomum. E força de vontade que é comum ao esporte.
Histórias vencedoras não têm só medalhas.