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City de Guardiola gastou muito mais do que a elite europeia?

É comum ouvir que gastando tanto dinheiro quanto Guardiola gasta no Manchester City é fácil conseguir os resultados. O Blog do VSR foi comparar os gastos realizados pelos principais clubes europeus para tirar a prova
 

Por Vitor Sérgio Rodrigues

O Manchester City finalmente chegou à decisão da Champions League, na quinta temporada sob o comando do técnico espanhol Pep Guardiola. No sábado, terá a chance de disputar o maior título de clubes do mundo, contra o Chelsea, para coroar o projeto milionário que catapultou o City da segunda página do Campeonato Inglês para a elite europeia. Nesse processo, é comum ouvir que os resultados de Guardiola são fáceis de serem atingidos considerando o tanto de dinheiro que o treinador gastou em contratações neste tempo. O Blog do VSR foi investigar essa “percepção” e a indicação é que a distância de gastos em contratações entre os dois finalistas é mínima, mas no balanço entre compras e vendas, é substancial (todos os valores que estão neste post e na planilha foram retirados do site Transfermarket).


Desde que Guardiola chegou ao Eithad Stadium, no começo da temporada 2016/17, o Manchester City gastou um total de 939,8 milhões de euros em contratações. Nessas cinco temporadas, o City não é o clube que mais gastou em reforços, ficando na terceira posição. O clube mais gastador foi o Barcelona, com um total de 1,051 bilhão de euros nesse período, seguido pela Juventus, que desembolsou 944 milhões de euros. O Chelsea ficou em terceiro, gastando 840 milhões de euros (na planilha que ilustra esse texto, é a linha amarela).

Pegando uma média desses gastos pelas cinco temporadas em que Guardiola está no cargo, o City gastou 188 milhões de euros em contratações a cada jornada, enquanto o Chelsea despendeu 168 milhões de euros a cada ciclo. Logo, nesse período, o City gastou, em média, apenas 20 milhões de euros a cada temporada a mais do que o Chelsea. Pegando isoladamente o valor gasto em contratações, não é uma quantia grande, considerando que com 20 milhões de euros você no máximo compra uma promessa atualmente (na planilha, é a linha azul).

Porém, para avaliar corretamente esse panorama, não basta apenas olhar o quanto os times gastaram em reforços, mas também considerar o valor que eles conseguiram negociando jogadores, pois o comum é realocar o valor de vendas para contratar novos atletas. O Barcelona, por exemplo, só gastou 1 bilhão de euros em cinco anos porque recebeu 220 milhões de euros no pagamento da multa de Neymar pelo PSG. O Chelsea recebeu 110 milhões de euros do Real Madrid ao vender Hazard. A Juventus, nesses cinco anos, vendeu mais de 735 milhões de euros em atletas (o que foi uma surpresa mais mim ao fim do levantamento).

E quando fazemos esse exercício, verifica-se que o City gastou muito mais do que a maioria dos clubes analisados. Já que não tinha tantos jogadores valiosos para vender nesses cinco anos, o City arrecadou apenas 317 milhões de euros, fazendo com que o seu déficit em contratações tenha sido de 623 milhões de euros. O Manchester United, que vive um jejum de quatro anos sem títulos, teve o segundo maior déficit em contratações, mais de 553 milhões de euros. Depois, o terceiro time que mais ficou “no prejuízo” nessas cinco janelas de transferências foi o PSG, com quase 374 milhões de euros. Uma grande diferença. O Chelsea, adversário de sábado na final, é o quinto nesse quesito, com déficit de quase 238 milhões de euros.

Guardiola chegou ao Manchester City sabendo que a geração anterior de jogadores, que conquistou dois títulos ingleses, precisaria ser trocada ou compensada. Nas duas primeiras temporadas, vários jogadores importantes, como Dzeko, Kolarov, Zabaleta, entre outros, deixaram o clube. Kompany e Yayá Touré, dois ícones, já precisavam de dosagem de minutos. Guardiola chegou para tocar essa renovação. E gastou. Aí entra algo importante, consenso no mercado: vender pro City sempre custa mais caro. A sensação de dinheiro infinito do projeto do Abu Dhabi Group cobra seus custos. O levantamento deste post traz em números essa realidade.

Sim, Guardiola gastou muito mais do que os seus concorrentes diretos na elite europeia em sua estada no Eithad Stadium. Mas neste espaço, você nunca verá uma frase do tipo, “gastando um bilhão de euros, qualquer um faz”. Isso não só é mentira, pois muita gente com muito dinheiro não faz algo nem próximo, como também é uma ofensa a um dos maiores, batalhando para ser o maior, técnicos da história do futebol, Guardiola. Até porque, se você fizer um levantamento, como diz o Bruno Formiga, apenas um jogador do City é top 3 de sua posição no mundo: Kevin De Bruyne. Que não foi contratado por Guardiola...

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