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Clubes brasileiros consideram a limitação de técnicos no Brasileirão um ‘populismo’ de Caboclo 

Clubes brasileiros consideram a limitação de técnicos no Brasileirão um ‘populismo’ de Caboclo 
Clubes brasileiros consideram a limitação de técnicos no Brasileirão um ‘populismo’ de Caboclo  (Lucas Figueiredo/CBF)

Por Monique Danello e Vitor Sérgio Rodrigues

O Campeonato Brasileiro da Série A de 2021 já é histórico: será o primeiro com limite de trocas de técnicos dentro da competição. A proposta foi apresentada aos clubes pelo presidente da CBF, Rogério Caboclo, no Conselho Técnico do torneio, realizado em uma reunião virtual nesta quarta-feira (24). A medida, no entanto, está longe de ser unanimidade entre os clubes da elite do Brasileirão. Mesmo entre clubes que votaram a favor, a sensação é que é uma medida “populista” do chefão da CBF.

A reportagem da TNT Sports entrou em contato com dirigentes de vários clubes que participaram do conselho técnico e muitos deles entendem que Caboclo buscou essa limitação na troca de treinadores apenas para ficar “bem com a opinião pública”. Especialmente após o vídeo vazado pelo Jornal O Dia na última terça-feira, onde o presidente da CBF aparece defendendo que o futebol brasileiro continue mesmo diante do agravamento da pandemia de Coronavírus, inclusive usando palavrões para dizer que os clubes iriam se prejudicar com uma eventual paralisação.

Um diretor de um clube da região sudeste disse que “é nítido que Caboclo está buscando ‘ficar bem na fita’ com essa medida, que é um populismo puro e simples”. Curiosamente, o presidente desse clube votou a favor da proposta, “preferindo não ficar contra o desejo do presidente da CBF”. Um dirigente de outro clube do sudeste afirmou à reportagem que “essa medida fere o direito de escolha dos clubes e que Caboclo não tem conhecimento do dia-a-dia de um time de futebol para determinar isso”.

Um dirigente de um clube do nordeste foi claro ao analisar a atuação de Caboclo conduzindo a votação para o que ele queria, dizendo que “foi um populismo claro, algo que claramente fere a autonomia dos clubes”. O fato de a medida ser aplicada apenas na Série A, que tem mais repercussão e mobiliza muito mais a crítica, confirma que a intenção é ter a aprovação da opinião pública.

A reportagem ouviu um diretor de um clube que disputará a Libertadores deste ano que votou sim à proposta de Caboclo que considerou a limitação do número de técnicos no Brasileirão como algo bem-vindo e necessário, “do mesmo jeito que os clubes precisaram se adaptar ao número de inscritos, à quantidade de estrangeiros e outras limitações que o regulamento impõe”.

Apesar da sensação dos clubes de que Caboclo quer ficar bem com a opinião pública neste momento, vale destacar que o presidente da CBF já tinha tentado aprovar essa ideia em 2020, sem sucesso. Desta vez, a proposta venceu em votação muito apertada: 11 a 9. Votaram a favor da medida: América-MG, Atlético Mineiro, Chapecoense, Corinthians, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Sport. Votaram contra a medida: Athletico, Atlético Goianiense, Bahia, Ceará, Cuiabá, Flamengo, Fortaleza, Grêmio e Juventude.

Segundo as informações divulgadas inicialmente pelo site "Globoesporte.com" e confirmadas pela TNT Sports, cada clube só poderá demitir um treinador durante o Campeonato Brasileiro 2021. Após o segundo técnico no torneio, seria até possível demití-lo, mas aí seria obrigatório que algum treinador que já estivesse no clube há pelo menos seis meses (alguém da comissão técnica ou um profissional das divisões de base, por exemplo), assumisse.

Os técnicos também têm limitações para pedir demissão. Eles podem dirigir apenas dois clubes no Brasileirão 2021. Se o técnico pedir demissão, o clube poderá contratar outro treinador. Essa regra é vista por dirigentes contrários à limitação como uma “forma permitida de burlar a regra”, deixando claro, na visão deles, que a medida é mais midiática do que efetiva.

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