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Como era o mundo na última vez sem Messi ou CR7 nas quartas da Champions

Ver a Champions League se despedir precocemente dessas duas lendas após 16 anos e separados por 24 horas de diferença é emblemático de que o futebol está mudando

É doloroso ver esse presente se tornar passado
É doloroso ver esse presente se tornar passado

Por Vitor Sérgio Rodrigues

Dia 8 de março de 2005. A última vez em que as quartas-de-final da Champions League ficaram sem dois jovens que, mais de 15 anos depois, dominariam praticamente todos os recordes do maior torneio de clubes do mundo. Nessa data, o Manchester United de Cristiano Ronaldo foi derrotado de novo por 1 a 0 pelo Milan e deu adeus ao torneio. Ao mesmo tempo, o Barcelona foi derrotado por 4 a 2 pelo Chelsea, em Stamford Bridge, naquele histórico jogo da "sambadinha" seguida do gol de bico de Ronaldinho Gaúcho na frente de Ricardo Carvalho, e também caiu nas oitavas-de-final, sem um prodígio chamado Lionel Messi na delegação da partida.

Cortamos para 10 de março de 2021, quando o Barcelona fez um grande jogo em Paris, mas nem conseguiu vencer o PSG, terminando 1 a 1, e dando adeus nas oitavas da Champions porque havia perdido em casa por 4 a 1. Foi um dia depois de a Juventus vencer o Porto por 3 a 2 na prorrogação, mas ser eliminada em casa pela (estúpida) regra do gol marcado fora de casa. Um espaço de 24 horas separando o adeus de Messi e Cristiano Ronaldo da Liga dos Campeões, antes das quartas-de-final. O mundo, era muito diferente na última vez que isso aconteceu...

- O Dólar comercial era vendido a R$ 2,69.

- O salário mínino no Brasil era de R$ 300,00.

- O presidente Lula iniciava as articulações para buscar a reeleição.

- George W. Bush, o filho, tinha acabado de começar seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, predecessor de Obama e Trump e agora Biden.

- "Candy Shop", do 50 Cent, era a música mais tocada nos Estados Unidos.

- No Brasil, a música mais tocada naquele ano foi "Um minuto para o fim do mundo", do CPM22.

- Alguns dias antes, o filme Menina de Ouro, estrelado por Hilary Swank e dirigido por Clint Eastwood (que também atuou muito bem), foi o grande vencedor do Oscar.

- Não existia Twitter, Instagram, Whatsapp, o YouTube tinha um mês de vida e o Facebook havia acabado de completar um ano.

- O Bitcoin também não existia.

- O Barcelona tinha apenas um título de Champions League.

- Lewis Hamilton nunca tinha corrido em um Fórmula 1.

- LeBron James nunca havia sido campeão da NBA.

- A Espanha ainda era considerada a "seleção do quase".

- Carlitos Tevez havia acabado de chegar ao Corinthians.

- O Vasco não havia sido rebaixado nenhuma vez.

- Neymar era do sub-15 do Santos e viajou para um período de teste no Real Madrid, decidindo retornar à Vila Belmiro.

Ver a Champions League se despedir precocemente assim dessas duas lendas após 16 anos e separados por 24 horas de diferença é emblemático de que o futebol está mudando. Não de forma drástica como a lista acima atesta de que o mundo mudou, mas está mudando. Nos acostumamos a ver a resposta de um ao outro no dia seguinte. CR fez um hat-trick na terça. Vamos ver o que Messi faria na quarta! Messi marcou um gol antológico na terça. Vamos ver a resposta de CR na quarta. Assim foi por mais de uma década, em que os dois "privatizaram" a Liga dos Campeões e, por consequência, o futebol mundial.

A atuação ruim de Cristiano Ronaldo contra o Porto, mesmo dando a assistência para o primeiro gol, chamou a atenção, ainda mais em um jogo de Champions League. Ele participou do jogo e errou em um nível incomum para ele. Ao contrário dos anos anteriores, em que ele "fez sua parte" e não foi ajudado por uma improdutiva Juve, desta vez, CR tem uma parte relevante da culpa.

Já Messi amarga uma eliminação diferente das três anteriores, quando terminou a partida totalmente frustrado e passando a sensação de ter desistido diante das dificuldades. Tanto ele quanto o Barça lutaram muito mais do que nas partidas contra Roma, Liverpool e Bayern. Messi jogou muito bem no primeiro tempo, fez um golaço, mas vai amargar para sempre a sensação do que poderia ter sido a etapa final se ele tivesse convertido o pênalti aos 47 minutos. Outro pênalti importante perdido por ele na Champions.

A eliminação de ambos, em nenhuma hipótese apaga as história grandiosa e brilhante que eles têm na Champions League. Nunca! Mas nos faz ficar com o peito apertado em perceber que a trajetória está acabando. Quem ama o futebol não vai se sentir confortável com esse choque de realidade. Como disse o Jorge Iggor na brilhante narração de PSG x Barcelona, bem-vindos ao novo! Mas é doloroso ver esse presente se tornar passado.

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