Crespo fez o certo - ou o possível
Todos os clubes precisam poupar suas equipes com o calendário insano
Por Mauro Beting
O São Paulo com 10 reservas e 10 titulares - devidamente - descansando no Brasil só empatou com o pavoroso Rentistas, no Uruguai.
E fez muito bem ao descansar ontem quem joga amanhã as quartas de final do SP-21 contra a Ferroviária (que é o Bayern de Araraquara se comparado ao time uruguaio) e, provavelmente, passa às semifinais no domingo. E volta a disputar a Libertadores na noite de terça-feira, no domingo, contra um clube com história e bom time - Racing.
O São Paulo tem tudo para ser líder do grupo continental. Tem como não tem desde 2005 a chance real de ganhar um Paulistão sem o Santos vice da Libertadores em janeiro, com o Palmeiras campeão sul-americano (até hoje) com os reservas, e o Corinthians (enfim) contra a Inter de Limeira mostrando alguma perspectiva melhor.
Ganhar um caneco que desde 2012 não conquista e tem pesado demais sobre elenco, comissão técnica, direção e torcida.
Enquanto não der essa volta olímpica, todo jogo que seria mais fácil será mais complicado.
A decisão de Crespo cacifada pela direção de mandar um time reserva (que com outra formação tática jogou melhor que o bom Mirassol no domingo) era a mais correta. Em um elenco que perdeu por lesões musculares Daniel Alves e Luciano. Outros derrubados pela overbola pandêmica.
O São Paulo tinha que ser poupado. Porque tinha reais condições de vencer um rival fraquíssimo fora de casa. Time que conseguiu a proeza de dar ao Tricolor duas faltas dentro da área por recuos intencionais defendidos pelo goleiro Rossi - que ainda catou muito bem um pênalti de Vítor Bueno.
Não foi errada a decisão de atuar com reservas um jogo de Libertadores. Infeliz foi a atuação da equipe. Errado é não entender que não existe decisão ideal neste momento de jogos sobre partidas.