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Dezoito convocadas: a Seleção Feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio

A técnica Pia Sundhage convocou as 18 atletas que estarão presentes nas olimpíadas

Seleção no amistoso contra o Canadá (Richard Callis/SPP/CBF)
Seleção no amistoso contra o Canadá (Richard Callis/SPP/CBF) - Richard Callis

Por Tayna Fiori

Na manhã dessa sexta-feira, a técnica Pia Sundhage escolheu as dezoito atletas que irão para os Jogos Olímpicos de Tóquio e, também, as quatro suplentes.

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O Brasil vai em busca da sua primeira medalha de ouro olímpica, já que o país acabou batendo muito na trave. Das seis edições, a Seleção Brasileira ficou cinco vezes entre as quatro melhores, somente fora de Londres, em 2012. Dentro dessas cinco melhores colocações, o Brasil possui duas pratas, uma de Atenas 2004 e outra Pequim 2008.

Enquanto as jogadoras brasileiras estavam em busca dessa tão esperada medalha, a atual técnica, Pia Sundhage, estava conquistando as delas. A sueca já comandou a seleção estadunidense e, com elas, foi campeã de dois Jogos Olímpicos - Pequim 2008 e Londres 2012. Além disso, Pia também tem uma medalha de prata com a Suécia, conquistada em Rio 2016.

Uma técnica com vasta experiência foi escolhida a dedo pela confederação e, em um ano e onze meses no comando, Pia trouxe resultados positivos. Foram realizadas doze convocações, repletas com dezoito jogos - onze vitórias, cinco empates e duas derrotas. Além disso, o saldo de gols também é positivo, são 49 gols marcados e apenas oito sofridos.

Fico feliz de não ter sofrido tantos gols. Com isso, a gente ganha confiança. Precisamos adicionar isso ao ataque. Como mudamos o ataque, como finalizamos a jogada, é uma área que precisamos trabalhar, com jogadoras altas, fortes e inteligentes para os escanteios", falou em coletiva.

Debinha é a maior artilheira do que conhecemos como Era Pia, com 12 gols. Mas não foi somente ela que brilhou. Nesse período, a sueca trouxe uma nova visão para a amarelinha e conseguiu melhorar o time defensivamente, mesmo com as laterais - principalmente a direita - ainda sendo algo questionável.

Pia misturou experiência com novidade e testou algumas meninas que vem da base da Seleção Brasileira, como a própria Angelina. Mas, para os jogos, a sueca apostou um pouco mais nas atletas mais velhas e chega para as olimpíadas com a maior média da seleção desde 1996: 29.2 anos.

Cristiane e Andressa Alves fora da lista

O que mais se discutiu após a divulgação das convocadas foi a baixa da Cristiane, do Santos, e da Andressa Alves, da Roma.

A maior artilheira dos Jogos Olímpicos entre homens e mulheres, ficou de fora da lista pela primeira vez desde 2004. Cristiane não está em uma boa fase no time da baixada santista, mas ainda se encaixaria na proposta apresentada pela técnica dentro de campo. Por opção, Pia preferiu não levar a atleta e explicou o motivo.

Cris jogou diversos jogos com a seleção, muitos torneios, fez muita diferença naquela época. Anteriormente ajudou muito e hoje acredito que haja outras jogadoras que vão ajudar a equipe. Nós temos examinado de perto os jogos que ela tem feito recentemente e achamos que temos jogadoras que vão fazer um excelente papel nos Jogos Olímpicos”, falou.

Já a jogadora da Roma, Andressa Alves ficou de fora da lista das 18 atletas, mas ainda está entre as suplentes. Ela foi um dos grandes destaques nesses dois últimos amistosos contra a Rússia e o Canadá. Na Seleção, a atleta demorou um pouco para encaixar o estilo de jogo, mas vem mostrando muito futebol no time italiano.

Olhando de fora, é realmente muito estranho não termos Cristiane e Andressa nos Jogos Olímpicos. Foram atletas que marcaram épocas e histórias, mas, aparentemente, encerram o ciclo um pouco mais cedo do que o esperado.

Marta e Formiga na lista

Continuando falando de grandes nomes do Brasil, Marta e Formiga estarão presentes em mais um Jogos Olímpicos. As duas atletas são consideradas os maiores nomes do futebol feminino brasileiro e, mesmo com mais idade que as outras, elas eram extremamente cotadas para estar presentes na última lista.

Marta e Formiga, juntas ou não, ainda conseguem fazer muita diferença em campo. Em resposta à TNT Sports, Pia falou sobre poder ter as duas ao lado:

"Eu estou muito orgulhosa de estar perto dessas jogadoras [Marta e Formiga]. Você pode imaginar, se coloca na pele da Formiga, quantos treinadores ela teve? Essas duas significam muito para mim e estar perto delas me faz aprender. Espero que também possa colocar tudo junto, em um pacote só, para ser uma equipe coesa", respondeu Pia à Ludmilla Florencio da TNT Sports.

No momento em que Formiga entrar em campo nessas Olimpíadas, ela se torna a jogadora mais velha a jogar os Jogos Olímpicos pelo Brasil. O recorde era da Meg, goleira da amarelinha, aos 41 anos. Atualmente, Formiga já tem 43 anos, 3 meses e 15 dias.

Os paredões do Brasil

Com Bárbara e Lelê, Pia chega para os jogos com duas goleiras boas. Lelê está em uma das suas melhores fases - há algum tempo - no Benfica, time atual. Já a goleira Bárbara, titular da amarelinha, não vem fazendo o seu melhor campeonato com o Kindermann. Porém, ela acaba crescendo quando veste a camisa da Seleção e essa seria a grande aposta.

A "surpresa" foi Aline Reis ficando como suplente, ela teve mais minutos de atuações na Era Pia do que a própria Lelê, a fase das duas é positiva e a briga era boa.

O sistema defensivo

Sem grandes surpresas, Pia tem seis atletas para zaga e laterais. Temos apenas duas laterias de origem: Poliana (direita) e Jucinara (esquerda). Nesse ponto, a troca seria realizada com a "improvisação" da Bruna Benites (direita) e da Tamires (esquerda).

Esse fator ainda é algo que acaba incomodando em alguns jogos, pois há partidas que é mais necessário ter realmente esse apoio da lateral. E, muitas vezes, a Seleção não consegue atuar pelos lados por conta da improvisação.

Para a zaga, Rafaelle e Erika são as favoritas em relação à titularidade da amarelinha. Mas o esquema defensivo funciona muito bem. As duas são altas e também podem auxiliar contra Seleções como a França, que tem um grande poder em bola parada.

O meio de campo

A grande surpresa desse setor foi a convocação da Duda, atleta do São Paulo. Ela é uma jogadora que pode ajudar tanto no meio, mas também no ataque.

Dos nomes chamados, Julia Bianchi, Adriana, Andressinha e Debinha também são grandes destaques. Elas conseguem suprir uma possível substituição da Formiga, algo que é importante para manter o ritmo do time e a organização.

O ataque

Com Bia Zaneratto, Ludmila e Geyse, Pia apostou em algo mais veloz à frente da Seleção Brasileira. O trio é mais novo e tem velocidade como sobrenome.

Além disso, Zaneratto e Ludmila também são importantes para a construção da bola até a zona do gol. Por conta da agilidade e força, elas conseguem quebrar as barreiras. Lud ainda não encaixou completamente no esquema, mas há chance de conseguir antes dos Jogos Olímpicos de fato.

O que esperar?

Realmente sem grandes surpresas, a lista da técnica Pia Sundhage agrada em muitos pontos. Como dito no início, ela é uma campeã, portanto é necessário confiar no trabalho que vem sendo realizado.

A grande aposta da sueca é no que ela chama de "no popcorn time", que basicamente se resume em ter o time todo ligado o tempo todo, para intensificar o ritmo do jogo e aumentar a velocidade.

Vai ser comum vermos a Marta voltando um pouco e ficando longe do gol, as zagueiras um pouco mais na frente buscando a bola, mais movimentação.

Pela frente, o Brasil tem China (21 de julho), Holanda (24 de julho) e Zâmbia (27 de julho). Das três, a seleção holandesa é uma das que acaba colocando um pouco mais de receio, mas o caminho não está muito difícil dentre elas.

Ainda não dá para apostar um ouro olímpico, mas é com toda certeza que o trabalho está sendo feito para tal.

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