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É setenta, Galvão Bueno! Haja coração, amigo

Os 70 anos do mais importante narrador da história de 70 anos da televisão brasileira 

Galvão Bueno e Pelé celebram o tetra em 1994
Galvão Bueno e Pelé celebram o tetra em 1994

Por Mauro Beting

Galvão, da minha parte, obrigado por me dizer decolando de El Alto, em La Paz, em 1993, que pela "falta de ar" nos 4.200m, pela pouca resistência, o avião do Lloyd Aéreo Boliviano levaria um tempo ainda maior para sair do chão.

Foi reconfortante. Foi a voz da experiência. Foi a voz que muitas vezes exagerou ao nos deixar ainda mais exasperados como torcedores buscando a emoção. Até como colegas. Não terei a pretensão de dizer "concorrentes" que contra alguns craques não têm jogo. Ou só tem jogo com você. Com vocês da Globo. Você e Luciano.

Indescritíveis e inerráveis narradores.

Fui do SporTV de 1995 a 1996. Não tive o privilégio de dividir programa. Ano passado quase fiz contigo o "Grande Círculo", mas a Champions era na mesma hora. Não tinha jogo.

Mas com você sempre tem jogo. Qualquer jogo. Beach basket no Esporte Espetcular? Ia dar mais audiência do que qualquer coisa que fiz em 30 anos.

Não só porque é Globo. Porque é Galvão. GG. Grande. Extragrande.

Vive um drama quem tem que competir com vocês. É treta mais do que tetra. Mas tudo isso é competência. É resultado do que se fez, se faz, e muito bem desde 1981 na Globo. Desde 1993 de volta depois de termos dividido emissora com a rede OM, em 1992. Quando o pé-quente e a voz ainda mais quente levaram a Libertadores e transmitiram o São Paulo de Telê campeão. Como várias vezes você foi a voz vencedora. Ou menos derrotada quando nossa Seleção perdeu ou se perdeu. Ou o meu time que não é o seu perdeu.

Mas como todo monstro na narração, você meio que faz o nosso time ser também seu. Não pelo "Palmeiras ser o Brasil" como vocês locutores amam falar, e nossos chefes não falham quando amam isso. Mas por você realmente se colocar como um dos nossos.

Total mérito seu. Como é o conhecimento do jogo, da regra dele, da comunicação, do veículo. Posso discodar de muitos comentários seus, como discordo de muitos dos meus próprios comentários.

Mas como discordar de alguém que é titular absoluto de uma emissora como a Globo desde a Copa de 1990? Posso cornetar o seu "eu sabia" da ultrapassagem forçada em outra acepção de 1991 sofrida pelo Senna. Posso pensar diferente muitas vezes de quem tanto narra tantas vezes e tantas vezes corneta em tantas narrações.

Mas você é o mesmo cara que eu via na TV Gazeta quando passou no concurso junto com o Flávio Prado querido. Você é o apresentador que meu pai chamava no Jornal Bandeirantes para falar de esportes no Rio de Janeiro até ir para a Globo para ser a voz global e nacional no tetra, no penta e, se tudo der certo, no hexa. Além de ser a voz que pede o Olodum sempre. Até quando não é preciso.

Mas, se não der, Galvão pra mim será a voz que acalenta na tristeza. Não na tragédia de Caniggia em 1990, no Zizou que zidanou o penta em 1998 e o hexa em 2006, o Snejder de 2010, o virou passeio de 2014, o que tomanos no Lukaku em 2018.

Mas o Carlos Eduardo que narrou a inefável comoção mundial da Chapecoense em 2016. Com o tom sereno e perfeito de quem sabe falar de emoção. Qualquer uma. Na melhor aula não só de apresentação. Também de humanidade e sentimento.

Por isso Galvão não é qualquer. É o cara.

Falar horas e décadas não é pra qualquer um.

Falar como se todo jogo fosse final de Copa na Globo, só pra quem narrou oito pela emissora.

Bueno...

Vai que é sua, Galvão.

(E desculpe por não ter participado do vídeo que o EI fez em sua homenagem. Por motivos de força menor não consegui gravar. Não sou um Galvão para tirar tudo de letra).

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