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Espanha campeã em 2010 - La Fúria é Roja, parte 6! Espanha 2 x 0 Honduras

A primeira vitória no Ellis Park mítico. Mas ainda faltava chão.

A Espanha que perdeu um pacote de gols contra Honduras
A Espanha que perdeu um pacote de gols contra Honduras

Por Mauro Beting

“Acreditamos totalmente em vocês. Existem muitos jogos pela frente”. Foi a mensagem do príncipe herdeiro Felipe aos atletas. Mas não a de parte da imprensa e da ressabiada torcida espanhola. Bruxas e abutres foram vistos na derrota na estreia. Até mesmo onde não havia assombração. O fato de a repórter de TV Sara Carbonero estar próxima da meta defendida por Casillas teria sido um dos “motivos” da derrota. A belíssima morena de olhos verdes era namorada do goleiro do Real Madrid. Uma foto durante o aquecimento antes da partida mostrava Casillas dando uma olhadinha em direção a ela. Algo que qualquer bípede do sexo masculino também faria naquela situação. O que bastou para as péssimas línguas dizerem que ela havia tirado a “concentração” do excepcional goleiro merengue.

Não seria preciso comentar a bobagem. Mas é fundamental dizer que Casillas, 29 anos, titular madridista desde os 18, vivia o auge da carreira campeoníssima e brilhante. Aos 10 anos chegou ao clube. Com 16 já era chamado para o banco. Aos 19 já era seleção principal. Sempre com colocação irrepreensível, tempo de resposta impressionante, e uma tranquilidade rara no ofício. Foi fundamental na Euro. Foi o melhor goleiro da Copa-10, que ergueu como capitão incontestável. E companheiro querido. Fala o terceiro goleiro espanhol, Victor Valdés, titular do Barcelona: “Iker é um goleiro excepcional que não pode e não merece ser contestado pelo profissional que é e pela seriedade como atleta e pessoa. Ele é um exemplo e é titular absoluto. Sou o terceiro goleiro da seleção, mas tenho a felicidade de ter companheiros como ele e como Pepe Reina [reserva imediato, outro revelado pelo Barça, e titular do Liverpool]’’.

O ambiente era ótimo. A qualidade do goleiro difícil de não ser enaltecida. Ainda assim era cobrado abusivamente por assuntos banais. Como de costume, Casillas pouco falou. Mas quase tudo defendeu desde então. Embora, contra Honduras, adversária do segundo jogo, no Ellis Park, em Johanesburgo, pouco precisou fazer.

Diferentemente do ataque, o que mais chances de gol produziu numa partida da primeira fase do Mundial de 2010. Ao menos 14 oportunidades de gol foram criadas pelos espanhóis, que finalizaram 22 vezes. Incluindo o pênalti perdido por Villa, no segundo tempo. Mas o atacante tinha crédito. Aos 6 minutos, de longe, mandou balaço no travessão do bom goleiro Valladares. Aos 16, passou no meio de dois marcadores, pela esquerda, cortou mais um por dentro, e emendou de primeira, cruzado, no ângulo hondurenho. Um dos mais belos gols da Copa. De um dos melhores e menos badalados jogadores do mundo.

Villa sempre interessou a Barcelona e Real Madrid. Mas só pouco antes do Mundial acertara a transferência do Valencia para a Catalunha. Um gigantesco acerto para as partes. Faltava só Del Bosque acertar o posicionamento dele. Pau e pé para toda obra, com a presença do ausente Niño Torres, sem ritmo e longe da forma ideal, Villa tinha de ficar distante do gol no esquema do treinador. Muito longe. Ele era o meia aberto pela esquerda, o winger ou “interior” esquerdo. Navas fazia a função pela direita, com Xavi articulando por dentro, com a guarida de Xabi Alonso. Sentindo dores na coxa direita, Iniesta ficou de fora do time.

Honduras plantou Wilson Palacios è frente dos quatro da zaga, avançou e esqueceu Suazo no ataque, e esperou a Espanha que teve oito chances de gol no primeiro tempo, e ainda concedeu duas para uma defesa adiantada e exposta pela lentidão de Busquets e Xabi Alonso. No 4-1-4-1 de Del Bosque, Villa ficou longe da área, mas não do gol

Villa jogou por todos. Ainda que longe da área. No 4-1-4-1 espanhol, havia como adiantar o excelente atacante. Ou trabalhar com ele mais próximo da área. E de Torres. Mas Del Bosque não quis. Poderia ter sido bem melhor. Até por um pênalti que poderia ter sido marcado no primeiro tempo.

Na segunda etapa, na entrada da área, aos 5 minutos, Villa recebeu de Navas, chutou forte, e o desvio de Figueroa matou o goleiro hondurenho. 2 a 0. Mais 10 minutos e Villa chutou fora o pênalti sofrido por Navas. Dos poucos “sofrimentos” espanhóis na noite fria de Johanesburgo. Mesmo com as discutíveis escolhas do treinador: Para que dois volantes contra rival tão frágil e retrancado? Era jogo para Xavi mais Fábregas, não um no lugar do outro. Mata aberto por uma ponta, como no segundo tempo? Melhor Pedro; para que trocar o lateral Sergio Ramos por Arbeloa no final do jogo? Resultado: em vez de uma goleada, apenas 2 a 0.

A Espanha definhou fisicamente no segundo tempo. Escolhas de Del Bosque não foram boas. Ainda assim, era para ter sido uma goleada, não apenas pelo pênalti perdido por David Villa.

Nem o treinador espanhol gostou da falta de pontaria: “Não foi um grande jogo. Tivemos muitas oportunidades, mas perdemos muitos gols. Faltam muitas coisas para nós”.

Com a vitória contra Honduras, a Espanha precisava vencer o Chile para tentar assegurar o primeiro lugar do grupo. E ainda se afastar da possibilidade de logo nas oitavas-de-final ter de enfrentar o Brasil.

O que ninguém queria. Dos dois lados.

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