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Espanha campeã mundial 2010 - La Fúria é Roja, parte 10: 1 x 0 Alemanha

Na semifinal, a Espanha eliminou a equipe que mais surpreendia na Copa. Repetindo o placar da Euro-2008.

Espanha 1 x 0 Alemanha, semifinal 2010
Espanha 1 x 0 Alemanha, semifinal 2010

Por Mauro Beting

O melhor e mais inesperado futebol da Copa era alemão. A seleção tri mundial perdera por lesão, pouco antes da competição, a referência de meio-campo Ballack. Mas descobrira nos jovens armadores Özil e Müller, no volante Khedira, e nos redescobertos Schweinsteiger, Podolski e Klose uma máquina de jogar bola que goleara a decepcionante Inglaterra por 4 a 1, e enfiara sonoros 4 a 0 contra os favoritos argentinos de Messi e Maradona.

Parecia haver uma nova favorita no Mundial. A velha porém renovada Alemanha de sempre. O que até o início da Copa parecia que era espanhol havia mudado de figura, pelo ótimo e ofensivo futebol alemão, e pelo pálido e pouco inspirado ataque espanhol.

Mas o jogo virou mais uma vez. Em definitivo. A Alemanha resolveu apenas marcar, deixando todo o time atrás da bola. A Espanha resolveu atacar como nunca. E brilhar como em nenhum outro jogo em 2010.

Os primeiros 45 foram dos melhores minutos espanhóis. Não foi a marcação esperada contra os alemães. Foi “o contragolpe no ataque” da turma espanhola. Observa Parreira: “A Espanha é um time que não dá contra-ataque. Contra a Alemanha, mesmo com a equipe tão à frente, não teve sustos. Até porque os alemães se defenderam o tempo todo, com nove jogadores atrás da linha da bola”.

Com a aguardada e enfim apresentada intensa movimentação de Iniesta e Xavi por dentro, e, finalmemente, com a mais que acertada aposta em Pedro (substituto do enfim sacado Torres) pelos dois cantos, com Villa adiantado e centralizado, a Espanha achou seu time e seu jogo. Busquets anulou o apagado Özil, os laterais Ramos e Capdevilla deram conta de Podolski e Trochowski. Mais à frente, Xabi Alonso impediu que o ótimo volante-direito Khedira chegasse sempre, e Xavi também inibiu o apoio qualificado pela esquerda de Schweinsteiger.

Mais que isso, Xavi saiu para armar o jogo. Com Iniesta mais pela direita (quando melhor seria abrir pelo outro lado), e Pedro, a partir da esquerda, atacando o ótimo lateral Lahm, variando até a direita, ou encostando no enfim centralizado e avançado Villa. Ele estava muito longe da meta, mas não do gol. Desse modo, ele e a Espanha se saíram melhor.

A Alemanha sentiu mais que o esperado a ausência do suspenso winger pela direita Thomas Müller, o meia bem aberto do usual 4-2-3-1 alemão. O substituto Trochowski até que se esforçou, e criou o único lance de perigo alemão na primeira etapa, num tiro longo. No mais, só Espanha. E muita Espanha. Também pelo recuo excessivo alemão. Causado, talvez, pela excelência espanhola. Os alemães podem reclamar de uma trombada de Sergio Ramos em Özil, que o húngaro Viktor Kassai poderia marcar pênalti, aos 45 minutos. Mas não do placar do primeiro tempo, injusto pelo volume e pela volúpia rival.

A Espanha voltou ainda melhor para a segunda etapa. Com Pedro agora e acertadamente pela direita, Iniesta voando pela esquerda, e Xavi enfim jogando demais (talvez não a ponto de ser o Man of the Match escolhido pela Fifa), a Espanha mais uma vez amassou a Alemanha. Xabi Alonso teve duas boas chances de longe. Villa também tentou mais duas. Iniesta fez grande lance com Xabi Alonso e o desperdiçou. A Alemanha só chegava nas bolas cruzadas. A melhor delas foi bem defendida por Casillas em lance de Kroos, que entrara para tentar dar ao menos velocidade. Não deu.

E não daria mais para a irreconhecível Alemanha de 2010 quando a Espanha de 2007, 2008, 2009 e, enfim, de 2010 deu o ar da graça. E pelo alto, num lance, digamos, mais alemão que para os baixinhos espanhóis daquela turma boa de bola. Xavi bateu escanteio da esquerda para o segundo pau. Puyol subiu com a impulsão habitual espantosa, se antecipou ao companheiro Piqué, ganhou de Khedira, e mandou no canto de Neuer. Puyol que quase havia marcado de peixinho, na primeira etapa. Puyol que não é craque, longe disso. Mas joga de zagueiro em qualquer dos lados, de lateral em qualquer canto, de catalão até debaixo da terra, como espanhol lá no céu de onde pareceu chegar para cabecear. Quando Xavi bateu na bola, Puyol estava fora da área.

Quando cabeceou, parecia fora do estádio. “Não sei descrever a sensação de um gol como esse, naquele momento, numa Copa do Mundo”, disse depois da vitória em que os espanhóis tiveram oito grandes chances contra apenas duas dos alemães. Justo o time que mais encantava até então. Que tinha no comando do ataque Miroslav Klose, autor de 14 gols em 18 jogos de Copas. Quase chegando à fenomenal marca de Ronaldo.

Mas não a alcançando. Porque a bola mal chegou a ele. E, quando rondou a meta de Casillas, Piqué e Puyol não deixaram pedra sobre bola. Ainda que, por definição histórica, a linha de zaga espanhola goste de atuar bem adiantada, desta vez, com a ajuda de Busquets (em sua melhor exibição) e dos laterais, a equipe não esteve tão desguarnecida. Sergio Ramos marcou muito bem Podolski, e não atacou tanto quanto de costume; na esquerda, sem Müller, Capdevilla, mais discreto, não comprometeu.

Se a Espanha havia em 2008 superado o trauma das quartas-de-final e dos pênaltis contra os italianos, desta vez superavam as semifinais, de novo venciam impiedosamente os alemães, e se classificavam para uma inédita final contra um rival que buscava também um título não alcançado: a Holanda.

Uma das equipes que influenciaram o Barcelona desde os anos 70, e, por tabela, a Espanha dos últimos anos.

A Alemanha tentou atacar no final, mas a Espanha era senhora do jogo, com Silva substituindo bem a Pedro, que atuou na segunda etapa aberto pela direita

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