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História tem nome, não número - Fábio do Cruzeiro

Respeito qualquer decisão e medida administrativa. Mas investir no futuro significa sempre resgatar o passado. Ainda mais um tão presente.

Fábio
Fábio

Por Mauro Beting

Dezessete anos sendo quase sempre o número um do clube e um dos primeiros do país. Para se tornar o número um em partidas jogadas pelo Cruzeiro em 101 anos. São 976 jogos. Campeonatos do Brasil e no Brasil e em Minas. Segurando a barra e a bronca na série B que poderia ser ainda pior não fosse ele.

Fabio é o Cruzeiro e o novo Cruzeiro (ou o Cruzeiro novo com zeros cortados) não pode perder um cruzado real como ele. Nem por um tostão.

Nem por meses a mais de contrato. Investimento no passado nunca será gasto. Jamais desgosto. Ainda mais para quem está agora chegando para tocar uma barca ainda furada. Mas não soçobrada.

Não sou dirigente celeste. Não sou profissional do futebol. Mas sou um ser humano como qualquer outro que se encanta, se emociona, e se motiva com histórias de identificação como a de Fábio. Um que já chegou formado à Toca da Raposa. Goleiro de seleção de base de excelente nível e que foi além na carreira celeste. Controvertida fora do Cruzeiro, a ponto de muitas das várias vezes em que merecia ser chamado pela Seleção Brasileira ele não foi chamado. Ou foi chamado de outras coisas. Por uma série de motivos. E até pela falta deles.

Fabio é um dos goleiros mais injustiçados da história da Seleção. E passa, agora, a ser um dos ídolos que pior foram tratados ao deixar um clube onde fez história brilhante.

É fundamental em qualquer campo de atuação respeitar a opinião e a decisão do gestor. Mas ainda mais essencial entender o desapontamento de quem torce. De quem vibra. E não há dinheiro que pague e administração que se compreenda assim.

Difícil justificar sempre, ainda que economicamente haja como. Mas não há métrica e razão que meçam 17 anos, 976 jogos, e nem listo títulos e 34 pênaltis defendidos. Porque o que fez Fábio não tem números que mostrem. Tem nome.

Tem Fábio. Tem o Cruzeiro.

Entendo o choque de realidade e real na Toca. Sei que a nova gestão precisa tocar e focar em pontos fundamentais para reerguer o gigante adormecido e quase enterrado. Mas não é abrindo mão de quem pelas mãos construiu muito desse Cruzeiro que se começa bem. Não é o melhor pontapé inicial dar um pontapé nos fundilhos de quem tão fundo toca na torcida que também é Cruzeiro por Fábio. Ou foi mais Cruzeiro por ele ser quem mais vestiu a constelação.

Não sabemos nem 1% daquilo que acontece no clube futebol. Sabemos ainda menos o que se passa numa mesa de negociação. Não é defender um contrato vitalício pra quem já é eterno na história do clube. Mas começa muito mal uma nova administração quando se defenestra toda a história que ainda resta e será preservada de um clube.

Fabio eterno para o Cruzeiro. Torcida para que a nova gestão consiga ter para se defender alguém como ele.

Para investir no futuro é essencial fazer o resgate do passado. Ainda mais um ainda tão presente e perene.

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