Histórico do jogador deve contar na hora de apitar uma partida?
Expulsão de Gabigol nos últimos minutos do FlaFlu por falar um “porra" levanta questionamento
Por Taynah Espinoza
O Péricles Bassols já tinha antecipado pra gente ontem, aqui mesmo no Portal do Esporte Interativo, que a expulsão de Gabigol no final do FlaFlu foi por um palavrão. O atacante teria dito ao árbitro “Sou eu que vou sair, porra” na hora da substituição. Ao ouvir o “porra”, o árbitro Wagner Magalhães resolveu dar o segundo amarelo ao jogador, e consequentemente, o vermelho nos últimos minutos da partida.
E aí acho que vale voltarmos a uma discussão que já aconteceu em outros momentos com outros jogadores. A arbitragem, quando entra em campo, já conhece o histórico da maioria dos atletas. Principalmente os jogadores mais polêmicos, mais cai-cai, mais provocadores. E presta mais atenção neles. Não acredito que isso esteja errado. Faz parte do processo da arbitragem. É como um estudo.
O problema é quando este histórico, e basicamente só este histórico, define o que o árbitro faz ou não em relação a esses jogadores. O “porra” falado por Gabigol não deve ter sido o único do jogo. Muito pelo contrário. Esse tipo de linguagem é absolutamente comum dentro de campo e nem por isso os árbitros dão amarelo a cada palavrão dito. Mas parece que quando vem de um jogador “marcado”, de um daqueles que a arbitragem já presta mais atenção pelo histórico, a atitude do árbitro muda. É o famoso ditado “faz a fama e deita na cama”.
Gabigol pagou pela fama que tem. E aqui não estou dizendo que isso está certo, bem pelo contrário. Acho que cada atitude deve ser julgada separadamente. Mas a verdade é que Gabigol está longe de ser o primeiro a pagar por essa tal fama. Já foi assim com outros atletas. Mais recentemente, a gente pode lembrar de Luis Fabiano e Kleber Gladiador, por exemplo. Jogadores polêmicos que, na maioria das vezes, mereceram os cartões que tomaram. Mas em algumas circunstâncias, o histórico contou pra reação da arbitragem ser exagerada com a dupla.
Sabendo disso, os jogadores precisam fazer uma opção: ter o seu comportamento independentemente do que a arbitragem vai pensar e de vez em quando pagar por ele ou mudar esse comportamento e diminuir a possibilidade de ser julgado apenas pelo seu histórico. É correto? Não me parece. Mas se a arbitragem funciona desta forma, o melhor é que os atletas saibam jogar esse jogo.