Importante é se divertir - Alana Smith
Lanterna do skate street parecia a mais feliz pessoa na busca pelo ouro.
Por Mauro Beting
Alana Smith tem 20 anos. Último lugar nas classificatórias para o skate street que deu prata a Rayssa Leal. Cria do Arizona, caía e ria com os próprios erros na prova decisiva. Parecia a mais feliz pessoa a competir. Lanterna, elevou à enésima potência o mood e ética do skate de o que vale é estar lá. Mais se divertindo do que competindo.
Desde os 7 anos é skateboarder. O pai não queria. A mãe fez de tudo. Até aula online para a criança se dedicar mais ao esporte. Desde sempre competiu mais com garotos. Para se esforçar ainda mais e romper outras barreiras.
Dizem que os meninos e meninas que competiam contra se esfolavam e choravam. Alana só ria com o próprio sangue. Levantava e voltava à prancha. Nada parecia machucar.
Só queria ser the best no skateboarder. Ter as melhores notas entre mulheres e homens. Até no Guiness entrou por esse esforço.
Pessoa não binária, Alana não se importa com limitações e rótulos. Talvez nem mesmo esse. Com o pronome que uso por respeito à vontade, com o que não usam por preconceito e má vontade.
Alana cai e levanta na hora. Sempre sorrindo.
Ela não ganhou nada. Mas parecia ter conquistado o mundo.
Se não era a mais feliz pessoa, parecia ser. Neste mundo em que julgamos as aparências, que não prejulguemos a alegria pela derrota.
Alana só foi se divertir. Mais do que conquistar ou competir no lema olímpico, o que valeu foi Alana ser o que quis ser. Fazendo todas as manobras que nem sempre deixam fazer.
Não tem nome que defina alegria.