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Kaos-Klopp-Kop! KKK! Liverpool 2 x 0 Villarreal

O plano bolado, executado e inclinado dos vermelhos a caminho de Paris.

KKK
KKK - Catherine Ivill (Getty Images)

Por Mauro Beting

Foram 88 ataques do Liverpool contra a cidadela do Villarreal. Vou usar o termo “cidadela” porque cresci ouvindo isso. E esse jogo em Anfield me remeteu meio que à infância. Quando os “mocinhos” do Liverpool eram os nossos “heróis” e, os “bandidos” do time espanhol eram os outros. Ainda que as coisas se misturem quando temos essa mania agridoce de amadurecer. E perder um pouco do encanto e da ternura. Fica meio que tudo meio turvo e difuso. Meio mocinho, mezzo bandido. Meio o que é realmente a vida.

O que eu quero mesmo falar é que no futebol não tem mocinho e nem bandido. Depende das armas que você tem. Se você tem o time, o elenco, o dinheiro, a organização e o tamanho do Villarreal, cuja cidade cabe em Anfield, chegar a uma semifinal de Champions já é o título. Ainda mais depois de eliminar Juventus e Bayern nas respectivas casas dos maiores campeões nacionais dos tetracampeões mundiais Itália e Alemanha. O que vier está maravilhoso. Como foram inesquecíveis as jornadas dos três mil torcedores do Submarino Amarillo de Los Mustang na terra dos verdadeiros Beatles do Yellow Submarine.

Vitória absoluta e avassaladora do dono da casa e da festa pelas circunstâncias do time do país que inventou o futebol em 1863 e o reinventou há 30 anos com a Premier League. Campeonato que só em 2020 teve a graça de ser conquistado pelo multicampeão Liverpool de Klopp. O alemão menos germânico que conheço. Ou mais Merseyside da história.

O casamento de Klopp com a Kop não é só um jogo óbvio de palavras. É um belo jogo de futebol intenso. Kaos organizado. Kaos-Klopp-Kop. KKK no sentido do sorriso escancarado e esbranquiçado dele. E que bota ainda mais sangue e vida na camisa dos Reds.

Klopp monta um Liverpool vivo em quatro frentes na temporada onde não se cansa de ganhar, não de jogar com a corda esticada. Com mais elenco do que no vice em 2018 e no hexa em 2019. Não sei se mais futebol e beleza. Mas mais eficiência. Acertou 90% dos passes contra duas linhas de quatro de Emery muito próximas, e mais dois atacantes (de fato primeiros defensores) do time espanhol, da intermediária para trás. Em pouco mais de 35 metros, contra 11 rivais, o Liverpool chutou de longe com o imenso Thiago atingindo a trave na primeira etapa, Van Dijk quase furando o atrapalhado Rulli, bolas invertidas dos dois lados, inventadas por todos eles.

O primeiro gol só saiu aos 7 do segundo tempo. Quando uma jogada veio da esquerda para a direita, em mais um overlaping do meia-direita Henderson como se fosse ponta pelo lado dele. O capitão cruzou a bola que bateu em Estupiñan e tirou Rulli do lugar. Não deu dois minutos e Salah achou Mané por dentro para fazer 2 a 0 como se não houvesse um dique amarelo à frente dos companheiros xifópagos em campo.

Foi 2 a 0. Mas pareceu ser muito mais. Foram 19 finalizações inglesas contra apenas uma espanhola. Alisson não precisou defender qualquer bola. Rulli defendeu cinco. Mais do que as três defesas (somadas) de Ederson e Courtois nos 4 a 3 da véspera. Tivemos mais gols em Manchester na outra semifinal do que defesas. Acontece.

Como quase sempre ocorre quando um time inclina o gramado. Foi mais num plano inclinado do Liverpool no ataque de 10 vermelhos contra 11 amarelos. Teve quase de tudo e tudo de bom: gol nascendo pela ponta, gol parido por dentro, e gol anulado gerado de um cruzamento de um lateral como Alexander-Arnold para outro lateral como Robertson.

Deu Liverpool. E vai dar invasão inglesa em Paris. Do lado vermelho. E, creio, também do azul.

(Claro. Se o Madrid deixar...)

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