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Mesmo trem, vagões diferentes

Premier League já tem seu retorno previsto e árbitros terão tratamento diferente de jogadores.

 (The telegraph)
(The telegraph)

Por Péricles Bassols

No meio dos árbitros, costuma-se afirmar que:
"No trem milionário do futebol, a arbitragem está no último vagão."
É a maneira de expressar uma frustração comum por não ter, nem de longe, as condições de treinamento e a remuneração dos jogadores e dirigentes.
Apesar de todo cenário profissional da arbitragem na Inglaterra, o retorno do Campeonato previsto para o próximo 17 de junho - caso não haja nenhum novo pico de contaminados - terá árbitros sendo "jogados" em campo.
Durante todo este tempo de paralisação, os profissionais ingleses contam com treinamento físico em casa - seus jardins ou parques públicos - tendo que encaminhar suas frequências cardíacas pós treino para os treinadores e realizando reuniões virtuais em que são submetidos a situações de jogo em vídeos para as quais têm que dar suas decisões.
Em geral, pela minha experiência, esses treinos servem apenas para consolidar e uniformizar conceitos e deveriam ser complementados com treinamento de situações reais, em campo, o que, para o árbitro inglês ocorria durante os jogos amistosos.
Entretanto, ao contrário dos jogadores, que terão o benefício do treino técnico e tático, os homens de preto, que normalmente se submetiam a esta preparação no Georg's Park - centro de treinamento da categoria- não poderão praticar, pois, de acordo com a segunda etapa do protocolo do governo inglês para esportes de elite, os jogos amistosos ainda estão proibidos.
Realmente não entendo a dificuldade de demostrar às autoridades governamentais que outros tipos de práticas podem ser feitas no campo com os árbitros que, clara e infelizmente, não estão incluídos no chamado " esporte de elite" - outro equívoco tendo em vista as valências desenvolvidas por eles em campo.
O resumo disso é que, depois de mais ou menos dois meses "em casa" , os oficiais de arbitragem serão atirados em campo sem o preparo adequado. Um exemplo prático da consequência disso foi o pênalti não marcado para o Borussia Dortmund no clássico contra o Bayern de Munique, quando árbitro não assinalou e o VAR não chamou para revisão em um lance claríssimo de mão...Sim: VAR também precisa treinar!
Já sonhei que os árbitros chegariam ao primeiro vagão deste trem. Hoje, gostaria que, ao menos, estivessem na metade dele.

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