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MmmBenzema - Real Madrid 3 x 1 PSG

Era a noite de Mbappé na futura casa. Foi mais uma noite europeia de Benzema e da camisa mais campeã do mundo.

Benzema brilhou. De novo
Benzema brilhou. De novo - Gonzalo Arroyo Moreno (Getty Images)

Por Mauro Beting

Nota do redator: o texto a seguir começou a ser escrito no intervalo de Real Madrid 0 x 1 PSG. A manchete então estava pronta: “Serial Kylian: A Lei do Futuro”. Enaltecendo o maior atacante que surgiu no futebol mundial nos últimos cinco anos: o provável futuro craque do Real Madrid. Mbappé.

Mas, a partir da falha de Donnarumma (num lance que é discutível a falta que eu NÃO marcaria no goleiraço italiano), foi outro jogo. Ou o mesmo de quase sempre em noite decisiva no templo da Champions. Com outro francês tomando o protagonismo que merece há anos, como o melhor companheiro que Cristiano Ronaldo já teve. O facilitador do monstro português. E, agora, com o histórico hat-trick no Bernabéu, o centroavante que superou a lenda Di Stéfano em gols merengues.

E com uma atuação que La Saeta Rubia assinaria acima.

Voltemos ao texto que estava escrito e que parecia que seria definitivo – dentro do que é perene no futebol, e com tantos nomes próprios do esporte).

Antes de a bola rolar na ida no Parque dos Príncipes, o Real Madrid tridecacampeão europeu era 60% favorito para se classificar – no meu chute inicial. Pelo que era como conjunto bem montado por Ancelotti (potencializando Vinicius e Benzema, bem sustentados pelo revivido e histórico tridente da intermediária); e, também, por aquilo que o punhado de estrelas de Pochettino não brilhava como constelação (e não apenas pela lesão de Neymar - que só voltaria no final daquele partidaço definido pelo cracaço Mbappé).

Antes do jogaço de volta no Bernabéu com o espírito usual de noite europeia, eu insistia nas chances um pouco maiores madridistas (51%). Mesmo que imaginando a falta que faria Casemiro na cabeça da área (substituído na função por Kroos longe da forma ideal, com Valverde para fechar o lado direito merengue dos monstruosos Nuno Mendes, Verratti e Mbappé, tentando tapar os buracos que Asensio e Carvajal deixaram abertos desde Paris).

Eu imaginava que Benzema seguiria sendo solução. Como foi nos três lances perigosos do Madrid no primeiro tempo, aos 24, 34 e 36 minutos. Todos eles em raras falhas do imperial Marquinhos. Pensava que Vinicius Jr. causaria ainda mais problemas a Hakimi, e que Danilo não seria tão eficiente como foi na ida, e também foi essencial na excelente primeira etapa do Paris.

Modric, pela esquerda, eu imaginava que organizaria o jogo. Sem Mendy, Nacho daria menos campo a Messi, embora perdesse o Madrid mais uma opção à frente.

Eu achava que era possível o Madrid resgatar o seu jogo e o seu espírito do passado glorioso – e não faz tanto tempo assim.

Mas o que se viu em 45 minutos iniciais foi o provável futuro glorioso do maior campeão espanhol, europeu e mundial. A Lei do Futuro. O Serial Kylian. O Termbappénator. Exterminador do Futuro. O nome que você quiser.

Solto por Pochettino, como todo o trio de individualidades geniais. Mbappé criou a primeira chance de gol tricolor quando o Madrid era calor e fúria da torcida, no primeiro dos zilhões de contragolpes contra Carvajal. Aos 12, obrigou Courtois a fazer bela defesa. Aos 30, na quarta chegada perigosa do PSG, Mbappé estava por dentro abrindo espaços enquanto Neymar servia Messi para quase furar a meta espanhola.

Aos 33, o excelente Nuno Mendes foi ao fundo para servir Mbappé para abrir o placar. Mas o lateral português estava impedido. Só que não por algum dos rivais madridistas que pouco conseguiram contra ele.

Aos 38min49s, Mbappé fuzilou no canto onde estava o gigante belga, depois de genial enfiada de Neymar, num mano com Alaba que não tem como. Não tem no mundo hoje zagueiro que possa na corrida contra o atacante francês. E não é só na velocidade. É na força, potência, torque, habilidade, técnica e, sobretudo, como se via desde 2016 no Monaco, na frieza e categoria para concluir.

Ele fez que ia e tirou Alaba. Ele cogitou jogar no lado esquerdo de Courtois só pra tirar o goleiro da jogada mandando no canto dele.

Gênio.

E assim deu a vantagem no primeiro tempo que já parecia definitiva pelo modo vigoroso que o PSG de Verrati organizou o ataque. Também pela inteligente maneira que Pochettino encontrou de acomodar o tridente genial: liberdade total para eles.

No apito inicial, Messi a partir da direita, Mbappé do outro lado, Neymar por dentro. Mas, a todo momento, os três se mexendo. Messi vindo atrás pegar a bola, Neymar entre o meio e a esquerda, Mbappé até para o lado direito fazendo bonito.

No segundo tempo, Ancelotti devia voltar com Rodrygo no lugar do insípido Asensio. Voltou a ser conservador. Sem arriscar.

Aos 8min, Mbappé fez outro golaço, e outra vez anulado por impedimento, depois de bola retomada por Hakimi mais à frente, linda enfiada de Neymar, e uma pedalada espetacular de Mbappé em Courtois. Ou de R9, como bem destacou VSR na transmissão da TNT Sports.

Aos 10, quase Mbappé faz outro, não fosse o bote da zaga do Madrid com Alaba, depois de passe de Messi do Messi.

O jogo era todo do PSG.

Aos 12, enfim, Ancelotti fez o óbvio: Rodrygo por Asensio. E o excelente Camavinga pelo cansado Kroos para marcar mais e ainda inverter as bolas buscando o brasileiro pela direita.

(E aqui escrevo depois de mais uma remontada monstro do Real Madrid. Da fúria do Bernabéu em chamas europeias. E de mais uma falha na saída de bola mais prepotente do que propositiva do Paris).

Aos 15min47s, Benzema concluiu um lance em que ele acossou Donnarumma, que acabou travado pelo francês; a bola espirrou para Vini encontrar Benzema.

1 a 1.

Acordou o estádio. E o Paris não dormiu. Foi se enterrando.

Aos 18, cabeçada de Benzema raspou a trave. Todos os lances pelo alto ele ganhou de Marquinhos - na pior jornada da brilhante carreira do zagueiro brasileiro.

Aos 27, Vini isolou uma bola que sobrou da zaga francesa, de um time que já não marcava, já não armava, já não jogava. Daqueles gols perdidos que não se perdem, mesmo com o brasileiro reencontrando seu jogo, e fazendo com Benzema o que Mbappé fazia quase sozinho até o empate.

Aos 30, Modric rouba a bola no seu campo, e como se fosse um garoto como Camavinga, acelera e acha Vini pela esquerda. O ponta limpa a jogada e encontra o próprio Modric para dar outra enfiada excepcional para Benzema chutar a bola que desvia em Marquinhos e entra.

2 a 1.

Aos 32, Marquinhos rebate a bola no plano inclinado em direção à meta parisiense e Benzema aparece como Benzema para decretar uma das maiores viradas e vitórias do maior vitorioso da Europa.

3 a 1.

Messi mandaria por cima uma falta aos 46.

Mas nem ele, nem mais dois Mbappés, e mais um Neymar inteiro conseguiriam virar uma virada do Irreal Madrid. Contra um PSG pulverizado na falha do seu goleiro, e no parafuso que entrou perfurado por esse irreal Real até demais.

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