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Ninguém jogou mais bola do que D10S

Pelé é de outro planeta - e é mais jogador de futebol. Messi é mais jogador de futebol que Maradona. Mas Diego jogou mais bola. E ela se joga mais para ele.

Campeão do mundo em 1986
Campeão do mundo em 1986

Por Mauro Beting

A intolerância religiosa é um dos males da humanidade. O desrespeito às crenças. A falta de empatia com quem pensa e sente diferente.

Muita gente não acredita em Deus. É inacreditável como muita gente não respeita quem acredita. Ou muito crível em um mundo que mais desrespeita o dos outros que ama os próprios.

Mais incrível é achar mesmo quem não se encante com a bola que jogou quem partiu para a eternidade hoje, aos 60 anos. Exatos 8 anos em que meu pai teve o AVC que o levaria.

Não é por isso que eu me comovo ainda mais. Mas é mais um toque de que estamos falando de alguém que se não era divino, e não era mesmo, batia bola com Ele.

Você pode não achar El Diz Diego um Dios no esporte onde Pelé é rei. Mas você precisa respeitar o que ele fez por um povo com uma bola. Como uma bola.

A terra realmente é plana sem Maradona.

Quem mais jogou bola neste mundo desde 26 de outubro de 1863 (quando oficialmente inventaram na Inglaterra este jogo universal) é o Diego que nasceu em 30 de outubro de 1960 - que até no segundo nome Armando fez o que ninguém fez melhor do que Maradona neste mundo que ele ganhou praticamente sozinho em 1986 pela Argentina.

(E eliminando com a mano del diablo e com a canhota de D10S a Inglaterra que ele tanto desgostava pela Guerra das Malvinas que seguiram Falklands, em 1982).

Diego jogou mais bola do que Pelé. Mas Pelé é muito mais jogador do que ele e do que qualquer outro deste planeta onde o ET de Três Corações foi registrado.

Como Messi é mais jogador do que Maradona.

Ou como o próprio Diego bem definiu há alguns anos: “eu tenho mais visão do campo do que Messi. Mas ele tem mais visão de gol do que eu”.

É isso.

No par ou ímpar entre dois gênios ímpares para não dizerem únicos, eu escolheria Messi para ganhar meu jogo.

Mas pra jogar bola (e como ídolo...) eu sou mais Diego.

Se você jogar uma bola para Messi é gol. Se você jogar uma bigorna para Maradona é show.

Maradona é quem melhor jogou bola. Até por parecer uma bola. Não é gordofobia. É visual. Estético que também ele foi dominador. Mesmo magrelo no início da carreira ele já parecia uma bola de futebol. Porque para ele, talvez mais do que para Messi, e mesmo Pelé (ainda melhor e maior e mais objetivo e mais goleador), Maradona parecia ter mais prazer de jogar bola, o que é diferente de jogar futebol.

Tudo para Maradona vira bola - em qualquer acepção. Jogue uma geladeira, um guindaste, uma caixa registradora, um celular, um palito de fósforo, um átomo, um astro, Diego Armando uma obra de arte a gente vai ver. E talvez não veja mais tamanha habilidade, talento e engenho do que o genial e genioso argentino.

Maradona não é Messi. Mas é D10S na Argentina por 1986.
Tem uma Igreja Maradoniana pela entrega que sangra albiceleste.
Tem mais idolatria lá do que Messi.

E também tem tudo isso por ser um baixinho que depois virou gordinho que parece que a gente vai encontrar no campinho ou no bar da esquina. Embora não vá ver igual lá nas quatro linhas.

Por ser quem melhor jogou bola no mundo redondo.

Foi Maradona quem jogou mais bola (não futebol) do que Pelé (o Pelé do futebol) e Messi (o Pelé do século XXI).

Maradona está de partida deixando não só a bola murcha. Os estádios como estão - vazios. Cheios desse vazio pela partida de quem jogava não pela vitória. Jogava pelo prazer.

Este mundo fica mais vazio onde ele falta. Onde ele foi divino mesmo errando tanto por ser tão humano. Tão falível. Mas ele nos deixa fazendo crer que do nada se pode dar o mundo de presente à nossa gente que é mais gente quando veste uma camisa como se fosse a única pele.

Ele não é Pelé.

Ele não foi rei. Mas para quem acreditou ele foi divino.

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