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O Brasil teria sido campeão em 1970 com João Saldanha? Os próprios tris respondem

Cinco tricampeões de 1970 falam se a Seleção teria conquistado o tri se não tivese trocado em março o comando técnico.

Carlos Alberto Torres ergue em 21 de junho de 1970 a Jules Rimet
Carlos Alberto Torres ergue em 21 de junho de 1970 a Jules Rimet

Por Mauro Beting

A pergunta para os tricampeões mundiais em 1970: O Brasil teria ganhado a Copa no México com João Saldanha como treinador (como ele dirigia a Seleção até ser demitido em 17 de março daquele ano)?

RIVELLINO, camisa 11 em 1970, só foi ser titular da equipe com Zagallo no comando, a partir de 18 de março - "Muito dificil saber. É difícil cravar que seria campeão com o Saldanha. Mas nosso grupo tinha muita qualidade. Mesmo jogando com os dois pontas abertos [Jairzinho e Edu] que o Saldanha não abria mão desse esquema mais ousado de jeito nenhum, o Brasil podia sim ter sido campeão mundial com ele.

GÉRSON, camisa 8 em 1970, titular tanto com Saldanha quanto com Zagallo - Seria campeão, sim. Seria... Porque o 4-2-4 do Saldanha, com os pontas abertos lá na frente, complicava muito para os adversários. E, naquela época, para segurar o Edu era brabo. O Eduzinho jogava pra caramba na ponta-esquerda. De um modo geral, fosse qual fosse o esquema tático, o 4-2-4 do Saldanha ou o 4-3-3 do Zagallo, a Seleção ganharia de qualquer jeito a Copa do Mundo. Nosso banco era de respeito. Eram duas seleções fortes que o Zagallo tinha na mão. Principalmente pelo entrosamento, pelo conjunto, e pelos excepcionais jogadores que tínhamos. Além do excepcional treinador que era o Zagallo. Com um excepcional preparo físico que nos deram e com um excepcional departamento médico, e com os massagistas que tínhamos Nocaute Jack e Mário Américo. Naquela Copa do Mundo, se jogássemos dez partidas, nós ganharíamos nove. Empataríamos uma - mas ganharíamos esse jogo nos pênaltis.

TOSTÃO, camisa 9 em 1970, titular absoluto com Saldanha, seria reserva para Zagallo, que entendia (até um mês antes da Copa) que ele e Pelé não renderiam jogando juntos - Claro que o Brasil tinha como ter ganhado a Copa com o Saldanha. Se a gente jogasse do jeito que ele queria tínhamos chances também de ter vencido. Mas o Brasil de fato brilhou taticamente na Copa com o Zagallo. Um 4-3-3 com todo mundo voltando para marcar foi importante. O Zagallo acha que aquilo foi decisivo. Não acho que chega a tanto. O time com o Saldanha era mais ofensivo, leve, e também mais espaçado. A força primcipal do Brasil no Mundial não era o conjunto. Era o aspecto individual com grandes craques como Pelé, Gérson, Jairzinho, Rivellino, Carlos Alberto. Acho que o Brasil com eles ganharia com Saldanha provavelmente. Não tinha jeito de ser diferente. Foi um time brilhante individualmente e também coletivamente.

JAIRZINHO - Camisa 7, o Furacão da Copa foi titular com os dois treinadores - Claro que teria sido campeão com o Saldanha. Era uma geração de jogadores de alto nível. Tanto o time das Eliminatórias quanto o da Copa. Djalma Dias e Joel [titulares de Saldanha em 1969] eram do mesmo nível do Brito e do Piazza. O Rildo e o Everaldo se nivelavam na marcação. Onde antes jogava o Piazza de volante entrou a grande sensação que foi o Clodoaldo, que marcada, armava, criava e ainda fazia gols. Zagallo era o rei do 4-3-3, tanto como jogador [em 1958 e 1962] quanto como treinador [em 1970]. Por isso o Rivellino entrou bem por ali no lugar que era do Edu com o Saldanha, na ponta-esquerda.

EDU - camisa 19, era titular absoluto na ponta-esquerda do 4-2-4 de Saldanha, mas virou reserva primeiro de Paulo César Caju, e depois de Rivellino, no 4-3-3 de Zagallo – Quando o outro treinador [Zagallo] entrou, ele mudou duas peças. Tirou o Edu e colocou o Rivellino na Copa. Tirou o Joel e colocou o Piazza na zaga. Foi uma opção dele. Infelizmente fiquei de fora. Estava no meu melhor momento. Com certeza, nós seríamos campeões com o Saldanha. O esquema tático não mudou nada, era mais ou menos igual ao que fazíamos nas Eliminatórias em 1969. Em vez de voltar o Edu pela ponta, voltava o Pelé mais no meio-campo com o Saldanha. O outro treinador só mudou isso. Mais nada.

MAURO BETING - O Brasil tinha ótimas chances de conquistar a Copa de 1970 com João Saldanha. O desgaste dele com Lídio de Toledo tinha como ser contornado. Com a imprensa, também. As rusgas com Pelé certamente seriam dribladas. Mas a equipe provavelmente sofreria mais com o time menos compacto, menos marcador sem a bola, mais espaçado, e com menos espaço para Rivellino. E ainda assim seria fortíssimo candidato pela grande preparação física feita por Admildo Chirol e Carlos Alberto Parreira.

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