Por Mauro Beting
Antônio Miguel, eu sou palmeirense como o seu pai é desde que chegou em 2017. Para ser campeão paulista, da Copa do Brasil, Brasileiro e da Libertadores. Para ser uma reserva de moral em campo e fora dele. Fazendo com a nossa camisa uma história tão linda de amor como ele tem pelos filhos dele. Também com quem ele adotou com a mulher. Família tão exemplar no amor e no respeito e na superação.
Tudo que eles vão precisar agora com sua partida antes mesmo de você chegar.
Posso te chamar de Toninho? Porque me chamavam de Mimi quando eu nasci, em 1936. Quando o nosso clube ainda se chamava Palestra Italia. Hoje é Palmeiras. Nossa família.
De pai pra filho. De Willian para Antônio Miguel.
Quando eu cheguei aqui no céu, eu já tinha 74 anos. Vim uma semana depois da queda em 2012. Quando o nosso time não era equipe e nem parecia mais o clube que não tinha igual.
Não víamos futuro. Só o passado glorioso. Seu pai tinha acabado de jogar pelo maior rival. Quem conseguiria imaginar que ele seria o que é desde 2017? O que voltamos a ser desde 2015. E contando.
Toninho, seus pais não puderam ouvir sua voz. Seu coração o levou mais cedo. Mas aqui em cima eu vou te mostrar o que o nosso amor conquistou. O que o amor do seu pai nos ajuda desde que chegou.
Desde um passe pro gol do deca e por isso ficado meses sem jogar. Desde tantos momentos em que jogou em todos os cantos. Sempre na boa. Nunca pela boca.
Você vai ver tudo isso, Toninho. Ele vai conhecer toda a sua trajetória, Willian. Não é milagre. É a vida. É o paraíso. Ê o nosso amor incondicional. De pais. De Palmeiras.
Willian, eu já falei a frase que você já conhece de explicar a emoção de ser palmeirense. Vou contar tudinho pro Toninho. Mesmo sem conseguir explicar. Aqui de cima vamos seguir torcendo por vocês. Mesmo sem querer entender como os pais perdem os filhos.
Deixa comigo. E com milhões de palmeirenses. Ele estará nas melhores mãos por aqui. Por terem vindo de mãe e pai como vocês.
Estaremos na torcida por mais uma glória eterna. Como será a saudade e o amor do Toninho.
Mande um abraço pro meu filho Mauro. E pede pra ele parar de cornetar o Abel.
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