Por Mauro Beting
ESCREVE CHICO GARCIA (tudo que eu não saberia, mas gostaria de ter dito).
"O rompante do Adeus é menos traumático do que a certeza do fim. Talvez seja uma defesa de ambas as partes quando terminam uma relação. Um tchau ríspido, virando as costas e indo embora é menos dolorido do que uma despedida demorada e emotiva.
Quero acreditar que tenha sido assim na rescisão com Maicon. Já havia o prenúncio da saída, antecipada para evitar um sofrimento maior. Como não bastasse a dor de Maicon ao ver o time nessa situação e fisicamente não conseguir ajudar. Como não bastasse a tristeza de ver o capitão chorar ao sair de campo minutos depois de começar uma partida como titular. Ciclos encerram, mas ter consciência disso não ameniza a triste realidade.
Maicon encontrou no Grêmio a morada para o seu verdadeiro futebol. Passes precisos, pé em cima da bola, cabeça erguida, arte pura. Futsal na grama. Raça e técnica. Valentia. Líder do resgate de um clube, centro de um modelo tático que encantou o Brasil, referência para tantos meio campistas que passaram ao imita-lo na meia cancha tricolor. Fiador do estilo de jogo que morreu com a sua saída.
Identidade, legado e o nome cravado pra sempre na história. Ainda quero entender essa ruptura repentina, ou talvez já tenha entendido.
É mais fácil arrancar um curativo do que retirá-lo lentamente. O problema é que a ferida segue aberta.
De qualquer forma, obrigado capitão!"
ESCREVEU CHICO GARCIA