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Os dois campeões ingleses

Manchester City e Liverpool vão alimentando uma rivalidade cada vez maior e melhor.

Gundogan!
Gundogan!

Por Mauro Beting

23min28s do segundo tempo no Etihad Stadium. Gol do Coutinho, ex-Liverpool, que não marcava pelo Aston Villa de Gerrard havia 10 jogos. 2 a 0. Gol de uma bola que veio de um tiro de meta. Não é crime. Mas o golpe estava sendo dado em Manchester. O City precisaria virar para ser campeão pela quarta fez em cinco Premier Leagues.

“It’s all os nothing”, disse o belga craque do campeonato quando "entendeu" o segundo gol rival.

30min11s. Oito minutos depois de substituir Bernardo Silva, Gundogan de cabeça aproveita cruzamento de Sterling (que entrara 20 minutos antes no lugar de Mahrez).

32min44s. Zinchenko (que substituíra o capitão Fernandinho no intervalo) arma o lance que Rodri de fora da área chapa e empata.

35min47s. Como se fosse de novo um centroavante, o todocampista Gundogan recebe a bola que De Bruyne roubou para virar o placar e a história da Premier League.

Era tudo all.

“Quando fizemos 3 x 2, a ideia foi deixar a bola o mais distante distante da nossa meta”, admitiu o mesmo De Bruyne, depois da festa que lamentavelmente teve agressões aos rivais do Aston Villa.

“Essa equipe não me surpreende”, disse Pep, ainda no campo depois da invasão da torcida.

“Nós não estamos aqui para provar para os outros. Nós estamos aqui para provar para nós mesmos”.

Guardiola, provando mais uma vez para o futebol.

“A Premier League não é falsa. Ela não mente. Big Data não consegue explicar o que houve. O que aconteceu agora. Eu liguei pro Real Madrid e eles me deram um bom conselho [para virar o placar]. Esta é a razão. Não tem explicação contra o Madrid. Não tem explicação agora. É o momento”.

Melhor que esse? Difícil.

“Nós tínhamos que fazer um gol. O segundo e o terceiro, a nossa gente nos ajudou a marcar.”

Não sei se foi assim. Mas se nem o Pep sabe explicar, melhor curtir o momento de dois grandes vencedores. O campeão e o vice.

De Bruyne: “O Liverpool nos empurra toda vez até o limite”.

E o futebol mundial agradece.

“A magnitude do que nós fizemos e conquistamos é a magnitude do nosso rival. Nosso rival nos faz cada vez ficar mais forte. Eu nunca vi nada parecido com o que o Liverpool faz. Como atleta e como treinador, nunca tive um adversário melhor do que eles”.

Pep Guardiola.

“Nós fomos uma polegada melhor do que o Liverpool. Eles são vencedores. Na nossa sociedade, hoje, só se fala dos campeões. Os outros são um desastre. “Perdedores”. Nós estamos deixando uma mensagem errada para as novas gerações. Não é isso. Estamos falando para os jovens que eles precisam ser os primeiros sempre. Não. Eles precisam ser bons “triers”.

Guardiola admite que ele é. Mais do que vencedor ele é um bom “trier”.
Perseverante. Resiliente. Pessoa que não desiste. Que vai atrás do sucesso no que ela faz, mesmo que seja muito difícil. E muitas vezes não dê certo.

Guardiola dedicou o título aos 22 que morreram há cinco anos no atentado no show de Ariana Grande em Manchester. E parabenizou o Liverpool antes do próprio elenco e clube.

O futebol tem mesmo vários vencedores. Pep e Klopp somam ainda mais quando multiplicam e dividem títulos.

O choro de Pep no seu décimo título nacional em 13 ligas disputadas é muito da alegria por saber como do outro lado ele superou um senhor vice quase que tão campeão quanto.

O campeonato inglês quase foi definido na última rodada tão espetacular quanto as outras 37 por dois tiros de meta. O que deu o gol aos Wolves em Liverpool. O que daria no segundo do Aston Villa na casa do City.

Mas os deuses da bola que nunca estão em desuso viraram os jogos. Os Reds, mais uma vez. Mas não conseguiram virar a tabela. Deu City, que em 5min36s fez três gols e conquistou o quarto título nacional em cinco temporadas.

Se não devolvendo os 89 segundos de apagão com o Rayo do Madrid na Champions, ao menos jogando mais luz no futebol. E enterrando de vez muitos holofotes que explicam muitas coisas. Mas nem sempre o essencial invisível aos olhos mais atentos.

Quando Pep fala que pediu um conselho ao Real Madrid de como virar o jogo perdido e imperdível contra o Aston Villa, ele foi mais sábio do que já é. Por reconhecer a história do maior rival dele desde o berço catalão.

E a própria história do jogo.

Quando Guardiola fala que a Premier League não é “fake”, e que ela não “mente”, apenas se defendeu da tese de que nunca houve mesmo um treinador decacampeão nacional em 13 temporadas por três países. Ninguém é melhor do que ele em pontos corridos.

Mas que, de fato, no mata-mata de Champions, ele conquistou “apenas” duas em 13. É pouco para tanto treinador com tantos elencos e dinheiros.

Mas a virada final sobre o Aston Villa não teria sido uma vitória de mata-mata de morrer?

Foi.

Mas isso é outra história.

“O momento”, como ele definiu logo depois de chorar no campo como eu nunca havia visto.

O momento. Aquele que muitas vezes perdemos mais do que os jogos. Momento de exaltar craques como Pep e Klopp. Campeões.

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