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Paolo Rossi

A arma italiana que acabou com o sonho canarinho em 1982 morreu na Itália, aos 64 anos.

Rossi
Rossi

Por Mauro Beting

Itália 0 x 0 Polônia, chatíssimo jogo de estreia italiana na Copa de 1982, no calor de Vigo. Sem atuar de março de 1980 a abril de 1982 por estar suspenso pela Justiça por participação em esquema de manipulação de resultados no futebol italiano, o excelente centroavante Paolo Rossi fez bela tabelinha com Graziani aos 20, cabeceou bola com perigo aos 40, e mais nada. Sentiu a natural falta de ritmo de jogo para quem havia jogado só três vezes em dois anos e meio, ainda mais com uma equipe que jogou muito pouco futebol na Espanha.

Itália 1 x 1 Peru. Uma dividida com o goleiro peruano aos 39 e mais nada. Paolo Rossi foi para o banco na segunda etapa.

Itália 1 x 1 Camarões. "Bearzot não se divorcia de Rossi". Manchete da "Gazzetta Dello Sport" cobrando o treinador pela permanência discurível do atacante da Juventus. Aquele que os próprios companheiros de Azzurra questionavam a convocação. Ainda mais a escalação entre os titulares de uma equipe que jogou mal os três jogos iniciais, e se classificou com três empates. Rossi ao menos fez o lance que deu no gol de Graziani. Sua única boa jogada em dois jogos e meio, e com Pablito trocando de função na segunda etapa, mais atrás, e pela esquerda.

Itália 2 x 1 Argentina. Depois de parte da imprensa italiana ainda insinuar uma relação amorosa entre o centroavante e o lateral Cabrini que levou o grupo a não dar mais entrevistas até o final da Copa, Paolo Rossi seguia mal. Mesmo com a equipe melhorando e vencendo a Argentina (campeã de 1978), ele não jogou bem pela quarta vez seguida. Quando foi substituído, saiu vaiado por parte da torcida italiana.

Itália 3 x 2 Brasil. Só Enzo Bearzot defendia a sua escalação, com Altobelli pela esquerda, e Graziani voltando a ser centroavante. Mas aos 4min46s no Sarriá: Cabrini cruza e Rossi faz seu primeiro gol no Mundial, no primeiro lance efetivo dele, depois de levar um chapéu de Falcão. 24min38s: saída errada de Cerezo e segundo gol de Rossi, da entrada da área - 2 a 1 Itália. 29min14s da segunda etapa: bola sobra espirrada para Paolo Rossi na pequena área - 3 a 2 Itália.

Itália 2 x 0 Polônia. Rossi faz 1 a 0. De cabeça fez o segudo gol na semifinal.

Itália 3 x 1 Alemanha. Onze do segundo tempo, de novo na pequena área, Rossi abriu o placar.

Resumo da ópera do tricampeão mundial: quatro jogos e uma assistência e duas chances nas primeiras quatro partidas até enfrentar o Brasil em Barcelona. Então foram 3 jogos, 6 gols, 3 vitórias, o título mundial, a artilheria da Copa, e o craque do torneio - mesmo Bruno Conti tendo atuado mais.

Esse foi Paolo Rossi no Mundial da Espanha. Tecnicamente, ele jogou mais e melhor pela Itália quarta colocada em 1978. Como quase todo o time que era praticamente o mesmo 4 anos depois.

Mas que por essas coisas do futebol não rolou então, e deu tudo certo nos últimos 4 jogos em 1982 - ou nos últimos 3 do Bambino D´Oro.

Rossi que uma vez entrevistamos para o documentário dos 100 anos da Seleção. E foi de uma simpatia, cortesia e admiração monstro pelo Brasil, em 2014.

Paolo que cruzei no bebedouro do Olímpico de Berlim antes de a Itália dele (e dos meus bisavós) ser tetra contra a França, em 2006.

Quando o cumprimentei e disse que gostava muito dele, mesmo sendo brasileiro, mas também pelo meu passaporte italiano e pela minha torcida pela Azzurra.

Ele sorriu e disse: "sim, eu sei... É o futebol"...

Poucas histórias mais futebolísticas que a de Rossi.

Força e luz à família.

E aos que acreditam que o jogo pode virar de uma hora para a outra na vida e no Sarriá.

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