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Pau Gasol

É Pau... É o fim do caminho de uma lenda do esporte europeu.

Pau Gasol
Pau Gasol

Por Mauro Beting

Não assisti a um jogo inteiro dele. Mas vejo há anos como um Pau Gasol (que ontem se retirou das quadras aos 41 anos) é necessário no ônibus em que vamos ao trabalho. Na fila do elevador. No consultório. Na rede de amigos. Como primo distante.

Só não digo na fileira da frente do cinema que não deve ser fácil ficar atrás de 2m16. Como não é simples pra ele não ter cabimento em lugar algum. A não ser na quadra de basquete. Onde não foi apenas mais um galalau. Ele era coordenação pura e muito talento para um pirulão.

Eu que não sou baixo e sou desengonçado e desajeitado como um Mauro Beting às vezes uso meus braços longos como as mãos para justificar minha falta de jeito; com Pau, vejo que minhas desculpas são esfarrapadas. Pequenas como eu.

Gasol era elegante com a bola. Nas atitudes como atleta. No companheirismo. E, a Fundação dele diz muito melhor do que eu, também no que estendeu os longos braços e mãos para apoiar, ajudar e levantar quem precisa em qualquer canto.

Sem nunca derrubar. Só enterrar na cesta. E, dentro do possível, só olhar qualquer pessoa de cima para baixo por não conseguir com 2m16 fazer diferente.

Como relatou um jornalista amigo dele: em Tóquio-2020, todos os atletas espanhóis tinham dois objetivos: uma medalha. E tirar uma foto com Pau.

Não pau de selfie. Mas uma selfie com Pau. Um que não provavelmente não coube na foto.

Não é carisma. É caráter.

Caras como Pau mostram que é possível ganhar quase tudo sem perder respeito. Sem atropelar. Sendo tão boas pessoas como são como atletas.

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