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SP-20 vai ter campeão

Clubes se acertaram com a FPF. Unidade e unanimidade rara e saudável

Futebol fez o óbvio. E bem
Futebol fez o óbvio. E bem

Por Mauro Beting

Vai ter bola rolando no Paulistão de 2020 até o final. Ideia da Federação Paulista de Futebol, apoiada por todos os clubes.

Mantido o regulamento, mantidos os rebaixamentos e acessos, e mudando o regulamento apenas para facilitar inscrição de novos (e também os atuais) atletas.

Em 79 anos de Federação Paulista de Futebol, talvez uma das primeiras reuniões em que foi possível dizer que houve unanimidade. Unidade. E mesmo humanidade.

Grandes, médios e pequenos dos 16 clubes participantes entenderam o que falou o presidente Reinaldo Carneiro Bastos: “ninguém tem o celular do vírus para saber quando ele vai nos deixar em paz”. Desse modo, ninguém sabe quando volta o Paulistão de 2020. Mas todos sabem que ele vai voltar. As duas rodadas finais da primeira fase serão disputadas. A partida única nas quartas-de-final e na final também será jogada. As duas finais também. Quando a bola voltar a rolar serão duas semanas e meia para seis jogos.

Vai ter jogo. O Paulistão vai terminar. Vai ter rebaixamento, vai ter acesso, definição dos clubes nas divisões nacionais.

Só não vai ter público. Muito menos combate com as decisões das autoridades médicas. As responsáveis. Em todas as acepções.

Segunda-feira o presidente do Comitê Médico da FPF, o ortopedista Moisés Cohen, irá se reunir por videoconferência com os representantes dos departamentos de saúde dos 16 clubes para começar a definir o protocolo para o restante do campeonato. Não só para os jogos com restrições de público e mesmo de imprensa (apenas as emissoras de TV com direitos poderão entrar nos estádios). Também para os treinamentos. Atletas e membros dos clubes serão monitorados. Como os tempos e protocolos serão respeitados.

A bola vai voltar a rolar depois de 10 ou 15 dias de pré-temporada. As férias serão agora ampliadas para mais 10 dias. Mas, diferentemente dos clubes cariocas, ninguém vai voltar antes. Ou sozinho.

“Não lembro de ter visto tamanha unanimidade em reunião de dirigentes na FPF. Foi uma reunião histórica”, garante experiente cartola.

“Foi por que eles não estavam na mesma sala?”, provoco. “Não. Foi porque nunca se discutiu algo realmente tão importante”.

Não houve grandes, pequenos ou médios. Todos jogaram o mesmo jogo. Até aqueles que recentemente não se davam com a entidade. Palmeiras e FPF já haviam feito as pazes depois da polêmica final do SP-18. Desta vez não teve problema algum. O primeiro presidente a outorgar apoio “incondicional” às ideias da FPF foi Maurício Galliotte. “Estamos alinhados 100% com as medidas propostas”. Os outros grandes seguiram a mesma linha.

Isto é: terminar o campeonato. Manter o regulamento. E permitir que os clubes façam contratos excepcionais de curta duração com seus atletas. E, se quiserem e/ou puderem, trocando mais que os 4 nomes permitidos no regulamento anterior. “Hoje temos apenas 4 atletas sob contrato inscritos no Paulista. A nossa ideia é fazer contratos com todos os nossos atletas que estavam aqui”, diz o presidente do Santo André, Sidney Riquetto.

A grande surpresa do SP-20 ainda não sabe como vai pagar esses novos contratos. “Mas só de termos a certeza agora de que o campeonato vai terminar, só não sabemos ainda quando, já nos garante capacidade maior de negociação com nossos parceiros e outros eventuais”.

O Santo André nem mesmo sabe onde irá mandar seus jogos. O estádio municipal Bruno José Daniel é da prefeitura e está sendo utilizado como hospital de campanha no combate ao novo Covid-19. “Mas se não pudermos jogar em casa, já estamos conversando com as cidades próximas. Mauá, São Bernardo e São Caetano são opções naturais. Também já conversamos com Juventus e Portuguesa. Rua Javari e Canindé também podem receber os jogos”.

O Santo André jogou cinco vezes em casa. As contas não fecharam em quatro deles. A chuva forte também atrapalhou a arrecadação na vitória contra o São Paulo. Esportivamente os portões fechados seriam bom negócio para o clube no duelo contra os grandes. Mas financeiramente...

“Para nós é péssimo não ter bilheteria nos jogos decisivos. Mas antes de tudo vem a saúde. Estamos todos cientes disso”.

Agora a bola está com a FPF e os clubes na negociação dos direitos televisivos com o Grupo Globo. Ainda falta pagar uma cota aos clubes.

Os jogos não deverão mesmo ter público. E ainda não se definiu a ideia de uma eventual sede única para minimizar custos e evitar questões maiores de saúde.

Os clubes de menor investimento saíram satisfeitos da reunião que durou quase duas horas. “Os grandes foram extremamente respeitosos” foi a opinião geral. Mesmo com a possibilidade de as finais dos estaduais eventualmente atropelarem o início do BR-20 – algo que a CBF não quer, e apoia o encerramento dos campeonatos das federações.

Mesmo com a ansiedade de todas as partes em voltar a campo, as decisões sanitárias estão acima de tudo. E de todos.

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