Supercampeão da Supercopa: Flamengo 3 x 0 Athletico Paranaense
Não tinha para ninguém no segundo semestre de 2019. Não deve ter pra ninguém no ano inteiro do Flamengo em 2020.

Gabriel Barbosa foi o autor do segundo gol do Flamengo na Supercopa do Brasil I Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
"Me transformei num mendigo do bom futebol: quando o milagre do bom futebol acontece, não me importa quem operou o milagre. Nem o time e nem o país.
Eduardo Galeano.
O craque uruguaio das letras, como quase sempre, definiu bem a paixão pelo jogo: não importa se é o Flamengo de 2019 (e que promete ainda mais em 2020), o Grêmio de 2017, o Cruzeiro de 2013-14, o Corinthians de 2012, o Santos de 2011, o Inter de 2006, o São Paulo de 2005, o Cruzeiro de 2003. Uns mais e outros menos, são equipes e alguns jogadores que a gente torce pela bola que jogam. Independente de quem sejam. De qual time vestem a camisa.
O Flamengo tem sido uma equipe assim. No século, não vi igual no Brasil. Possivelmente por longo tempo não verei melhor. Sobretudo em 2020.
Até porque só perdeu um titular - Pablo Marí, com proposta irrecusável financeiramente. E o Flamengo conseguiu trazer duas opções melhores do que o zagueiro que saiu.
Ninguém contratou melhor do que o campeão do Brasil e da América na temporada. Todos (exceto o substituto de Marí) para ficarem ao lado de Jorge Jesus no banco.
Eu não vi isto em 30 anos de jornalismo esportivo.
Se vai ganhar tudo, ou quase tudo, só o futebol para desmentir.
Mas pela amostra inicial e nada grátis, deve ser parecido ao que se viu tão bem e tão bonito. Também porque o Athletico perdeu meio time além de Tiago Nunes. Dorival Júnior (ótima escolha) ainda tenta achar opções, um jeito e um jogo. Tanto que optou por Marquinhos Gabriel como centroavante.
Claro que não rolou. Em ritmo de treino, mas de treino puxado de JJ, Bruno Henrique foi largado por Halter e fez de cabeça, aos 14, depois de belo cruzamento de Gabriel Barbosa, solto por um desatento Márcio Azevedo. Lateral que foi tão infeliz quanto Santos foi desatento no segundo gol, o de Gabigol.
Em 28 minutos já estava tudo definido.
Arrascaeta ainda faria o terceiro, aos 22 da segunda etapa, em novo bote ainda no campo de defesa que daria em letal contragolpe puxado por Bruno Henrique.
O Athletico mandaria depois bola na trave, Diego Alves faria ótimas defesas, e quase o placar final seria semelhante ao eletrizante Fla-Flu da semifinal da Taça Guanabara, na quarta-feira passada.
Ainda assim a superioridade foi flagrante. Escancarada em Brasília. E não deverá ser diferente em 2020.
Maravilhoso para quem pensa como Galeano.
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