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Todo Poderoso Timão campeão mundial de 2000

O bicampeão do país-sede foi ao Maracanã como em 1976 invadir a praia carioca e voltar campeão do mundo do primeiro torneio da Fifa, em 14 de janeiro de 2000

Por Mauro Beting

A invasão corintiana ao Maracanã em 5 de dezembro de 1976 foi mais impressionante. Eram quase 70 mil corintianos (ou neocorintianos) torcendo pelo Timão que desde 1954 não era campeão. Tinha menos futebol e muito menos time e elenco que o Fluminense bicampeão do Rio. A Máquina Tricolor montada por Francisco Horta, guiada pelo genial Rivellino, burramente enxotado quase dois anos antes pelo Corinthians.

O maior craque da história dos dois clubes mal pôde jogar no ensopado gramado da segunda etapa impraticável. Nos pênaltis, não deu a lógica; deu Corinthians de Tobias. 4 x 1 no Fluminense depois do 1 x 1 pré-dilúvio.

Em 2000, jogo único para definir o primeiro Mundial organizado pela Fifa e pela Traffic (que também ajudava a administrar o departamento de futebol corintiano por intermédio da HMTF, e do mesmo modo controlava o jornalismo esportivo da Band, onde eu trabalhava), Vasco (campeão da Libertadores de 1998) e Corinthians (campeão brasileiro de 1998, e que foi bicampeão menos de um mês antes do torneio internacional) fizeram um jogo muito amarrado.

O Vasco jogou menos do que sabe e do que poderia, ainda mais em casa. O Corinthians jogou o possível para um elenco desgastado e sem férias. Atuou para levar aos pênaltis. Também porque cansado. Também porque tinha Dida na meta.

Na arquibancada, outros tempos e dinheiros. Não eram 70 mil, mas menos de 20 mil. Também porque não havia fila de 21 anos. Apenas duas semanas sem um grande título.

O time corintiano era muito melhor que o de 1976. O Vasco era outro timaço. Mas não tão favorito como o Fluminense de 1976. Também porque o Corinthians era uma equipe espetacular. Duas vezes campeã nacional. Campeã paulista. E que com mais sorte e menos Marcos teria vencido o Palmeiras na Libertadores de 1999.

Não eram 70 mil corintianos no Maracanã. Mas pareciam. Porque gritaram "todo poderoso Timão" do apito inicial até os pênaltis.

Quando então não há o que gritar. Só esperar. E nem conseguir gritar direito quando Edmundo mandou o pênalti decisivo à esquerda da meta corintiana.

Também porque naquele momento de conquistar o mundo pela primeira vez, o mudo que ajudou demais a conquistá-lo saiu da meta como se fosse bater um tiro de meta.

Dida.

Até hoje tem torcedor que não o "perdoa" pela reação 100% Dida quando Edmundo chutou fora o mundial vascaíno. Parecia que não tinha valido. Que ainda estava aberta a disputa.

Dida parecia não estar nem aí.

Nada menos corintiano que a reação dele.

Mudo, Dida ganhou o mundo.

Como já havia garantido na segunda partida da fase de grupos o empate contra o Real Madrid (campeão mundial em 1998), defendendo no final o pênalti de Anelka.

Dida e Edilson foram os principais nomes da conquista corintiana.

A primeira que ainda hoje absurdamente se discute.

Foi o primeiro Mundial da Fifa. Só não teve o segundo em 2001, na Espanha, pela falência da ISL, a principal organizadora.

Só voltaria a ter em 2005, com a unificação do Intercontinental no Japão com o da Fifa.

E não voltou ainda a ter um mais difícil que o de 2000, pela fase de grupos e pela presença de dois sul-americanos e dois europeus.

Foi no verão. Mas não um torneio de verão.

Foi um digno Mundial da Fifa. Com uma grande e esperada decisão. Também pelo Manchester United que veio forçado, pelo Real Madrid que não entrou tão focado.

Mas muito pelos méritos de duas grandes equipes como as finalistas.

Fosse na Argetina e a chance de Corinthians x Vasco fazerem a final era a mesma se o torneio tivesse sido disputado na Ásia ou na África.

Se só tivesse o Mundial e não ainda o Intercontinental (o Mundial de Clubes vencido pelo Manchester United contra o Palmeiras, no Japão, em novembro de 1999), muito provável que os Red Devils iriam encarar o torneio de outro modo.

Mas que de modo algum tira os méritos do primeiro campeão mundial de 2000 - Corinthians. O Boca Juniors (campeão da Libertadores-00) seria (para mim) o segundo campeão mundial em 2000, quando venceu no Japão o Real Madrid (campeão da Champions em 2000)

Dois grandes campeões de dois torneios distintos.

Ambos mundiais.

Ambos incontestáveis.

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