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Com a maior folha salarial recente, pandemia pode trazer mudança no elenco do Ceará para 2020

Superavitário nos últimos cinco anos, Vozão pode buscar equilíbrio pós-crise nas categorias de base, setor no qual quase quadruplicou investimentos nos últimos três anos
 

Robinson de Castro é presidente do Ceará desde 2016
Robinson de Castro é presidente do Ceará desde 2016 (Divulgação / Ceará SC)

Por Rodrigo Fragoso e Ricardo Martins

A paralisação do futebol por conta da novo coronavírus gerou impactos financeiros ainda incalculáveis para muitos clubes. Sem perspectiva para o retorno das competições, o planejamento de diversas equipes vai caindo por terra enquanto a incerteza vai ganhando espaço cada vez maior no discurso dos dirigentes, que tentam minimizar os problemas por meio de diminuições nos quadros e/ou reduções salariais. Este é o caso do Ceará.

Embora carregue a maior folha salarial da história do clube, a diretoria tem fluxo de caixa e pagamentos em dia, o que permite melhor administração dos problemas decorrentes de uma crise como a atual. Porém, metade do elenco alvinegro tem o fim do vínculo previsto para dezembro desse ano e não há como conversar sobre renovação nesse momento, já que não existe previsão de retorno do futebol ou confirmação de extensão do calendário para 2021. Dependendo do impacto da crise, a solução futura mais barata pode estar nas categorias de base, setor no qual o clube tem investido e colhido frutos.

ACORDOS SÃO FIRMADOS PARA QUE DEMISSÕES NÃO ACONTEÇAM

O Alvinegro tem cerca de 270 funcionários em seu quadro e calcula o valor mínimo de cinco milhões de reais para manter seus pagamentos mensais em dia. Nenhuma demissão foi realizada até o momento, mas acordos com jogadores e colaboradores estão sendo firmados mês a mês com o objetivo de impedir cortes nos quadros do clube. O Ceará conseguiu quitar todos os pagamentos referentes ao mês de março integralmente, enquanto os dois meses seguintes exigiram a execução de acordos em todos os setores da instituição.

Em abril, a diretoria do Vozão conseguiu pagar por completo os vencimentos de seus funcionários ao acertar um acordo de redução salarial com seu elenco. O salário CLT foi pago no dia 20 de abril e os direitos de imagem foram depositados no dia 30 do mesmo mês, ambos com 75% do total, conforme acordado com os jogadores. O restante será pago em parcelas a partir de julho. Em maio, o mesmo processo se deu, porém adicionando 75% das férias, sendo que os jogadores abriram mão de 10% do valor total para ajudar o clube.

Por fim, para os pagamentos do mês de maio, que acontecerão em junho, a diretoria acertou um novo acordo, no qual jogadores e comissão técnica terão a redução de 25% dos seus salários por meio da MP 936, sem o pagamento parcelado do montante restante a partir de julho. Os outros quase 300 funcionários do clube também farão parte da MP por meio da suspensão de alguns contratos e diminuição da carga horária de outros vínculos, fato que deve gerar uma economia próxima de 500 mil reais. Por meio dessas iniciativas administrativas, o Ceará espera atravessar esse período sem qualquer demissão.

MAIOR SUPERÁVIT DA HISTÓRIA SEGUIDO DE GRANDE PERDA DE RECEITAS

O Ceará carrega uma sequência superavitária de cinco anos e, em 2019, bateu recorde ao apresentar o superávit de quase 6 milhões de reais, ou seja, praticamente o dobro do que havia realizado no ano anterior. Números geradores de elogios ao trabalho comandado pelo presidente Robinson de Castro, mas frágeis (como todos os outros) diante da inesperada pandemia e seus impactos financeiros.

Sem saber quando o futebol poderá retornar e em quais condições acontecerá um jogo, a projeção dos clubes em relação a receitas totais de 2020 foi brutalmente afetada. Os diretores alvinegros contavam com 100 milhões de reais no início da temporada e atualmente já se estipula 70 milhões de reais, ou seja, uma perda de 30%. Isso, claro, em um cenário cujo futuro é imprevisível e, portanto, esses números são observados como o mínimo do que deixará de entrar nos cofres do Ceará.

Divulgação
Guto Ferreira foi contratado pelo Ceará em março

COM POSSIBILIDADE DA TEMPORADA ATUAL INVADIR 2021, 18 CONTRATOS DO ATUAL ELENCO ALVINEGRO PODEM SE TORNAR PREOCUPAÇÕES

Partindo da falta de perspectiva em relação ao retorno das competições e do rombo no planejamento de arrecadação bruta, o Ceará ainda não sabe qual será o futuro do elenco considerado um dos mais bem avaliados da história recente alvinegra. 18 jogadores do grupo enxergam em dezembro o último mês de vínculo com o Vozão, entre eles, nomes como Fernando Prass, Rafael Sóbis e Ricardinho marcam presença, enquanto o cenário aponta cada dia mais para a invasão do calendário de 2020 no ano de 2021.

Não há qualquer intenção de negociar renovações contratuais nesse momento. Diante das incertezas, a solução do clube pode estar nas suas categorias de base. Os investimentos quase quadruplicaram por lá nos últimos três anos e os frutos, segundo análise interna, já estão aparecendo. Além do aumento no número de títulos nas competições de formação, o clube já lucrou com importantes vendas, como Arthur Cabral (R$ 5,5 milhões), Artur Victor (R$ 6,5 milhões) e Felipe Jonatan (R$ 6 milhões), mantendo ainda algumas porcentagens nas ocasiões dos negócios.

Confira todos os jogadores que podem deixar o clube no final do ano: Diogo Silva, Fernando Prass, Alyson, Eduardo, Samuel Xavier, Eduardo Brock, Gabriel Lacerda, Fabinho, William Oliveira, Chico, Felipe Silva, Juninho Quixadá, Ricardinho, Cristiano, Léo Chú, Lima, Rafael Sóbis e Rodrigão.

AGIF
Ceará tem diversos jogadores com o contrato se encerrando

APÓS AS FÉRIAS, VOLTA AOS TREINAMENTOS COM GUTO FERREIRA

Depois dos 30 dias de férias, o elenco voltou a treinar por videoconferência. Com a quarentena prorrogada até o dia 20 de maio no Estado e o lockdown anunciado, não há qualquer previsão para um retorno aos treinos coletivos em Porangabuçu. Dessa forma, o terceiro treinador do Ceará na temporada iniciou seus primeiros trabalhos com o elenco por meio das ferramentas digitais.

Em nota no seu site oficial, o Ceará informou que atividades técnico-teóricas estão sendo propostas pela nova comissão técnica, que também tem passado um questionário para que o clube possa produzir avaliações médicas, de nutrição, fisiologia e preparação física. Na segunda semana de maio, um trabalho com a análise de desempenho será desenvolvido para que haja a elaboração de atividades que apresentem ao elenco o modelo de jogo desejado por Guto Ferreira, sucessor de Enderson Moreira, no comando técnico da equipe.

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