Daniel Alves critica troca de treinadores: 'Precisa haver um planejamento melhor'
Lateral do São Paulo e da seleção brasileira criticou as trocas de treinador no futebol brasileiro e explicitou diferenças de planejamento com clubes da Europa

Por Redação do Esporte Interativo
O lateral direito Daniel Alves, do São Paulo e da seleção brasileira, concedeu entrevista ao The Guardian e falou sobre a cultura do futebol brasileiro, criticando muito as trocas de treinador. A publicação ocorre um dia após o São Paulo trocar Cuca por Fernando Diniz no comando da equipe.
"Se você tem uma ideia clara, é menos provável que mude de técnico todos os anos. Existem clubes que têm dois ou três treinadores em um ano. É loucura. Você nunca cria estabilidade. É preciso haver um planejamento melhor. Você tem que fazer escolhas importantes e realmente apoiá-las. É isso que gera estabilidade dentro de um clube.
Deveríamos refletir sobre os clubes europeus, que criam uma identidade. É raro ver um grande clube europeu que um ano luta pelo título e no outro luta para evitar o rebaixamento. Porque os clubes são estáveis.
O São Paulo tem uma ótima identidade de clube que realmente se preocupa com a base, mas não se preocupa em nível coletivo. Quero trazer um pouco da experiência que tive no exterior de como você pode melhorar um clube."

Multicampeão na Europa, o lateral também falou sobre a mudança drástica de sair do futebol europeu e vir para o Brasil, onde sonha ser campeão com seu time do coração.
"Eu vou atrás desse sonho de ser campeão, fechar uma era com a seleção brasileira, ajudar meu país a voltar ao topo. Você sabe o que mais me motiva? Quando todo mundo para de acreditar em mim. Quando eles dizem: 'Esse cara não vale nada, ele não pode jogar no meio-campo, não pode fazer isso ou aquilo'. Espere.
No caminho, vou trabalhar como um filho da p***, como fiz toda a minha vida. Por isso vim aqui. Eu estava confortável na Europa, mas eu gosto de desconforto. Nada na vida é fácil.
Se você deseja alcançar seus objetivos, precisa se esforçar. A menos que seu pai seja o dono do time - quando meu pai dirigia nosso São Paulo, eu sempre jogava e jogava na frente."