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Futebol Brasileiro

Atual campeã da Libertadores, Lindsay fala sobre planejamento para Ferroviária em 2021

Lindsay foi a primeira mulher a conquistar uma Taça Libertadores da América como treinadora

Lindsay e a equipe campeã da Libertadores de 2021
Lindsay e a equipe campeã da Libertadores de 2021 - Pool (Getty Images)

Por Ludmilla Florencio e Tayna Fiori

No dia cinco de março, a Ferroviária foi campeã da Taça da Libertadores da América de 2020 após vencer por 2 a 1 o América de Cali, time colombiano. A equipe do interior de São Paulo se tornou bicampeã da competição e a técnica Lindsay ficou marcada na história como a primeira mulher a conquistar esse campeonato.

Em exclusiva concedida à TNT Sports, a treinadora de futebol feminino destacou a sua experiência, a conquista do título inédito para uma mulher e o planejamento para a Ferrinha em 2021.

Preciso agradecer àquelas que tiveram antes de mim, não posso me esquecer da Emily que, em 2018, bateu na trave. Da Tati que, em 2019, bateu na trave. As duas chegaram na final da Libertadores. É bom que ganhamos e melhor que estamos vivendo um momento que as mídias têm um pouco mais de poder de fala", destacou.

As Guerreiras Grenás, como são apelidadas, passaram por uma grande reformulação no elenco para 2021 na tentativa de encontrar novos resultados. Houve uma parte extensa de atletas que saíram do elenco e também a antiga técnica, Tatiele.

Nessa mudança da Ferroviária, o time trouxe uma mistura de atletas mais experientes e mais novas, jogadoras que são cotadas para serem estrelas no futuro do futebol feminino. O próprio time grená possui uma base bem estruturada que está, em sua grande maioria, disputando campeonatos.

“A gente precisa ter base. Já estamos evoluindo e tendo campeonatos de base, muitos torneios para que as meninas tenham minutagem. Se a gente pensar na Seleção, quantas meninas tiveram? Existem coisas que a gente tem que ser bem didático, porque não tiveram. Eu acredito que daqui uns quatro ou cinco anos, vamos estar muito mais evoluídos ainda”, pontuou a treinadora.

Ao longo da campanha na Libertadores, as jogadoras e a nova comissão ainda precisaram de um tempo para conseguir adaptar o modelo de jogo. O time perdeu a primeira partida e passou por uma decisão de penalidades na semifinal.

O caminho, que não foi fácil, fez com que muitos duvidassem da possibilidade do grupo poder conquistar a taça.

“Superação e milagre. Essa é a nossa definição”

A maior parte dos apreciadores de futebol feminino não colocavam a Ferroviária nem na final da disputa. Mas, na exclusiva para a TNT Sports, Lindsay falou sobre motivos que ela ainda confiava no seu time, mesmo com tudo pesando contra.

Desde quando eu cheguei aqui, eu sempre disse para as jogadoras que a Ferroviária era grande. Quando se pensa em futebol feminino, é o projeto mais longo que se tem no Brasil. A cidade de Araraquara abraça muito o futebol desde 2001. Nós treinamos muito. Infelizmente, não conseguimos fazer muitos amistosos, fizemos apenas um antes da Libertadores e não tivemos o resultado que queríamos. Estávamos nos preparando, estávamos bem. Mas, chegamos no primeiro jogo, não estávamos bem, não nos encontramos e nada dava certo. Essa derrota foi muito ruim, mas, senão fosse essa derrota, ia mascarar algumas coisas que precisávamos enxergar e eu acredito que não estaria falando com vocês agora”, contou.

Lindsay já trabalhou na Seleção Brasileira Sub-17 Feminina, sendo auxiliar da técnica Simone Jatobá. Então, conhece bem esse trabalho que vem sendo feito e precisa ser realizado com a base brasileira. Atualmente, a Ferroviária tem algumas atletas que subiram da base, como as goleiras Yanne e a Lucilene.

“A gente vai precisar colocar essas meninas para jogar. Pensamos sim na base, nessa transição. Nós temos uma base de bastante tempo já. A gente tem a base, procuramos trabalhar com ela e haverá transições”, disse.

Além disso, a técnica realiza um trabalho de acompanhamento juntamente com o técnico da base, Anderson.

O começo da temporada de 2021

A Ferroviária inicia os trabalhos de 2021 no dia 18 de abril. Diante do Palmeiras, às 20h, fará a primeira disputa do Campeonato Brasileiro A1 Feminino. Foram dois times que tiveram bastante mudanças para esse novo ano. As Guerreiras Grenas trouxeram algumas atletas que atuavam no alviverde paulista em 2020.

Além do Brasileirão, a Ferroviária vai disputar o Campeonato Paulista Feminino e também, novamente, a Taça Libertadores da América, agora referente ao ano de 2021. O Paulistão ainda está sendo definido, por conta da pandemia da Covid-19.

“Eu vou procurar usar todas as meninas. Não sei como vai ficar o calendário do Paulista, está complicado. Todas precisam estar aptas para jogar, precisamos dar minutagem e fazer a transição. Acho que o clube me trouxe por isso”, contou.

Para a Libertadores, Lindsay comentou sobre o crescimento da modalidade. Atualmente, está mais difícil e mais disputado para os times femininos brasileiros que disputam a competição.

Por isso, ela reforçou: “Eu tenho um elenco de trinta e três titulares, todas as meninas jogam, todas vão ter minutagem. Se estiverem treinando bem, vão jogar. Tenha ela 15 anos, 38 anos".

A técnica ainda afirmou que é preciso saber o que é jogar a Libertadores da América, o que é lidar com essa pressão dentro e fora de campo. “Precisamos nos programar, ter plano A e plano B, temos jogadoras para isso”, finalizou.

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