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Futebol Brasileiro

Bolsonaro defende volta do futebol e mantém contato com Renato Portaluppi

Presidente do Brasil afirmou que chance de jogadores morrerem de Covid-19 é infinitamente pequena

Presidente Jair Bolsonaro em amistoso da seleção brasileiro no estádio Mané Garrincha, em Brasília
Presidente Jair Bolsonaro em amistoso da seleção brasileiro no estádio Mané Garrincha, em Brasília (Getty Images)

Por Redação do Esporte Interativo

Em meio à indefinição sobre o futebol no mundo, o presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, voltou a defender o retorno do esporte no país. Em entrevista à 'Rádio Guaíba', de Porto Alegre, o presidente defendeu sua posição afirmando que os jogadores, por serem jovens e possuírem boas condições físicas, têm chances infinitamente pequenas de morrerem caso sejam infectados pelo novo coronavírus.

"No momento, existe já muita gente que entende, que está no meio futebolístico, que é favorável à volta porque o desemprego está batendo à porta dos clubes também. Com essa idade jovem, o jogador, ele dificilmente, caso seja acometido pelo vírus, a chance de ele partir para a letalidade é infinitamente pequena. Até pelo estado físico, pela higidez que tem esse atleta. Agora, eles têm que sobreviver".

Bolsonaro afirmou que a maioria dos profissionais de futebol no Brasil não recebem bem, e por isso têm a necessidade de retomar normalmente às atividades. O presidente deixa claro que não será ele a 'reabir ou não' o futebol no país, mas que já conversou com o ministro da Saúde (Nelson Teich) e espera um parecer positivo seu e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para os jogos retornarem sem torcida.

"Muitas vezes a gente tem o pensamento que o jogador, que todo mundo ganha horrores. Não, a maior parte não ganha bem e precisa do futebol para sustentar sua família. Estão passando necessidade. Não sou eu que vou abrir ou não o futebol, mas já conversei com o ministro da Saúde para dar um parecer um neste sentido, para que o futebol volte sem torcida. Então, da nossa parte, esse parecer deve ser feito, como acertado com o ministro Nelson Teich e como parece que também a Anvisa vai dar um parecer nesse sentido".

O presidente disse ainda que está em contato com um dos treinadores mais importantes do futebol brasileiro no momento, Renato Portaluppi. Bolsonaro conta que ligou algumas vezes para o técnico do Grêmio para conversar sobre a situação do esporte no país, principalmente para ver o lado dos jogadores. Em um primeiro momento, o comandante do Tricolor gaúcho afirmou que não via sentido no retorno, uma vez que os atletas ainda estavam 'apavorados' com tudo.

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"Sim, algumas vezes eu liguei para o Renato Gaúcho para exatamente ter informações dele do que pensa o atleta no tocante a voltar o futebol ou não. Como também tenho conversado, já falei algumas vezes. A decisão de voltar o futebol não é minha, não é do presidente da República. Mas nós podemos colaborar. Desde lá de trás, quando conversei com o Renato Gaúcho a primeira vez, eu falei: ‘Renato, por mim volta’. Ele falou ‘mas há um sentimento entre os jogadores de que não pode voltar agora’, porque o povo estava apavorado. Ainda está apavorado. Fizeram uma campanha enorme de terror junto à população no tocante ao vírus, como se nós pudéssemos ficar livre do vírus, como se o vírus fosse matar todo mundo. Esse vírus é letal para quem tem comorbidade e para quem tem idade avançada. Esse tem que ter um cuidado todo especial. Quanto aos jogadores, até falei para o Renato na época, e com o estádio fechado, ele falou ‘presidente, a questão é dos jogadores’.

Procurada pela equipe do Esporte Interativo, a assessoria de Renato Portaluppi confirmou que o treinador manteve conversas com o presidente Jair Bolsonaro pelo menos uma vez por semana, porém não revelou a posição oficial do gremista sobre o retorno do futebol. Nesta quinta-feira (30), o lateral Cortez contou que o Grêmio comunicou aos jogadores para se apresentarem no clube na próxima segunda (04).

Opinião do especialista

Em entrevista exclusiva ao Esporte Interativo, o neurologista Dr. Renato Anghinah, representante do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, explica que estipular data para retorno do futebol é 'achismo' e volta aos treinos exigiria confinamento inédito no esporte.

"Quem tiver respostas prontas, algum médico ligado a qualquer Federação falar: 'vai voltar assim' ou 'vai voltar tal dia' está fazendo exercício de futurologia. Para podermos convergir para algo mais seguro para todos os envolvidos, vamos primeiro depender da evolução da doença, que é nova, então ninguém tem respostas. É preciso observar diariamente. Estamos discutindo normas que deem segurança quando for decidido, e se for decidido, que vai haver o retorno do futebol. Quando voltar, todo mundo volta jogando? Ou será melhor uma volta gradativa, primeiro com treinamento?", revela o neurologista, que justifica não haver qualquer protocolo pronto: "não existe fórmula mágica, até porque não envolve somente jogadores. Envolve público, comissão técnica, por exemplo pessoas com mais de 60 anos ou alguém do grupo de risco entre os treinadores e outros profissionais de segmentos diferentes. A própria imprensa vai se colocar em risco".

Posição da CBF

Na última terça-feira (28), a Confederação Brasileira de Futebol, em nota oficial, explicou sua posição junto às federações estaduais. Confira abaixo um trecho do posicionamento:

"O compromisso das entidades é construir um calendário e protocolos para a retomada gradual das competições, a começar pelos campeonatos estaduais, ainda sem data definida. Ficou assegurada a autonomia das Federações Estaduais na condução dessas medidas junto às autoridades de saúde, respeitando as características e o momento vivido por cada Estado em relação à pandemia. O primeiro passo será a retomada dos treinamentos por parte dos clubes, o que poderá ocorrer a partir do momento em que se encerrarem as férias coletivas dos atletas".

Em entrevista recente ao 'Fora de Jogo', do Esporte Interativo, Walter Feldman, secretário-geral da CBF, não via condições para retorno do futebol no Brasil naquele momento. Assista:

Walter Feldman diz que futebol brasileiro não tem prazo para voltar

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