Com crescimento estrutural e 'pés no chão', Fortaleza permanece na Série A e mantém equilíbrio financeiro

Em uma temporada atípica para o futebol mundial, o Fortaleza conseguiu garantir a permanência na Série A do Brasileirão e estará presente na elite do futebol brasileiro pelo terceiro ano consecutivo em 2021. O Leão do Pici fez 41 pontos e terminou a competição na 16ª colocação.

Desde 2018, o clube acumula conquistas dentro e fora dos gramados, durante a gestão do presidente Marcelo Paz. Desde que assumiu o cargo, profissionalizou departamentos internos, organizou as finanças do Fortaleza e colocou o time de volta nas principais competições do futebol brasileiro. Tudo isso, é claro, com a contribuição dos profissionais de diferentes áreas do clube.

Nos últimos dois anos, o tricolor de aço conquistou o título da Série B em 2018, a Copa do Nordeste em 2019 e um bicampeonato estadual (2019 e 2020). Além disso alcançou, também em 2019, a segunda melhor campanha de uma equipe nordestina no Brasileirão, considerando o atual formato, disputado desde 2006. Na ocasião, terminou em 9º lugar na tabela e 53 pontos, posição que garantiu uma inédita participação na Copa Sul-Americana.

“Acredito que o mais importante é ter equilíbrio. O Fortaleza já se acostumou a gastar apenas o que tem, e não ia ser em ano atípico que iríamos sair do planejamento. Apesar de todas as dificuldades, conseguimos manter o time, honramos com todos os compromissos com nossos funcionários e nos unimos para conquistar o objetivo final”, conta Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.

Dentro do “novo normal”, a diretoria precisou de criatividade na geração de receitas para conseguir manter a boa fase. Isso principalmente pelo fato de um dos grandes triunfos do clube ser, antes da pandemia, a presença massiva dos torcedores da Arena Castelão que, em 2019, foram os responsáveis por colocar o Fortaleza com a 2ª melhor média de público de um mandante no campeonato, atrás apenas do campeão Flamengo.

Na edição de 2020 do Brasileirão, mesmo sem a presença de seus apoiadores, o clube conquistou 73% dos pontos que acumulou na competição jogando como mandante.

Marcelo Paz conta como o clube encarou os desafios impostos pela pandemia no aspecto financeiro: “A direção precisou montar uma logística financeira, com negociação de pagamentos, readequação de despesas e contato com os fornecedores. O nosso histórico positivo no mercado nos ajudou, as pessoas entenderam que era uma situação momentânea. O futebol é o carro-chefe de um clube e tivemos que trabalhar muito para a crise atrapalhar o mínimo possível. A venda do Everton Cebolinha também foi muito importante, o dinheiro entrou em momento delicado e nos ajudou no restante da temporada”.

Na temporada, o Fortaleza disputou a Copa Sul-Americana, primeiro torneio internacional oficial da história do clube, e a Copa do Brasil, em que avançou até a fase de quartas de final e garantiu uma premiação importante para as finanças no restante da temporada.

O presidente ressalta processos internos realizados que pavimentam um futuro mais sólido e promissor ao Leão do Pici: “A profissionalização da gestão, com a diretoria remunerada, foi uma grande virtude. Além disso, conseguimos transformar o clube estruturalmente, manter o trabalho das comissões técnicas, tanto com o Rogério Ceni, como o Enderson Moreira, que pretendemos seguir trabalhando lado a lado. O futebol não se resume aos títulos, temos que manter a serenidade quanto às críticas, resistir às tentações no mercado e seguir trabalhando com uma gestão responsável”.

Com lugar garantido na primeira divisão outra vez, o Fortaleza planeja mais um ano com responsabilidade. A diretoria promete dar continuidade ao trabalho realizado até aqui, com foco em alçar voos maiores, mas sem cometer ações que possam comprometer as finanças.

“É a primeira vez na história que o clube consegue se manter por três anos na Série A, teremos uma temporada promissora, com a oportunidade de crescer ainda estruturalmente, investir na base e buscar os melhores resultados esportivos”, afirma Paz.

“Queremos ser uma referência esportiva no Nordeste, o nosso crescimento no ranking da CBF vai nos possibilitar participar de mais competições nas categorias de base. Fora dos gramados, fortalecer a marca do clube, gerar ativos e não se limitar apenas ao futebol. Atualmente, investimos em uma série de outras modalidades, tendo um contato com outros públicos e expandindo o nome do Fortaleza”, completa o mandatário.

Com o fim do Campeonato Brasileiro, o Tricolor de Aço tem como próximo compromisso a estreia na Copa do Nordeste 2021 contra o CRB, na próxima quarta-feira (3), às 19h30, na Arena Castelão. Já no Campeonato Cearense, a equipe inicia sua caminhada no dia 8 de março, ganhando um precioso tempo para trabalhar a recuperação física dos jogadores e iniciar mais um ciclo de competições.