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Futebol Brasileiro

De família "vende tudo", Kaio Jorge deixou recusa do São Paulo para trás para fazer sucesso no Santos e rejeitar o Atlético de Madrid

Atacante não entrou nas categorias de base do São Paulo depois de fazer gol de bicicleta em treino porque "não cresceria" e conseguiu a chance no Santos graças a um esforço financeiro familiar muito arriscado

Kaio Jorge tem 38 jogos pelo time principal do Santos em 2020 e marcou sete gols
Kaio Jorge tem 38 jogos pelo time principal do Santos em 2020 e marcou sete gols (Ivan Storti/Santos FC)

Por Rodrigo Fragoso

O menino Jorge, nascido em Olinda e criado no bairro de Piedade, em Recife, já enxergava no pai Jorge o seu destino, ainda que o potencial fosse bastante diferente. "Ele não foi um grande jogador, mas fazia uns golzinhos, hein", disse rindo o atacante Kaio Jorge quando foi perguntado sobre a trajetória do também atacante Jorge Ramos. Ele passou por Porto-PE, Petrolina, Sport, Gama e Chaves, de Portugal, entre outros clubes. O golaço de Jorge (o Ramos) não aconteceu dentro de campo. Aconteceu no momento em que ele tomou a decisão, junto com a esposa, de vender tudo para realizar o sonho do menino Jorge (o Kaio) de treze anos.


"Eles não tinham muita condição financeira e passar duas semanas em Santos fazendo teste era caro demais. Venderam tudo. Minha mãe, por exemplo, vendeu até perfume, joia. Meu avô também ajudou e um outro amigo do meu pai. A gente precisava comprar minha passagem, a passagem do meu pai e pagar a hospedagem", lembra Kaio Jorge. Não havia nenhuma garantia de que ele passaria e ainda pesava a última resposta de um clube do Estado para o garoto quatro anos antes, quando ele ainda tinha nove anos de idade.

Apaixonado por futebol, Jorge Ramos era grande incentivador do filho, Kaio Jorge, que tinha 11 anos na época da foto com o pai (Foto: Arquivo pessoal)
Apaixonado por futebol, Jorge Ramos era grande incentivador do filho, Kaio Jorge, que tinha 11 anos na época da foto com o pai (Foto: Arquivo pessoal)


O "NÃO" DO SÃO PAULO E O SUSTO DE JORGE RAMOS NO PRIMEIRO TESTE DE KAIO NO SANTOS

"Eu tinha feito um teste no São Paulo. Arrebentei no coletivo, fiz seis gols, um deles de bicicleta e eles não me aceitaram porque disseram que eu não ia crescer. Fiquei bem triste, mas tudo deu certo e eu vim parar no Santos depois". Se no Tricolor tudo o que Kaio Jorge fez no treino coletivo não bastou para uma oportunidade, poucos minutos no Santos foram suficientes para que o coração do pai, escondido em uma árvore para poder assistir a primeira oportunidade do garoto no CT, disparasse sem saber o que acontecia com Kaio.


"No primeiro dia de teste eu estava fazendo um bobinho no aquecimento e em cinco minutos pediram para eu sair do treino. Eu não entendi o que eu tinha feito de errado! Fiquei nervoso, achei que estava desperdiçando a oportunidade da minha vida. Aí veio o treinador perguntando se eu queria ficar e morar aqui", relembra o atacante que só pôde contar para o pai depois da atividade que aqueles poucos minutos já cumpriram com o esforço feito pela família para levá-lo ao teste.

Em 2018, Kaio Jorge assinou seu primeiro contrato profissional com o Santos (Ivan Storti/Santos FC)
Em 2018, Kaio Jorge assinou seu primeiro contrato profissional com o Santos (Ivan Storti/Santos FC)

DEPOIS DE SE TORNAR JOGADOR SANTISTA NA BASE, KAIO JORGE DISSE "NÃO" AO ATLÉTICO DE MADRID


Cinco minutos foram suficientes para o Santos entender que valia a pena ter Kaio Jorge nas suas categorias de base aos 13 anos. Poucos meses no Peixe foram suficientes para que o Atlético de Madrid concluir que valia a pena investir num garoto de 14 anos. No entanto, os Jorge's concordaram que não era hora de deixar o Brasil. "Meu pai me instruiu a fazer história aqui e eu estava muito feliz por jogar no Santos, então não vi motivo naquele momento para sair", revelou o atacante de 18 anos.


Assim que foi federado pelo clube, Kaio Jorge pôde trazer a mãe para morar em São Paulo e auxiliá-lo, ao lado do pai, a realizar o sonho de se tornar jogador de futebol, assim como Jorge Ramos. "O Santos me ajudou com isso. E enquanto eu treinava na base, eu olhava lá pro fundo do CT Rei Pelé e via os jogadores todos correndo com aquelas camisas brancas. Eu ficava doido e pensava que uma hora a minha vez chegaria". E chegou rápido, aos 16 anos Kaio Jorge já estreava pelo time principal do Santos e começava a se acostumar com a pressão do time de cima.


Hoje o menino de Olinda, jogador de bolinha de gude e bola de futebol do bairro de Piedade na infância, se tornou o Menino da Vila, centroavante da equipe principal do Santos aos 18 anos de idade. Kaio Jorge arrisca de dentro da área, de fora da área, com a camisa do Santos e com a camisa da Seleção, de todas as formas e jeitos possíveis, afinal, qualquer risco que ele assumir para colocar a bola nas redes é pouco arriscado perto do risco que correram seus pais para vê-lo realizar o sonho de arriscar nos gramados do Brasil e do mundo.

O esforço familiar permitiu que Kaio Jorge vestisse a camisa da Seleção na Copa do Mundo sub-17 de 2019 e conquistasse a chuteira de bronze com cinco gols na competição (Foto: Arquivo Pessoal)
O esforço familiar permitiu que Kaio Jorge vestisse a camisa da Seleção na Copa do Mundo sub-17 de 2019 e conquistasse a chuteira de bronze com cinco gols na competição (Foto: Arquivo Pessoal)

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