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Futebol Brasileiro

EXCLUSIVO: Advogado do Palmeiras trata liberação de Dudu como ‘um gol’ e revela estratégia para vitória inédita na FIFA

André Sica revelou, em entrevista exclusiva à TNT Sports, como foi o processo para antecipar volta do atacante e ídolo Dudu em um mês na FIFA
 

André Sica, advogado do Palmeiras
André Sica, advogado do Palmeiras (Divulgação)

Por Rodrigo Fragoso

A torcida do Palmeiras viu o clube marcar um golaço às 12:43 (horário de Brasília) deste 02 de julho de 2021. Esse foi o momento preciso no qual o clube anunciou que o Departamento Jurídico havia conseguido, num caso sem precedentes, a liberação da inscrição do atacante Dudu junto à FIFA fora do período de abertura da janela de transferências internacionais. Inicialmente, o ídolo do clube só poderia voltar a jogar em agosto.

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Conhecido da torcida do Palmeiras por liderar vitórias jurídicas que trouxeram reflexos importantíssimos nas conquistas recentes mais importantes do clube, o advogado André Sica conversou de forma exclusiva com a TNT Sports sobre mais um triunfo jurídico celebrado pela diretoria e pela torcida palmeirense e trouxe bastidores do feito inédito no Brasil. Confira a entrevista na íntegra:

TNT Sports: Primeiro, gostaria que você explicasse o problema: por qual motivo Dudu não poderia jogar até 01/08.


André Sica: “A janela do meio do ano, em razão da pandemia, se abriria somente em agosto e os jogadores só podem ter o Certificado de Transferência Internacional circulado entre federações durante a janela. Ou seja, a CBF não poderia receber este Certificado de Transferência Internacional e o Dudu não poderia ser inscrito no BID. Desta forma, teria de aguardar até agosto para voltar a jogar”.

TNT Sports: Não havia precedentes nesse tipo de liberação da FIFA, correto? Dá para considerar como um resultado histórico?


André Sica: “Não havia precedente mesmo. Foi um movimento inédito. Por exemplo, existem instruções da FIFA em relação a períodos pandêmicos e términos de contrato durante vigência da pandemia, sobre possibilidade de extensão de contrato, de renovação, mas o caso específico de transitar um atleta fora da janela não era previsto como exceção. E, pelo menos no Brasil a gente sabe que isso ainda não tinha acontecido. Histórico já não sei, porque aí depende do que pode refletir dentro de campo. Por exemplo, o movimento que conseguimos com o Dudu em 2015, quando transformamos uma punição de 180 dias em dois jogos e ele foi decisivo na Copa do Brasil, foi histórico, né? Assim como o movimento de liberação do Rony em relação ao problema com o time japonês no ano passado, também foi histórico, sabe? Por conta da importância dele na Libertadores”.

TNT Sports: Quando vocês iniciaram o processo para obter a liberação da inscrição do Dudu fora da janela?


André Sica: “Somos muito próximos do Departamento de Futebol. O departamento jurídico é bastante proativo também, então se antecipa às questões. A partir do momento em que o Al-Duhail não exerceu a opção de compra do jogador, nós começamos a estudar como enquadraríamos uma exceção pra tentar trazê-lo de volta ao time antes da janela”.

TNT Sports: O que foi determinante para que a FIFA aceitasse este pedido?

André Sica: “A gente atacou da seguinte forma: no momento que realizamos os empréstimos, nós tomávamos por base as datas habituais das janelas. É assim que todo mundo procede, justamente para casar o fim do empréstimo com o retorno do atleta. Mas em razão da pandemia, que foi um caso de força maior, essas janelas sofreram alterações inesperadas. E essas alterações inesperadas permaneceram no Brasil por mais tempo do que em outras jurisdições. Por exemplo, as jurisdições mais importantes do mundo do futebol, na Europa, já tiveram a regularização da janela de meio de ano. As datas do meio do ano já se adequaram aos padrões normais. O Brasil foi uma das poucas jurisdições que permaneceram com uma janela de meio do ano irregular, ou seja, fora do padrão. E isso traria um prejuízo inesperado pro clube e pro atleta. O clube bancando atleta sem poder utilizar e o atleta se mantendo ativo, mas sem poder exercer sua profissão. As janelas de transferências, historicamente, obedecem datas pré-determinadas. A primeira começa em janeiro e termina em março, por exemplo. Depois em começo de julho até fim de agosto. Mas por conta da pandemia, essas janelas se deslocaram. A de julho se deslocou inteira pra agosto! Então você perdeu um mês. A nossa foi mais para frente e não voltou em razão da pandemia em níveis altos. Como a Europa controlou melhor a pandemia, as janelas se normalizaram mais rápido. Foi dessa forma que atacamos e obtivemos o resultado inédito.

TNT Sports: O processo foi rápido?


André Sica: "Foi super rápido. A gente só teve a possibilidade de fazer esse pedido quando pudemos pedir o retorno do atleta. Você não pode pedir com antecedência. Então a gente se estruturou desde maio, mas efetivamente fizemos o pedido no dia 30 de junho, quando o problema se consolidou. Tanto a CBF quanto a FIFA foram muito ágeis. Já conversávamos com eles sobre a possibilidade e no momento que eles receberam o ofício, foram rápidos".

TNT Sports: Como foi a recepção da notícia de que vocês haviam conseguido? A comemoração foi grande?


André Sica: "Foi ao meio-dia! A recepção foi a melhor possível. Primeiro pelo trabalho jurídico, que foi muito bom. Nós já estamos colecionando um histórico de bons resultados, mas o legal é poder efetivamente fazer parte de um processo. Ajudar, sabe? Conseguir materializar essas vitórias na recepção e repercussão da torcida, que tem sido enorme, e na felicidade do presidente e dos dirigentes, é muito gratificante. É por isso que se torna tão gostoso e prazeroso trabalhar na área que trabalhamos. Conseguimos ter um pouco da sensação de marcar e comemorar um gol".

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