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Futebol Brasileiro

EXCLUSIVO: Crivelari conta sobre sua passagem pelo Corinthians e nova fase no futebol europeu

Ex-jogadora do Alvinegro paulista abriu o jogo a respeito da experiência no Levante U.D,  sonhos e a conquista do Campeonato Brasileiro de 2021, mesmo após a sua saída 

Crivelari em seu último campeonato pelo Corinthians
Crivelari em seu último campeonato pelo Corinthians (LEONARDO SGUACABIA, Photopress/Gazeta Press)

Por Ludmilla Florencio e Tayna Fiori

Quatros temporadas e cinco títulos depois, incluindo a conquista do Campeonato Brasileiro de 2021, Giovanna Crivelari deixou o Corinthians para viver seu sonho no futebol europeu. A paranaense de 28 anos, que começou sua história no futebol feminino no Santos, em 2010, agora vive uma nova história.

No Levante Uníon Deportiva desde julho, clube da Espanha, a atleta afirmou estar realizando um sonho e à TNT Sports abriu o jogo sobre seu novo momento na carreira, Champions League e objetivos.

Você fez parte de mais um título do Corinthians Feminino, atuou em nove jogos, marcando quatro gols e dando cinco assistências. Como é para você ter feito parte de um dos maiores clubes brasileiros? E como é poder ter participação em mais um título? Medalha tá guardada no Brasil?

Giovanna Crivelari: "Eu fiquei muito feliz, mesmo distante, eu estava aqui acompanhando os jogos. Mesmo com os horários mais difíceis, tentei acompanhar algumas partidas. Mas eu estava torcendo pelo Corinthians e, como você falou, eu fiz parte e esse título, creio que, eu possa colocar no meu currículo. Foram poucos jogos, cinco assistências, quatro gols... Acho que se tivesse ficado até o final, teria feito muito mais. Mas fiquei muito feliz, tive que sair, fiz história, fiz história no clube. Todos os títulos que ganhei... Então, era hora de lutar por novos sonhos e ir em busca de novos objetivos".

Você agora está na Europa, mas em algum momento futuro pretende voltar para o Brasil? Gostaria de retornar para o Corinthians?

Giovanna Crivelari: "A gente conversou com a comissão depois que eu saí e as portas estão sempre abertas para mim no Corinthians, por tudo que eu fiz pelo clube, por todo trabalho que foi feito. Com certeza, acho que, se eu voltar para o Brasil, lá é minha casa e minha primeira opção. Acho que com certeza seria voltar para o Corinthians. Recebo muitas mensagens de torcedores e isso é legal, o apoio que eles ainda têm por mim, é muito gratificante"

O carinho fica para sempre".

 Foto: Richard Ducker/FramePhoto/Gazeta Press
 Foto: Richard Ducker/FramePhoto/Gazeta Press

Bom, você saiu do Corinthians no meio da temporada em direção ao Levante, que até aquele momento estava na disputa da UEFA Champions League. O que te moveu a escolher o time?

Giovanna Crivelari: "Todos os anos eu tenho muitas propostas, mas a gente tem que escolher e ver o que vai ser melhor. Claro que a gente não sabe, nunca sabe, o que vai ser melhor mesmo. Mas eu sabia que o Levante era um clube que estava disputando com os grandes da Espanha, o Barcelona, o Real Madrid... Ele estava entre os três. Infelizmente, ainda não tive nenhum proposta do Barcelona e do Real... Mas conhecia a Juce, que está jogando aqui, entrei em contato com ela e tirei várias dúvidas. Assisti alguns jogos e vídeos, vi que era uma equipe muito boa, que estava ali brigando, tinha um treinador novo que havia acabado de chegar bom também. Então, acho que isso ajudou na minha decisão e claro, jogar uma Champions League, que não tem preço isso".

O Levante tem um projeto mais recente no futebol feminino, você acha que podemos comparar com, por exemplo, o Barcelona? O que o clube tem de diferente para oferecer a vocês?

Giovanna Crivelari: "O projeto é muito bom, a estrutura é muito boa e eu acho que realmente é o nome que muda. Porque temos o que o masculino tem, viajamos para Champions com o avião do masculino, treinamos no mesmo lugar. É um grande projeto para poder buscar alguns títulos".

Quais são as grandes diferenças em atuar no Brasil e com o futebol brasileiro, para atuar na Espanha com uma outra escola de futebol?

Giovanna Crivelari: "Eu estava no melhor clube do Brasil, que é o Corinthians. Com as melhores estruturas, os melhores profissionais... E senti muita diferença vindo para o Levante. Fisicamente, tecnicamente... Estrutura acho que não, porque o Corinthians é um dos melhores que tem e isso não teve muita diferença. Mas em relação a campo, técnica, física, é bem diferente. É muito mais forte aqui. Eu sofri no começo, foi difícil de me adaptar, agora que estou me sentindo melhor, jogando aos poucos, fazendo gols. Já dois jogos titulares,mas tem muita diferença sim" .

Ainda no Brasil, mesmo estando no Corinthians, (o futebol feminino) ainda está muito abaixo fisicamente e tecnicamente".

Crivelari atuando pelo Corinthians em 2019. Foto: Gazeta Press
Crivelari atuando pelo Corinthians em 2019. Foto: Gazeta Press

"No Brasil a gente joga mais solto, é o estilo brasileiro de se jogar. Aqui é mais técnica, passe de primeira, dois toques na bola e muita força".

Você chegou no Levante e teve a oportunidade de jogar a fase classificatória da UEFA Champions League. Qual foi a sensação de poder estar em campo na maior competição que temos? Realização de um sonho?

Giovanna Crivelari: "Isso aconteceu no jogo de volta lá, que eu fui titular. Entrar, ouvir aquela música e olhar para torcida, ver que eu estava jogando uma Champions League foi incrível. É uma sensação única".

Além de jogar, você marcou um gol contra o Lyon, que tem uma das maiores goleiras atuais do futebol feminino, a Endler. Qual é a sensação de marcar na Champions? E como é marcar um gol em um nome tão forte do futebol?

Giovanna Crivelari: "Igual, vai ser a mesma sensação, como se fosse a primeira vez. É trabalhar aqui durante a temporada para poder ter uma classificação e jogar novamente a Champions League" .

Crivelari atua no Levante, da Espanha. Foto: Levante/Twitter
Crivelari atua no Levante, da Espanha. Foto: Levante/Twitter

Na Liga Iberdrola, vocês estão entre os dez primeiros e, particularmente, você vem sendo um dos grandes destaques, mantendo a sua história aqui no Brasil. Como é para você ser destaque? O que muda ser escolhida como melhor da partida, como aconteceu contra o Eibar?

Giovanna Crivelari: "O começo foi bem difícil, agora estou mais leve. Tive a mudança de posição, estou jogando de centroavante mesmo, mas eu gosto de estar na área, gosto de fazer gols. Então, estou me sentindo melhor agora, me soltando aos poucos e que continue assim".

Como é para você atuar ao lado de outras brasileiras, como a Gio Queiroz e a Jucinara? O quanto ajuda e faz a diferença nos treinamentos e dia a dia?

Giovanna Crivelari: "É muito bom ter duas brasileiras. Durante o treino, se você quer fazer algum comentário, falar alguma coisa, você já chega perto das duas e comentam o que você está achando e pensando. O espanhol eu entendo tudo, estou aprendendo a falar aos poucos, estou quase uma espanhola já. Mas a convivência com as brasileiras é muito boa, tem uma portuguesa também. Então, isso ajuda e é muito bom no dia a dia ter elas por perto".

Você pretende trazer mais brasileiras para jogar com você? Quem do Corinthians faz falta no seu dia a dia que você gostaria de jogar junto novamente

Giovanna Crivelari: "Sinto falta das brincadeiras, danças e risadas... Eram todos os dias, o clima lá era muito leve e descontraído, isso eu sinto muita falta. A gente fala né! 'Vem jogar aqui, o clima aqui é muito bom, vem ganhar mais dinheiro...'. As mais próximas eram a Vic, a Guil e a Ju. Eu morava com ela, então é muito minha amiga. E tem outras amigas de outros clubes também, muitas que me perguntam como que é aqui e eu falo que é muito bom, futebol é muito bom e é um aprendizado. Então, tem umas aí que estou tentando puxar".

Será que poderemos ver você e a Vic. Albuquerque de novo?

Giovanna Crivelari: "Quem sabe? Vamos fazer muitos gols assim... Acho que o torcedor não ia gostar mais de mim".

Falando um pouco sobre seu futebol, você é uma jogadora muito versátil, atuando e agradando a Pia até na lateral da Seleção. Como você faz para se manter em forma para essas trocas? Como é a mentalidade para trocar a chavinha de atacante, para lateral e até mesmo goleira?

Giovanna Crivelari: "Pra mim, é natural, porque eu estudo muito e observo muito. Eu sei fazer a função e, estando bem fisicamente, acho que isso já é mais de 50%. Eu estive na Seleção de lateral direita, fiz alguns jogos no Corinthians, mas eu aprendi muito lá (Seleção). Todas as manhas, tudo que eu tenho que fazer, eu sei, já está tudo lá na minha cabeça, já está na minha mente e só estando bem fisicamente, só trabalhar. Quando a gente já sabe, fica tudo mais tranquilo".

Como você vê que essa sua atuação e destaque dentro da Liga Iberdrola e do Levante podem te ajudar em relação a possíveis convocações e uma possível disputa da Copa América, em 2022?

Giovanna Crivelari: "Quando falam da Seleção, falam do meu sonho. Sempre vai ser representar o Brasil e estar lá, sendo de centroavante, atacante ou lateral. Vou estar trabalhando, como sempre fiz, com o objetivo de dar o meu melhor e conseguir seguir lá por muito tempo".

Veja o bate-pronto com Giovana Crivelari:

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