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Futebol Brasileiro

EXCLUSIVO: Dudu defende Abel Ferreira e discorda de críticos ao Palmeiras pela postura na classificação para a final da Libertadores

Atacante e ídolo palmeirense ainda avisa que Flamengo seria o favorito hoje e ri de quem desdenhava do Palmeiras na semifinal

Dudu fez o gol que colocou o Palmeiras na final da Libertadores pelo segundo ano consecutivo
Dudu fez o gol que colocou o Palmeiras na final da Libertadores pelo segundo ano consecutivo - Cesar Greco/Palmeiras (CESAR GRECO/Palmeiras)

Por Rodrigo Fragoso

Muita gente não acreditava, mas deu Palmeiras na final da Libertadores. O favoritismo majoritariamente entregue ao Atlético-MG por diversos analistas e torcedores foi combustível para que o atual campeão da Copa Libertadores da América mostrasse que quer mais, independentemente de um adversário estrelado do outro lado ou da falta de apreço pelo aplicado futebol que o fez erguer não só a taça continental na temporada passada, como também o troféu da Copa do Brasil.


Em entrevista exclusiva à TNT Sports, o atacante Dudu revela o que sentiu na comemoração do gol da classificação para a decisão, comenta a criticada estratégia utilizada pela equipe para eliminar o Atlético-MG, rebate as críticas de muitas pessoas sobre o futebol praticado pelo elenco alviverde e também coloca o rival Flamengo como favorito ao título caso a data da decisão estivesse próxima.

Rodrigo Fragoso: Qual foi o sentimento que veio à sua cabeça no momento daquele gol?
Dudu: “Naquele momento ali também foi um pouco da sensação de saber que a gente tinha cumprido o que pensamos antes do começo do mata-mata contra o Atlético-MG. A gente sabia que tinha chegado no nosso objetivo que era fazer um gol. Nós fizemos dois jogos nos quais fomos inteligentes. Sabíamos que tínhamos que jogar o primeiro jogo em casa e é muito ruim quando você toma o gol, então com um pouco de sorte e de capacidade, a gente fez um grande primeiro jogo, marcou bem e eles tiveram praticamente só a chance no pênalti. No segundo jogo a gente sabia que precisava fazer um gol. A gente foi pra lá com o pensamento de que se tomássemos um gol, a gente poderia ficar tranquilo, porque a gente continuaria só precisando fazer um gol. Depois que conseguimos o que a gente mais queria, que era o gol, era só não tomar o segundo. E cumprimos bem com esse objetivo”.

Rodrigo Fragoso: Paulo Autuori certa vez em entrevista para a TNT Sports comentou que o futebol brasileiro vive sob uma “ditadura da posse de bola”, na qual só se elogia uma equipe quando o jogo carrega essa ideia. O elenco e a comissão técnica se incomodaram com as críticas à estratégia que o Palmeiras utilizou para avançar à final?
Dudu: “Acho que o pessoal às vezes não vê os números, porque o Palmeiras é um dos melhores ataques da Libertadores e do Brasileirão, então acho que eles não enxergam essas coisas. Se você for ver os times brasileiros, de 10 gols que fazem no Brasileirão, sete ou oito são de contra-ataque. Não são só times que tem posse de bola que ganham o jogo. Quando dá pra ter, nós vamos ter, mas quando for pra jogar com contra-ataque, vamos jogar no contra-ataque. O Abel usa os jogadores que tem e se ele tem jogadores de velocidade e de explosão, não pode ir no foco do que as pessoas querem que o time seja. A gente está no caminho certo, na final da Libertadores e vivos na disputa do Brasileirão”.

Rodrigo Fragoso: Nos bastidores, um trecho da preleção que é possível ver tem um slide na tela com os dizeres: - “Vocês sabem quem são. Não chegamos aqui por acaso. Nós somos os donos do nosso futebol. Cada um de vocês sabe bem o que fazer”. Essa era uma espécie de mensagem para que vocês não refletissem sobre o que muitos falavam do estilo de jogo da equipe?

<em>Foto: Reprodução TV Palmeiras</em>
<em>Foto: Reprodução TV Palmeiras</em>

Dudu: “Todos falavam que o Atlético-MG ia chegar na final, mas a gente sabe que futebol é assim mesmo quando tem um time muito bem na Libertadores, bem no Brasileiro, cheio de confiança tava cheio de confiança, né? Mas a gente sabe que é o atual campeão da Libertadores. A gente tem o nosso valor, nosso futebol, nosso jeito de jogar, jogadores grandes que foram campeões no ano passado. Não foi por acaso que chegamos na semifinal. Tiramos o São Paulo, que é um grande clube. A gente não duvida da nossa capacidade, sabe? É ter foco no jogo, só ali dentro de campo que importa, tudo se resolve dentro de campo, são os 11 jogadores”.

Rodrigo Fragoso: Entrar com o adversário como favorito é algo que motiva ainda mais?
Dudu: “Falaram que dos quatro que estavam na semifinal, o nosso time era o que menos jogava (risos), mas acho que a gente tem que deixar isso para as pessoas falarem, como o Abel sempre nos fala, nosso foco é fazer aquilo que precisamos fazer. Sabemos que se a final fosse hoje, o Flamengo seria favorito, eles estão jogando melhor, estão jogando um futebol mais bonito. Mas a gente tem o nosso valor, tem os nossos jogadores, tem nosso jeito de jogar e esperamos que quando acontecer a final, a gente esteja bem”.

Rodrigo Fragoso: Você temia não jogar uma final de Libertadores pelo Palmeiras? Saiu logo no ano em que o time alcançou a final.
Dudu: “Não, porque a gente sabe que o Palmeiras tem um grande elenco, uma grande estrutura e vai estar sempre brigando pelo título da Libertadores e do que disputar. Mas também sabemos que é muito difícil chegar numa final de Libertadores. Esse ano, então, mais difícil ainda. Pegamos o São Paulo, pegamos o Atlético-MG, foi um caminho difícil. Agora a gente conseguiu chegar, o que era nosso principal objetivo. Lá é um jogo de times grandes, de dois elencos grandes, de dois times que tem grandes jogadores e a gente sabe que tudo pode acontecer numa final. Os dois times estarão preocupados porque é um jogo que não se pode errar. Tem que estar bem e chegar bem”.

Rodrigo Fragoso: Como foi encontrar seus filhos depois da vitória?
Dudu: “Eles estavam em casa, foram até dormir tarde por causa do jogo! É uma emoção muito grande e eu sei do carinho que eles tem pelo Palmeiras, além do carinho que a torcida tem pelos meus filhos. Eles ficaram muito felizes, foi um gol muito importante pra mim porque classifica o time pra final de Libertadores, um time que veio do ano passado já campeão e agora chega de novo. Espero que eu possa voltar feliz do Uruguai! E se eles forem comigo, que eles voltem felizes, mas se não forem, quando voltar eu curto com eles aqui”.

Rodrigo Fragoso: Abel Ferreira fala em família quando fala sobre o elenco e sobre os funcionários do Palmeiras. Que tipo de sentimento é esse que ele passa pra vocês?
Dudu: “Acho que quem vive o Palmeiras sabe o que é esse termo de família que usamos, porque tanto os jogadores, quanto funcionários, somos todos muito unidos. E quando o Abel fala de família tem a ver com ele estar longe da família dele. E ali, o Palmeiras, agora é a família dele. Ele fala que vai pra casa e não tem ninguém, sabe? Está sempre sozinho. Quando a gente sai daqui pra jogar fora, a gente está sempre sozinho, com a mulher em casa, com os filhos longe... Ele está longe disso tudo aqui, então quando ele está no Palmeiras, ele se sente acolhido pela ‘Família Palmeiras’. O Palmeiras faz isso muito bem, sabe? É isso que ele quer dizer”.

Rodrigo Fragoso: Existe uma má vontade com o Abel Ferreira no Brasil?
Dudu: “Não sei explicar. O Abel é um grande treinador, ele está demonstrando isso no Palmeiras, as pessoas respeitam ele, às vezes tem um exagero pelo jeito dele, talvez. Tem que respeitar, todo mundo tem seu jeito de ser, mas não vou saber responder muito bem isso. Posso te falar por mim, que ele é tranquilo, bacana e um grande treinador”.

Rodrigo Fragoso: Vocês receberam no celular um vídeo que falava sobre entrega, sacrifícios e abrir mão de algumas coisas. O que aquilo significa?

<em>Foto: Reprodução TV Palmeiras</em>
<em>Foto: Reprodução TV Palmeiras</em>

Dudu: “Acho que todo jogador de futebol abre mão de muita coisa. Do final de semana, por exemplo, porque a gente está sempre concentrado. Claro que é muito bem pago, mas outras profissões também são muito bem pagas. Toda profissão exige que você abra mão de alguma coisa e a gente abre mão de finais de semana, feriados com a família, ficamos longe de casa muito tempo e tudo mais. Às vezes tem uma data especial na escola, todos os pais vão e nós não podemos ir”.

Rodrigo Fragoso: Ao tirar o Atlético-MG da Copa Libertadores da América, você acha que o Palmeiras conquista uma vantagem emocional pra tentar buscar o Galo no Brasileirão ou nada interfere nessa disputa que envolve outro troféu?
Dudu: “Eu acho que não, porque o Atlético-MG tem um treinador muito experiente. Eu conheço bem o Cuca e ele sabe lidar bem com essas competições pra guiar o time até o título. Brasileirão é difícil, todos os jogos são difíceis, então não pode vacilar. O Atlético tem uma diferença de pontos muito grande (oito pontos), então a gente sabe que vai ser muito difícil. Mas estaremos na disputa, queremos ter a melhor defesa, o melhor ataque, e assim estaremos ali em cima pra brigar”.

Rodrigo Fragoso: Ansioso pela volta da torcida do Palmeiras ao Allianz Parque?
Dudu: “A gente sabe que a torcida do Palmeiras nos ajuda muito dentro do estádio. Espero que quando eles voltarem, eles nos ajudem nessa caminhada do Brasileirão. E espero vê-los dia 27 lá no Uruguai também pra nos ajudar na disputa do título”.

Rodrigo Fragoso: Não troca mais de camisa até o fim da carreira?
Dudu: “Eu tenho contrato até dezembro de 2023, então até essa data eu vou estar jogando, aí depois é esperar o Palmeiras decidir se vai querer renovar ou não, né? Mas eu estou feliz no Palmeiras, todo mundo sabe! Um dos motivos que me fizeram ir pro Qatar ficou no passado, nem quero comentar mais sobre isso. O importante é que eu voltei feliz, voltei em alto nível, disputando títulos e espero conquistar essa Libertadores no dia 27. Espero também conseguir continuar brigando pelo Brasileirão, apesar de saber que muito difícil, nós não podemos desistir. Estamos em segundo lugar e vamos sim brigar por esse título até o final”.

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