EXCLUSIVO: Gabi Nunes abre o jogo sobre sua trajetória no futebol feminino
Do sonho do pai à realização da filha; maior artilheira da história do Brasileirão feminino viverá uma nova história no futebol europeu
Por Ludmilla Florencio e Tayna Fiori
A maior artilheira do Campeonato Brasileiro feminino da história. Essa é a marca que Gabi Nunes conquistou em maio de 2021, aos 24 anos. Mas o título ainda é pouco para a jogadora que, recentemente, anunciou a sua saída do Corinthians para viver novas experiências no futebol europeu.
O esporte, ao contrário da história de outras atletas, sempre foi presente em sua vida e de sua família. O pai e o irmão tinham o sonho de atuarem profissionalmente, mas foi através dela que isso se tornou uma realidade.
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“Eles me ajudam e me cobram muito a ser a jogadora que sou hoje, então, eu devo muito a eles”.
No ano de 2016, a história de recordes passou a ser escrita. Chegou no clube da capital paulista quando o clube fez uma parceria com o Osasco Audax para reconstruir a modalidade, pausada em 2008.
Foi neste ano, também, que a atacante recebia a sua primeira convocação à Seleção principal. “Um ano muito incrível pra mim (...). Tive a chance de jogar com grandes seleções e ver no que eu precisava melhorar e, desde lá, venho trabalhando muito para quando tiver novas convocações eu esteja sempre preparada para dar o meu melhor”.
Apesar de viver um sonho, o pesadelo das lesões acabou interrompendo sua carreira por um período. Em 2017, rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito em um confronto diante dos Estados Unidos.
A sua primeira lesão foi seguida de mais duas, tirando a atleta dos gramados por quase um ano e meio. Um período tão delicado ao ponto de quase interromper o seu sonho de jogar futebol, já que Nunes pensou em parar.
Foi muito difícil, na minha melhor fase (...) Na minha primeira lesão, cada passo era uma vitória. Depois que eu machuquei a segunda e a terceira vez, foi mais difícil porque a gente sabia como era o tratamento e o quanto ia demorar. Não tinha muita força pra continuar, mas tive muito apoio da minha família e amigos e hoje estou aqui”.
O Corinthians foi determinante em sua recuperação. Operada por Joaquim Grava, médico do clube, ainda passou pelo conhecido R9 – laboratório de biomecânica responsável por atender aos atletas – tendo apoio de outros profissionais da área da fisioterapia e do departamento feminino.
Uma nova página
Nasceu para jogar bola. E é com fé e resiliência, além do cuidado máximo com o corpo, que vem construindo dia após dia suas habilidades e recordes. Também conta com o apoio e parceira da PUMA, responsável por fornecer os materiais necessários para o seu trabalho, uma forma de investir no futebol feminino.
“Fico muito feliz por tudo que vem acontecendo na minha vida. Ter se tornada a maior artilheira do Brasileirão feminino, isso é muito gratificante”.
No último dia 22, Gabi e o Corinthians anunciaram o término do vínculo após cinco anos, 115 jogos, 77 gols e sete títulos de história. Sem revelar qual será o seu destino na Europa, um dos seus sonhos e objetivos na carreira, a notícia pegou os torcedores e fãs do futebol feminino de surpresa.
Como forma de gratidão, o clube e a jogadora trocaram homenagens por tudo que construíram juntos. Em sua rede social, Nunes reforçou a sua gratidão e destacou que o “Sport Club Corinthians Paulista esteve ao meu lado em todos os momentos que passei” e só está preparada para o que há de vir por isso.
No futuro, deseja vestir mais uma vez a camisa da Amarelinha e representar o Brasil em Copas do Mundo e Olimpíadas. Além disso, quer conquistar títulos internacionais. Diz que aprendeu muito com a pandemia e deseja saúde à família e amigos para seguir fazendo o que ama: jogar futebol.
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