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Futebol Brasileiro

EXCLUSIVO: Solução durante a pandemia,'home-training' deve virar rotina nos treinamentos do Palmeiras mesmo após volta do futebol

Antônio Mello, preparador físico do clube, enxerga sucesso na atividade e saída para que os atletas possam treinar em casa durante a temporada

Antônio Mello, preparador físico do Palmeiras, comanda 'home-training' para o elenco
Antônio Mello, preparador físico do Palmeiras, comanda 'home-training' para o elenco - Cesar Greco/Palmeiras (Cesar Greco/Palmeiras)

Por Rodrigo Fragoso

A pandemia impôs dificuldades a todos os setores da sociedade, exigindo reinvenção e mudança brusca de planejamento. O preparador físico do Palmeiras preferiu definir o momento com um ditado popular: "a necessidade faz o sapo pular", brincou Antônio Mello, de 72 anos, sendo 45 deles no futebol. Para manter a forma de seus jogadores, ele contou com a ajuda de uma grande equipe do clube para idealizar como colocariam em prática o 'home-training'. 10 dias depois do início das atividades, o sucesso do projeto já permite com que a atividade em casa não seja apenas saída para o isolamento social, mas uma nova rotina no Palmeiras.

"Conseguimos, com os recursos técnicos que o Palmeiras nos ofereceu, adaptar o treinamento. Já deu pra entender que se abrir um espaço em Data-FIFA, por exemplo, é possível passar ali três dias com o jogador em casa, estabelecendo o dia de 'home-training'. Por exemplo, jogamos na quarta-feira e só vai ter jogo na outra quarta? Treinamos na quinta, temos sexta, sábado e domingo livre, mas domingo de manhã é dia de todo mundo sintonizar o com a gente e treinar em tempo real", exemplifica Antônio Mello, em entrevista exclusiva ao Esporte Interativo.

De acordo com Mello, é possível colocar o 'home-training' em prática semanalmente, dependendo das exigências pós-jogo de recuperação do grupo, permitindo assim que os atletas possam ter mais tempo com os familiares. "Até o trabalho regenerativo não precisa ser no clube. Fica em casa, vamos sintonizar e fazer liberação miofacial, mobilidade das articulações e alongamento muscular, ou seja, o trabalho regenerativo pode ser feito por meio desse recurso", conclui o preparador físico do clube.

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VESTIÁRIO EM CASA: BOAS HISTÓRIAS DURANTE O TREINAMENTO

As quase duas semanas de treinamento em casa renderam não só bom condicionamento físico, mas boas histórias e risadas. Música, roupas, familiares e animais são temas de algumas histórias do animado ambiente do 'home-training'. "O grupo está gostando muito, eles comentam quando acaba o treino. Passa uma hora de atividade e eles continuam lá para a resenha que, normalmente, aconteceria no vestiário", afirma Mello.

Para que o treino virtual aconteça de maneira simultânea, todos têm de estar conectados e, claro, nem todo mundo se dá bem com as ferramentas logo no primeiro momento. "No começo alguns deixavam o fone aberto, aí ruído do que acontecia na casa passava para todo mundo", lembra o preparador físico do clube, que ainda se recorda de outras ocasiões curiosas, como quando Gustavo Scarpa teve de lidar com o cachorro brincalhão.

"O Gustavo estava fazendo exercício e o cachorro dele ficava entrando no meio querendo participar. Ele tinha que aumentar o ritmo e não se atrapalhar com o cachorro, aí até brinquei e falei 'treinou mais com isso, hein?'", conta em meio a algumas risadas para logo lembrar de mais uma: "um jogador estava fazendo prancha e nesse exercício a barriga fica fora do chão, aí o filho apareceu engatinhando e entrou embaixo do pai! Ele teve que segurar firme".

Todos precisam ouvir o comando das ações e as orientações, mas já houve jogador que, no começo, se esqueceu desse detalhe e ganhou broncas bem-humoradas dos companheiros. "Eles começaram a gritar 'tira esse som daí' e claro que todo mundo deu risada e até brincou com a música que tocou", contou Antônio Mello. Até as roupas utilizadas viram motivo de provocação e brincadeiras: "começam a falar 'bota uma bermuda melhor pra treinar', se sacaneando".

Nada disso atrapalha o rendimento dos atletas, de acordo com a análise do clube. A conexão do trabalho com a família eleva o ânimo e as brincadeiras ganham novos contornos daquelas que aconteciam no vestiário, gerando alegria e prazer naquela hora de trabalho à distância executada com a orientação do clube.

UM MÊS DE 'HOME-TRAINING' JÁ ELABORADO SEM ENVIO DE MATERIAIS AOS JOGADORES

"Já pedimos aos jogadores cadeira, banco e marcadores para o próximo treino". Nos treinamentos do elenco alviverde, não há necessidade de aparelhos específicos. O projeto foi elaborado para um período de 30 dias com o que cada jogador pode encontrar em casa e nem por isso é menos eficiente do que poderia com halteres e acessórios similares. "Vamos trabalhar com o mínimo de material possível", revela Antônio Mello.

"Fazemos aquecimento, ativação da circulação, dos componentes musculares, das articulações e depois entramos no funcional. Tem agachamento, subida no banco com perna trocada, saltos para cima, impulsão no banco para cima e para baixo, postura de quadril, além dos exercícios aeróbios, com atividades de corrida, por exemplo", explica o preparador físico do clube. Após os treinos, cada atleta responde um questionário de monitoramento individual sobre intensidade da atividade, cansaço, possíveis incômodos e dores.

Sem perspectiva de retorno do futebol, o projeto tem todo o cronograma pronto até o dia 30 de maio, mas pode ser ampliado. "Quando planejei com o Daniel (coordenador científico), nossa preocupação era ter uma flexibilidade. Como vamos fazer para que o atleta não ache chato? Trabalhamos todos os dias na primeira semana com folgas no sábado e no domingo. Nessa semana, treinos segunda, quarta e sexta-feira, tendo os outros dias livres para as atividades que o jogador quiser fazer, como uma corrida, por exemplo", diz Antônio Mello.

A elaboração de todo o processo envolveu uma série de profissionais do clube, desde a equipe de TI e marketing até a comissão técnica, como conta Mello: "eu, Vanderlei Luxemburgo, Daniel Gonçalves (coordenador científico), Magu, Maldonado e Rudy (três auxiliares da preparação física), o Victor Assis (gerente de marketing), todos da assessoria de imprensa e mais, enfim, vários setores fizeram parte desse planejamento diferente de treinos. Tudo muito bem montado".

Com isso, o Palmeiras trabalha para alcançar um condicionamento físico médio e manter o peso corporal dos atletas dentro do ideal. O objetivo é receber os jogadores de volta ao campo, em trabalhos com bola, já tendo uma base física pronta para atividades mais intensas. Os relatos de Antônio Mello são de muita alegria por parte de todos com essa rotina. Questionado se algo faz falta ao grupo, Mello respondeu com bom-humor: "a gente saudades mesmo é de ir para jogo".

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