EXCLUSIVO: Zagueiro do Sport, Sabino fala sobre os 100 jogos pelo profissional e sua trajetória no futebol

Cem jogos pelo profissional. Uma marca que qualquer atleta de alto nível espera alcançar e ultrapassar em sua carreira. Foi o que aconteceu com Sabino, zagueiro do Sport, no último dia 10, quando o time de Recife enfrentou o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro.

Em três anos de carreira no futebol, o defensor formado e revelado pelo Santos guarda muitas histórias e experiências. Passar por essa meta, para ele, é motivo de muita felicidade e emoção, sendo resultado de muito esforço feito para seguir no que considera “uma carreia árdua”, apoiado por seus pais e treinadores.

O Peixe teve muito impacto nesta história. Quando tinha 14 anos, deixou o estado da Bahia para começar a atuar no time localizado no litoral paulista. Com ele, realizou sonhos profissionais e pessoais, como a compra de uma casa para sua mãe.
O objetivo, de acordo com suas palavras, era retribuir tudo o que foi proporcionado pelo clube, mas que a rescisão de contrato, ocorrida em abril de 2021, não permitiu. Mesmo com a renovação até 2025, feita em janeiro.

“Não foi possível, porque os dirigentes não quiseram, pra falar a verdade. Voltei de empréstimo do Coxa, fiz gol, e, logo em seguida, sinalizaram que meu salário era alto. Me pegou de surpresa, porque o presidente já sabia. Eu assinei o pré-contrato antes dele ser eleito e, teoricamente, na minha cabeça, ele sabia que tinha um pré-contrato ali de uma renovação. Quando assinei meu contrato definitivo, ele teve que assinar e mandar pra CBF, mesmo assim não falou nada, né? Ele poderia muito bem chegar em mim e falar sobre redução de salário que, com certeza, eu abaixaria. Porque queria retribuir tudo que o Santos me proporcionou, mas me foi tirado essa oportunidade. Mas vida que segue. Não tenho mágoa, não tenho rancor, só espero que o Santos se dê bem nos campeonatos, minha torcida vai ser sempre para o Santos também, porque, como eu falei, foi o clube que mudou minha vida e eu não tenho ressentimento”.

“Bola pra frente”. Com um ponto final, Sabino encarou o episódio com o antigo time. Agora, no Sport, revela ter uma imensa gratidão pelo lugar que abriu as portas, quando se viu rejeitado pelo lugar que o revelou. “Fico feliz, tô feliz. Vamos que vamos conquistar novos objetivos”.

Dos 100 jogos, 87 foram vestindo a camisa do Coritiba. Um período analisado como especial, pelo carinho e respeito que todos os funcionários, dirigentes, jogadores e torcedores tiveram por ele. Além disso, nessa fase foi onde Sabino se tornou pai. O nascimento de Ester, a sua “riqueza”, marcou ainda mais essa experiência de forma que jamais irá perder a admiração e torcida pelo time paranaense.

O momento delicado do Sport no Brasileirão, sete pontos em 11 rodadas, também foi assunto comentado pelo jogador. Segundo ele, a fase tem reflexo na ausência de concentração da equipe.

“Sabemos da dificuldade que tem o Campeonato Brasileiro, quão árdua é essa caminhada e, na minha humilde opinião, estamos pecando na nossa concentração e a gente acaba sofrendo nos jogos, ficou bem claro isso contra o Fluminense. Vamos trabalhar cada dia mais pra poder reverter a situação e alcançar nossos objetivos no final do campeonato”.

Inspirado pelo ex-zagueiro Juan, que atuou pelo Flamengo, Sabino admite que tem no ex-atleta um espelho. “Várias vezes, no vestiário, vejo alguns vídeos dele. Ele é sensacional e eu o tenho como maior ídolo do futebol”.

Chegar no maior nível possível, ter passagem pelo futebol europeu e conquistar muitos títulos são seus objetivos no esporte. Reconhece que é um processo trabalhoso, mas que irá lutar por isso até sua oportunidade chegar.

Em novembro de 2020, teve a oportunidade de ser vendido para o Kashima Antlers, do Japão, e viver seu sonho no exterior, mas foi barrado pelo Santos.

“Houve, sim, uma proposta do Japão pra mim, o Santos não aceitou e logo depois me dispensou... Chega a ser até engraçado. Vontade todo jogador tem de jogar no exterior, mas estou focado no Sport e minha cabeça está no Sport, enquanto estiver aqui vou sempre honrar a camisa e o futuro a Deus pertence”, finalizou.