Por que o Palmeiras se aproximou, mas não contratou Jean Lucas e Allan?
Em busca de meio-campistas desde o início do ano, diretoria ficou próxima de ter os dois nomes no elenco

Por Rodrigo Fragoso
Desde a saída de Danilo, o Palmeiras segue em busca de um primeiro volante para o seu elenco principal. Dois nomes que chamaram muito a atenção do torcedor alviverde quase vestiram a camisa, mas de acordo com a apuração da reportagem da TNT Sports, diferentes questões impediram os acertos.
ENTRE PALMEIRAS E MONACO, TUDO ESTAVA CERTO POR JEAN LUCAS
Depois da conquista do Brasileirão 2022 trabalhando internamente para não perder peças titulares em meio a disputa, a diretoria do Palmeiras negociava o meio-campista Danilo para o futebol europeu. Duas oportunidades concretas de negócio surgiram com força. A primeira envolvia a ida de Danilo ao Monaco por uma compensação financeira e a chegada de outro volante para o elenco: Jean Lucas. Nos bastidores do clube, ainda havia uma desconfiança se Gabriel Menino, Atuesta ou Jailson conseguiriam completar o meio-campo com Zé Rafael e a chegada do ex-santista foi encarada como uma boa solução.
Entre Monaco, Palmeiras e Danilo, o negócio estava fechado. No entanto, a conversa com o jogador para acertar as bases de seu contrato não avançaram, tendo em vista que o volante desejava receber um valor próximo àquele que os mais vencedores jogadores dos últimos anos de seu elenco estavam recebendo. Sem acordo, a segunda proposta passou a frente e Danilo foi jogar no Nottingham Forest por cerca de 20 milhões de euros.
Jean Lucas tem características mais voltadas para um segundo volante dentro do que a comissão técnica alviverde projeta. Dito isso, a janela de meio de ano se abriu e o Palmeiras já tem Richard Ríos como novo nome em 2023 para a função, portanto a diretoria alviverde não demonstrou interesse em reabrir negociação com o meio-campista, que negocia com o Santos.
CAETANO TRAVOU A CHEGADA DE ALLAN E O INVESTIMENTO FOI PARA OUTRA POSIÇÃO

O Palmeiras não poupou esforços para acertar a contratação do volante Allan no início do ano, considerada a peça de reposição ideal para a saída do meio-campista Danilo. Além disso, a diretoria alviverde também ouviu do próprio jogador que ele gostaria de se transferir para o Verdão. O clube abriu os cofres e ofereceu 9 milhões de euros para o Atlético-MG, mas o executivo de futebol Rodrigo Caetano bancou a permanência do atleta, apesar de outros membros da diretoria do Galo entenderem ser um bom negócio.
Com a negativa do Atlético-MG, o Palmeiras mirou outro reforço de peso para a comissão técnica envolvendo valores semelhantes e concretizou a transferência do atacante Artur, do Red Bull Bragantino, realizando o desejo de Abel Ferreira com um jogador pronto para a reposição das saídas de atacantes de beirada de campo, como Scarpa, Wesley e Veron. Neste momento, inclusive, a sensação da diretoria é de que a vinda de Artur colaborou mais com o time do que teria colaborado a chegada de Allan.
No momento em que o Atlético-MG deixa a Copa do Brasil, a queda na expectativa de receitas fez com que Rodrigo Caetano recuasse e projetasse a venda de Allan pelo valor de 10 milhões de euros. Porém, o Palmeiras já havia direcionado o alto investimento para um atacante de lado de campo e, nessas condições, já não conseguiria conversar. Então surgiu o Flamengo, que aceitou negociar valores próximos ao desejo do Galo, e concretizou a contratação do volante.
Atualmente, a busca por um '5', como diz Abel Ferreira, segue no clube. O Palmeiras sente que não pode se dar ao luxo de errar ou contratar um atleta por um valor inflacionado dada a necessidade óbvia do time na posição. Comissão técnica e diretoria, inclusive, adotam o mesmo discurso envolvendo contratações: se não for um atleta para chegar e jogar, não vale a pena tirar espaço dos jovens que chegam das categorias de base.