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Futebol Brasileiro

'Sabíamos que seria um sucesso', diz dirigente chileno sobre Vojvoda no Fortaleza

Treinador argentino levou o modesto Unión La Calera ao vice-campeonato chileno e vem fazendo campanha histórica no Fortaleza

Vojvoda vem brigando pelo título brasileiro com o Fortaleza
Vojvoda vem brigando pelo título brasileiro com o Fortaleza (Caio Rocha/Framephoto/Gazeta Press)

Por Rodrigo Fragoso

O técnico Juan Pablo Vojvoda, de 46 anos, pode ter surpreendido muitos torcedores locais, mas os chilenos já sabiam da sua capacidade de extrair o melhor de um grupo e alcançar resultados históricos. O vice-campeonato com o Unión La Calera, do Chile, na última temporada foi o melhor resultado do clube na história. Depois do início avassalador e inédito com o Fortaleza no Brasileirão, a reportagem da TNT Sports conversou com importantes peças do La Calera para entender o que fez de Vojvoda uma surpresa agradável por lá e por quais motivos devemos acreditar que ele encerrará a temporada aqui com outro resultado histórico.

CHEGADA AO LA CALERA E INÍCIO AVASSALADOR

O técnico Juan Pablo Vojvoda chegou ao Unión La Calera depois de uma temporada na qual o time alcançou a boa quarta colocação no Campeonato Chileno, classificando-se para a disputa da Copa Sul-Americana pela segunda vez em sua história. No entanto, Fernando Meneghini foi seu antecessor e recebeu sua demissão na reta final da competição, faltando cinco partidas para o término, por uma instável série de sete jogos com apenas uma vitória conquistada. O clube temia encerrar a competição sem a vaga na Copa Sul-Americana, mas ela veio sob o comando do interino argentino Walter Coyette.

Para a temporada seguinte, o objetivo era o mesmo e a aposta foi em um treinador argentino que estava parado há três meses após ter sido demitido de seu último trabalho com apenas seis jogos de comando no Huracán. Mas não foi isso que pesou na sua escolha.

“Quando avaliamos contratar o Juan (Pablo Vojvoda), gostamos muito da experiência dele em primeira divisão e também nas competições internacionais. Era esse o caminho que estávamos começando a trilhar no La Calera e por isso acreditamos que ele poderia passar sua experiência para o time alcançar sucesso nesse processo”, disse Martin Ibirarne, gerente geral do Unión La Calera, em entrevista exclusiva à TNT Sports.

Martin Iribarne, diretor geral do La Calera | Reprodução
Martin Iribarne, diretor geral do La Calera | Reprodução

Vojvoda acumulava experiência de Copa Libertadores da América com o Talleres em 2019 e de Copa Sul-Americana com o Defensa y Justicia em 2017, além de ter disputado a primeira divisão do futebol argentino com essas equipes. Um grande trabalho estava por vir no Chile e ao longo da temporada, tanto elenco quanto a diretoria perceberam que era possível brigar pelo título. A ficha caiu principalmente quando restava apenas uma rodada para o fim do primeiro turno e a liderança estava dividida entre La Calera e a até então bicampeã Universidad Católica.

“Na medida que o campeonato foi passando, nós fomos percebendo que poderíamos brigar pelo título. Ele nos escapou nas últimas rodadas, mas fizemos uma campanha histórica entrando na Libertadores com elenco e recursos financeiros mais limitados do que os outros clubes daquela parte da tabela”, disse Alexis Martin Arias, goleiro do Unión La Calera, em entrevista exclusiva à TNT Sports.

ELENCO VICE-CAMPEÃO JOGOU PELO VOJVODA “PAIZÃO”

Não foi somente pelo conhecimento do jogo que Vojvoda brigou pelo título chileno até o final da competição. O elenco vice-campeão tinha uma relação muito estreita dentro e fora de campo com o técnico argentino. Se aqui no Brasil, o adjetivo que se dá aos treinadores que criam relações mais próximas com seus jogadores é “paizão”, talvez a característica se encaixe ao perfil de Vojvoda, segundo o goleiro Arias.

“Nos treinamentos é muito exigente, mas no dia a dia é muito humano. Ele exige ao máximo, porém também é muito próximo do jogador. Acredito que essa relação que envolve a exigência do treinamento com a chance de poder sentar com ele depois e ficar batendo papo faz dele um ótimo treinador. É por isso também que todos correm por ele em campo”. O jogador ainda elogia a forma como ele se comunica com os atletas: “Vojvoda tem um conceito muito claro e trata de dar uma mensagem simples ao jogador pra tirar a melhor versão de cada um. Guardo ótimas lembranças dele e me alegra que ele esteja muito bem no Fortaleza”.

Alexis Martín Arias é goleiro do La Calera e enfrentou o Flamengo nesta Libertadores | Reprodução
Alexis Martín Arias é goleiro do La Calera e enfrentou o Flamengo nesta Libertadores | Reprodução

Se a relação com os jogadores era excelente, com a diretoria do clube não poderia ser diferente. O estilo “humano”, como foi definido pelo goleiro e pelo gerente geral do clube, fez toda a diferença na aplicação das suas ideias e no resultado surpreendente.

“Definitivamente não seria possível conquistar o que conquistamos sem o trabalho do Juan liderando o grupo e a cargo de todas as decisões técnicas. Foi muito importante seu trabalho, seu compromisso e sua entrega para o histórico vice-campeonato”, decretou Martin Iribarne.

FORTALEZA É O “LA CALERA BRASILEIRO” DE VOJVODA?

São grandes as dificuldades de uma equipe do interior do Chile bater de frente com os orçamentos dos clubes da capital Santiago e lutar pelo título, portanto o que Vojvoda fez por lá tem suas semelhanças no viés desafiador de colocar uma equipe do Nordeste na disputa do troféu da Série A com um orçamento muito menor do que a maioria dos clubes do Sul e do Sudeste, que costumam polarizar a briga.

“O Fortaleza é uma equipe importante, apesar de não ter as dimensões do Flamengo, por exemplo. É um time de sacrifício e por isso encontro similaridades nos processos e entregas que o Juan (Vojvoda) tem de fazer no clube para conseguir coisas importantes como conseguiu com o La Calera”, afirma Iribarne.

Vojvoda durante partida vencida pelo Fortaleza contra o Palmeiras | Miguel Schincariol/Getty Images
Vojvoda durante partida vencida pelo Fortaleza contra o Palmeiras | Miguel Schincariol/Getty Images

O carinho que Vojvoda desprendeu ao clube ficou marcado a ponto de receber a torcida de todos no desafio que está cumprindo pelo Fortaleza. Por lá não há a menor dúvida das similaridades dos projetos e da capacidade do técnico argentino de conseguir fazer uma campanha histórica com o Leão do Pici.

“Vi algumas partidas do Fortaleza e vejo similaridades. Por exemplo, a utilização do mesmo esquema que usava aqui, o 3-5-2. Obviamente, no torneio brasileiro há times muito fortes, é muito difícil, mas conhecendo a mentalidade dele, creio que convenceu os jogadores e vão alcançar um objetivo muito importante para o clube. Estou feliz e torcendo por ele e pela comissão técnica”, falou Alexis Martín Arias.

O gerente geral do La Calera aposta no sucesso do treinador também fora do Fortaleza, quem sabe até na Europa ou em uma Seleção da América do Sul: “É um treinador que deixou o sarrafo muito alto aqui no Chile. Seu processo foi ótimo e tem tranquilamente as competências para poder dirigir qualquer seleção na América do Sul. E tem também a experiência e as qualidades para dirigir um time europeu”.

O que acontecerá com o Fortaleza no Brasileirão não se sabe, mas a verdade é que até na comparação das campanhas entre o Leão e o La Calera os resultados estão parecidos. Em caso de vitória contra o Juventude na 17ª rodada do Brasileirão, o Fortaleza alcançará 34 pontos, número muito próximo daquele conquistado por Vojvoda com o La Calera em 17 rodadas no Chile: 36.

A campanha do Fortaleza pode ser inédita e histórica, mas já não é mais surpreendente pela consistência dos resultados e das performances da equipe liderada por Vojvoda. Sobre Vojvoda surpreender com os resultados que está alcançando, aí só diz mesmo quem não sabe do que ele já fez no Chile.

“A verdade é que não esperávamos menos do seu próximo trabalho, sabíamos que seria um sucesso, sabíamos que ele havia evoluído muito e que está pronto para coisas importantes”, concluiu o gerente geral do Unión La Calera.

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