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Autorização por SMS para sair de casa e videogame com a mãe: a quarentena de Léo Jabá na Grécia

Ex-Corinthians preferiu não voltar ao Brasil, mas depende de aval das autoridades para conseguir sair de casa

Léo Jabá foi campeão com o PAOK na primeira temporada na Grécia
Léo Jabá foi campeão com o PAOK na primeira temporada na Grécia (Foto: Divulgação | PAOK)

Por Monique Danello

A pandemia de Covid-19 provocou impactos no mundo inteiro e cada país adota medidas diferentes para tentar conter a propagação do vírus. Na Grécia, onde vivem alguns jogadores brasileiros, o controle das autoridades tem sido bem rígido. Revelado pelo Corinthians, Léo Jabá está no PAOK, da Grécia, desde junho de 2018. Apesar da paralisação do futebol, decidiu não voltar para o Brasil. O atacante mora sozinho na Europa, mas recebe constantemente a visita da mãe. Os dois estão juntos nesta quarentena, praticamente sem sair de casa. Para ir ao mercado, o jogador precisa pedir autorização para as autoridades e só poder sair na rua, depois que receber um código de confirmação.

"O Governo daqui fechou tudo, para sair temos que mandar um SMS, a gente tem um código. Coloco meu nome, endereço e o motivo da minha saída. A gente tem uma fileira de números, tipo 1 é mercado, 2 é clínica, 3 caminhar. Você tem que enviar e esperar o retorno deles com o código. Se a polícia te parar, você mostra. Se a polícia te pegar sem esse código, você paga uma multa de 300 euros. Mas aqui o pessoal está respeitando muito. Eu tenho ido no mercado e em uma clínica fazer fortalecimento, mas sempre mando esse SMS e aguardo esse retorno deles, para não ter nenhum problema", explicou o atacante.

Os campeonatos na Europa ainda não têm previsão de retorno. O PAOK enviou aos jogadores um comunicado para que se apresentem no clube no dia 24 de abril. Nesse período, Léo Jabá vem treinando em casa, faz trabalho de recuperação de uma lesão no joelho com seu fisioterapeuta e até a mãe do jogador virou parceira no videogame.

"Está sendo uma nova experiência esse período da quarentena, tenho ficado mais tempo com minha mãe, algo que nunca tinha acontecido, por conta dos jogos, estamos sempre treinando. Agora estamos mais juntos, ela está aqui comigo me ajudando. Eu treino em casa, leio, jogo videogame com ela, está sendo uma experiência boa", contou o jogador.

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Léo Jabá deixou o Corinthians em 2017, quando seguiu para o futebol russo. Na época, em seu post de despedida, avisou que seria mais um na torcida pelo clube. Hoje, na Grécia, acompanha os jogos do Timão sempre aos fins de semana e segue as notícias do clube que o revelou nas redes sociais. Voltar ao Brasil não é um projeto a curto prazo para o atacante. Campeão grego com o PAOK na última temporada, ainda quer realizar outros sonhos no futebol europeu.

"Até pelos números, essa primeira temporada na Grécia foi muito boa. Sou jovem, fiz bastante jogos, fui líder em assistência, fiz sete gols, fiquei em terceiro na artilharia geral do clube. Foi um momento muito importante e especial, que vou levar para o resto da carreira. Foi meu primeiro título na Europa, o clube quebrou um tabu de 34 anos, foi uma temporada excelente. Hoje, sinceramente, minha cabeça está aqui na Europa, quero construir uma carreira e ficar muito tempo aqui", avaliou o atacante.

Confira a entrevista na íntegra:

Como tem sido o período de quarentena na Grécia para você e sua família?
Está sendo uma nova experiência esse período da quarentena, tenho ficado mais tempo com minha mãe, algo que nunca tinha acontecido, por conta dos jogos, estamos sempre treinando. Agora estamos mais juntos, ela está aqui comigo me ajudando. Eu treino em casa, leio, jogo videogame com ela, está sendo uma experiência boa.

Quais são as orientações do governo aí? Vocês podem sair na rua? Tem ido ao mercado, como tem sido sua rotina e da sua família?
O Governo daqui fechou tudo, para sair temos que mandar um SMS, a gente tem um código. Coloco meu nome, endereço e o motivo da minha saída. A gente tem uma fileira de números, tipo 1 é mercado, 2 é clínica, 3 caminhar. Você tem que enviar e esperar o retorno deles com o código. Se a polícia te parar, você mostra. Se a polícia te pegar sem esse código, você paga uma multa de 300 euros. Mas aqui o pessoal está respeitando muito. Eu tenho ido no mercado e em uma clínica fazer fortalecimento, mas sempre mando esse SMS e espero esse retorno deles, para não ter nenhum problema.

Você tentou ou pensou em voltar para o Brasil, em algum momento, desde a paralisação?
Não pensei em voltar para o Brasil, até porque estou na fase final da recuperação. Então por um lado foi até bom para mim, tenho mais tempo para recuperar e fortalecer. Aqui tenho todo suporte, meu fisioterapeuta, uma clínica só para mim, que o médico abre. Fiquei preocupado, porque tem meu pai e meu irmão, que estão no Brasil. Aqui eu moro sozinho, tem uma funcionária que trabalha comigo, mas consigo trazer sempre a família e minha mãe fica normalmente três meses aqui, depois volta para ficar com meu irmão.

Tem previsão para retorno de alguma atividade? O que o clube tem passado para vocês?
A gente ainda não tem nenhuma previsão de volta, o último recado do clube foi para se apresentar agora dia 24 de abril no clube, mas a gente não tem certeza nenhuma. Até por isso, desde o início, eles passaram uma tabela com treinos, GSP, para todo mundo seguir e manter a forma.

Como tem feito para manter a forma e fazer atividades em casa?
Eu moro em uma casa que tem uma mini academia, bicicleta, aparelhos, maca, que o meu fisioterapeuta vem, a gente trabalha, faz recuperação, massagem. Estou mantendo a forma física em casa. Tenho um espaço bom para correr, trabalhar, graças a Deus tenho toda essa estrutura, que está me ajudando.

Você passou pelo futebol russo e agora está no grego. São dois estilos muito diferentes? O que você ganhou de experiência nesse período?
Minha ida para a Rússia foi muito importante, por ser um campeonato forte, de força, um campeonato bem disputado, isso me ajudou muito. Eu saí do Brasil novo, fui para lá, fiz uma boa temporada e então cheguei aqui na Grécia bem maduro, mais experiente, foi importante. Amadureci em vários aspectos, dentro e fora de campo, saber lidar com situações difíceis.

Conseguir ser campeão grego na sua primeira temporada aí, com o clube quebrando um longo jejum, foi sua melhor temporada como profissional?
Até pelos números, essa primeira temporada na Grécia foi muito boa. Sou jovem, fiz bastante jogos, fui líder em assistência, fiz sete gols, fiquei em terceiro na artilharia geral do clube. Foi um momento muito importante e especial, que vou levar para o resto da carreira. Foi meu primeiro título na Europa, o clube quebrou um tabu de 34 anos, foi uma temporada excelente.


Você saiu do Brasil ainda muito jovem, sente que faltou ainda jogar mais no futebol brasileiro?
Saí jovem do Brasil, mas não me arrependo de nada, fui em busca do meu sonho, do meu espaço, graças a Deus consegui. Estou trabalhando ainda mais, tenho sonho grande e trabalho para realizar todos eles. Claro que temos o sonho de jogar no nosso país, mas não me arrependo de nada, só tenho gratidão. Brasil foi importante em vários aspectos, amadureci e evolui com atletas de alto nível que peguei no Corinthians.

Você consegue acompanhar o Corinthians de longe?
Eu sigo nas redes sociais, quando tem jogos e o horário bate, normalmente nos domingos eu acompanho mais, até pelo fuso horário. Meio de semana é mais complicado, porque tenho uma rotina de dormir cedo. Mas eu vejo no dia seguinte como foi o resultado e como foi a partida. Sou um fã do futebol, acompanho várias ligas para aprender.

Tem vontade de voltar e construir uma história mais longa também no Timão?
Hoje, sinceramente, minha cabeça está aqui na Europa, quero construir uma carreira e ficar muito tempo aqui. Mas, lógico, se um dia for voltar para o Brasil e for da vontade de ambas as partes, por que não? Corinthians foi o clube que me revelou, me colocou no cenário do futebol. Mas a gente sabe como é o futebol, tem que ver também quem no momento vai estar lá, se vai querer contar comigo. Se for para voltar um dia e eles quiserem, vai ser o Corinthians. Mas não deixo as portas fechadas para nenhuma outra equipe. Tenho carinho e gratidão pelo Corinthians, clube que me revelou, mas se um dia eu for voltar para o Brasil, temos que ver se ambas as partes estão de acordo.

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