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Cria de Xerém, Ramon busca se afirmar no futebol japonês

Jogador revelado pelo Fluminense vem mostrando seu futebol no mundo asiático

Ramon em 2019, pelo FC Ryukyu
Ramon em 2019, pelo FC Ryukyu (Getty Images)

Por Redação da TNT Sports

Hoje jogando pelo Ryukyu, do Japão, o meia-atacante Ramon, um entre vários outros talentos surgidos em Xerém, é um dos personagens dessa fábrica de sonhos. Destaque da base tricolor, não conseguiu mostrar de fato tudo aquilo que se esperava dele no profissional. Ramon iniciou sua trajetória no Fluminense no futsal, com apenas cinco anos.

Suas maiores dificuldades não eram dentro de quadra. Seus grandes obstáculos eram outros. Conseguir manter a chama desse sonho acesa não dependia só dele. Toda sua familia entrou de cabeça nesse sonho e juntos, com muita dificuldade, conseguiam dar condições para Ramon continuar na sua luta, como ele conta:

"Passei um pouco de dificuldade, tive que amadurecer cedo demais. Meus pais sempre me apoiaram, principalmente meu pai, que chegou a jogar um tempo beach soccer, com isso o meu sonho passou a ser o sonho dele. Eles sempre fizeram de tudo pra eu dar certo, foram a minha base".

Com as dificuldades, vieram alguns ensinamentos. O jeito ousado fez com que ele quebrasse muitas barreiras que foram surgindo no seu caminho e, com sabedoria, ele conta que conseguiu levar isso para dentro de campo.

"A realidade de uma criança de comunidade é muito diferente daquelas que crescem em condominios. É muita diferença! Essa malandragem e as experiências que eu tinha na minha comunidade, eu levei comigo. Por ser pequeno, eu conseguia ser diferente e me destacar, mesmo com o tamanho não sendo favorável. Tinham muitos garotos do meu tamanho que acabaram ficando no meio do caminho porque não tinham um diferencial. A malandragem me fez sempre jogar na categoria acima da 97 [seu ano de nascimento]."

Os pais de Ramon, por conta de seus trabalhos, não conseguiam estar presentes em Xerém, para acompanhar os treinamentos do filho, ainda um menino. O meia afirma que soube trabalhar isso em sua mente e foi destaque na base do Fluminense, chamando atenção do Real Madrid e chegando às categorias de base da Seleção, sendo campeão sul-americano em 2017.

"Meus pais trabalhavam muito para me dar de tudo. Eu tinha tudo do bom e do melhor, mas o principal eu não tinha, que era a presença deles no meu treino. Mas eu sabia lidar com isso, pois se eles não trabalhassem, eles não iriam poder me proporcionar tudo aquilo que eu tinha. A única coisa que eu pensava era em realizar o meu sonho e retribuir todo esse esforço que eles faziam por mim, então eu via os pais de todos lá e eu falava pra mim mesmo: 'os pais deles estão aqui, mas quem vai fazer os gols, quem vai dar show, vou ser eu.'"

Dentro de campo, nos treinamentos, Ramon focava nos conselhos de seus pais: "Minha mãe me dizia que eu era o único que podia realizar meus sonhos e que não podia deixar ninguém estragar isso. Já o meu pai falava para eu ter confiança em mim mesmo, e jogar com alegria e responsabilidade. Que eu tinha que fazer o treino de jogo e jogo como uma guerra".

Do outro lado do mundo, Ramon não esconde o sonho de voltar ao Brasil, e mesmo ao Fluminense, para um dia realizar o sonho de retribuir em campo a mudança de vida que o tricolor o proporcionou.

"Estou feliz aqui, mas penso sim em voltar a jogar no Brasil. Sinto muito saudades dos meus pais, do meu filho principalmente! Hoje não, mas no futuro sim, pois tem grandes times no Brasil que eu penso em jogar, eu me vejo jogando e fazendo histórias neles também", afirma o jogador, que ainda tem 22 anos.

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