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De azarão a favorito, em crise e renascidos: como chegam Atlético, Barcelona e Real Madrid para a Champions

Equipes espanholas vivem momentos extremamente distintos na reta final da temporada 2019/20

Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid representam a Espanha na Champions
Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid representam a Espanha na Champions - David Ramos (Getty Images)

Por Tatiana Mantovani e Marcelo Bechler

A Champions League está praticamente de volta. Nesta sexta (7), os jogos de volta das oitavas de final que não puderam ser realizados por conta da pandemia do novo coronavírus começam a ser disputados. Dessa forma, o Esporte Interativo vai abordar como todos os times que ainda estão vivos na competição chegam para sua disputa.

Nesse texto, nossos correspondentes em Madri e Barcelona, Tati Mantovani e Marcelo Bechler, falam sobre como Atlético de Madrid, Real Madrid e Barcelona chegam ao "Super Agosto".

Real Madrid vem impulsionado pela força de Zidane

Para ser uma das oito melhores equipes da Europa, o Real Madrid precisa de uma virada. Depois da derrota por 2x1 para o Manchester City no jogo de ida das oitavas, em pleno Santiago Bernabéu, o Real Madrid precisará derrotar os ingleses por dois gols de diferença, ou por um, desde que marque três ou mais vezes no Etihad Stadium.

Zidane, que nunca foi eliminado em mata-mata da Champions no comando do Real Madrid é o grande trunfo para a torcida madridista acreditar na virada. Principalmente depois do que o técnico conseguiu após a parada devido à pandemia.

Um outro Real Madrid

Antes da parada, o Real Madrid chegaria para enfrentar o City vindo de uma derrota para o Betis, com uma sequência de apenas duas vitórias em sete jogos. Um time frágil defensivamente, com 11 gols sofridos neste recorte de sete partidas, e com dificuldade para marcar gols e segurar resultados favoráveis.

Agora, o Real Madrid é outro. Depois de passar mais de três meses sem jogar, Zidane disse que quando retornou aos treinos com a equipe viu jogadores com vontade e atitude para fazer grandes coisas. E assim foi. Este Real Madrid que vai encarar o City na sexta-feira chega com o título de campeão espanhol conquistado e invicto após o retorno do futebol, com dez vitórias e um empate nas últimas 11 partidas.

Uma equipe que, segundo o técnico francês, aprendeu a sofrer e terminou a temporada nacional com a melhor defesa das grandes ligas (25 gols sofridos em 38 jogos).

Hazard e Marco Asensio voltaram. Os dois jogadores utilizaram a parada para avançar na recuperação das respectivas lesões e estarão à disposição de Zidane para o jogo da Champions.

O belga foi operado no início de março de uma lesão no tornozelo, voltou bem após a parada, mas ainda sofre com os incômodos. O espanhol não havia estreado na temporada, após uma grave lesão no joelho há mais de um ano. Voltou e entrou bem nos minutos que esteve em campo na reta final do Espanhol.

 

Sem um dos quatro pilares

O que não mudou para o Real Madrid é a ausência de Sergio Ramos. O capitão do time foi expulso no jogo de ida contra o Manchester City e será o principal desfalque nesta partida de volta. Sem um dos pilares do time e o vice artilheiro da equipe com 13 gols, o Real Madrid vai precisar dos outros 3 pilares de sustentação para ainda sonhar com mais uma Champions.

- Thibaut Courtois: o goleiro foi decisivo após a parada. O belga deixou para trás todas as críticas e finalizou o Campeonato Espanhol com o troféu de melhor goleiro da competição, com 20 gols sofridos em 34 jogos. Após a parada, chegou a estar 500 minutos consecutivos sem sofrer gols.

- Casemiro: o volante é o jogador mais utilizado por Zidane na temporada, sendo titular em 45 dos 50 jogos do Real Madrid. Líder de bolas recuperadas em La Liga, com uma média de 8,4 recuperações por jogo, é o coração do meio-campo da equipe e fundamental para que o sistema defensivo funcione.

- Karim Benzema: o atacante foi o líder do ataque blanco. O artilheiro e protagonista do time com 26 gols e 11 assistências na temporada até aqui. O francês foi o grande destaque da equipe após a parada, com 7 gols em 11 jogos.

Benzema faz o segundo do Real Madrid

Zidane conta com eles

Vinícius Jr, com 20 anos, e Rodrygo, com 19, são os dois jogadores mais jovens do elenco do Real Madrid. Ambos disputam vaga com outros oito atacantes da equipe a cada jogo e mesmo assim, estão no topo da lista dos que mais jogam.

Vini só não jogou mais que Karim Benzema na temporada. Foram 1817 minutos em campo, 38 jogos nos quais foi titular em 17 ocasiões. Rodrygo foi o quatro atacante mais utilizado por Zidane até aqui. Foram 1367 minutos distribuídos em 25 jogos, nos quais foi titular em 15 deles.

Após a parada, sem poder contra com Hazard, Zidane apostou em Vinícius, que apareceu em momentos importantes e voltou a ser determinante para o Real Madrid. Rodrygo tem estrela na Liga dos Campeões, fez um hat-trick logo na segunda partida, e também foi a opção de Zidane em muitos jogos nesta reta final. O elenco conta com eles para conseguir a virada contra o City.

Nada é impossível para o Real Madrid na Liga dos Campeões. Depois da eliminação na última temporada para o Ajax, perdendo o jogo de volta no Bernabéu, o elenco quer seguir mostrando que é capaz de grandes coisas na competição. Ainda mais contando com a estrela de Zidane na Champions.

Com boa atuação de Gabriel Jesus, City bate o Real no Santiago Bernabéu

Barcelona chega às oitavas em crise e "sem falar a mesma língua"

Em fevereiro, Messi deu uma entrevista ao Mundo Deportivo dizendo:

• Como estamos hoje, não jogamos o bastante para ganhar a Champions.

Messi deixa Barcelona de fora de sua lista de favoritos para vencer a Champions League

Em abril, Setién deu uma entrevista à Radio Rac1 discordando do capitão:

• Podemos perfeitamente ganhar a Champions, discordo de Messi nesse sentido. Veja como o Tottenham chegou na final ou como o Atletico de Madrid eliminou o Liverpool, o time a ser batido.

Em maio, Messi fez um novo alerta:

• Talvez Setién tenha me entendido mal. Não podemos ganhar a Champions jogando como antes da paralisação.

As declarações cruzadas expõem o que é o Barcelona dos últimos meses. Jogadores em uma direção, comissão técnica em outra. No meio disso, uma diretoria com problemas econômicos para resolver (o Barcelona deve perder 300 milhões de euros por conta da pandemia) e pressionada por resultados e pela montagem de um elenco mais competitivo.

 

O problema da comissão técnica com os jogadores acontece quase que instantaneamente após a chegada de Setién. No primeiro jogo, contra o Granada, Sergi Roberto atua como zagueiro pela direita em um 3-5-2.

O Barcelona vence apenas por 1 a 0, gol de Messi na etapa final, mas troca mais de mil passes. Setién sai satisfeito, os jogadores reticentes. Uma semana depois, o Barcelona perde para o Valencia por 2 a 0 e perde também a liderança para o Real Madrid. Os atletas começam a duvidar do trabalho que está sendo feito.

Sem confiar nos métodos e com os resultados não abalizando o trabalho de Setien, os jogadores acreditavam que a parada poderia fazer bem ao grupo. Até porque Luis Suarez se recuperaria de uma lesão grave no joelho.

Após a paralisação, o Barcelona jogou mais 11 vezes, empatou com Sevilla, Atlético de Madrid e Celta. O distanciamento ficou evidente quando Eder Sarabia, auxiliar de Quique Setién, tentava passar instruções para os jogadores, durante uma pausa para hidratação no jogo contra o Celta, e os atletas nem olhavam para ele - incluindo Messi.

Sarabia (de máscara) tenta falar com jogadores do Barcelona contra o Celta (Foto: Getty Images)
Sarabia (de máscara) tenta falar com jogadores do Barcelona contra o Celta (Foto: Getty Images)

A RAC1 noticiou que nas últimas semanas, após atividades triviais nos treinamentos, Setién deixava os jogadores escolherem se queriam seguir treinando ou não. “Quem não quiser participar, pode ir tomar seu banho”, teria dito.

Foi com esse clima que o Barcelona perdeu em casa para o Osasuna na penúltima rodada, quando o Real Madrid confirmou o título de La Liga. Após o jogo, Messi estourou.

Não foi o suficiente nem para ganhar a Liga.

- Muitas coisas precisam mudar. Ganham da gente em vontade e em intensidade.

- Se continuamos assim, vamos perder do Napoli também.

- Deixamos muito a desejar. Desde janeiro tudo foi ruim. O torcedor perde a paciência porque não lhes damos nada.

E por fim:

Somos um time irregular e fraco. Nos falta autocrítica."

Depois disso, Messi e Setién se reuniram por mais de uma hora no CT do Barcelona. Segundo os dois reconheceram, fizeram autocrítica e depois o grupo saiu de férias por uma semana. “Um tempo sem ver a cara uns dos outros fará bem a todos”, admitiu uma fonte do clube.

Após essa reunião, o Barcelona ganhou do Alavés por 5 a 0. Jogadores e comissão técnica esperam que a conversa traga frutos também na Liga dos Campeões.

Para o restante da competição, além do evidente problema interno, ficam explícitos também os defeitos da formação do plantel. Lenglet está se recuperando de um problema muscular. Ele e Piqué são os únicos zagueiros disponíveis, já que Umtiti e os defensores do time B, Araújo e Cuenca, estão machucados.

No meio-campo, com Vidal e Busquets suspensos para enfrentar o Napoli, Rakitic, De Jong, Riqui Puig e Sergi Roberto são as únicas opções - uma vez que Arthur decidiu não se re-apresentar porque não vinha sendo utilizado.

No ataque, Messi, Suárez e Ansu Fati estão disponíveis. Griezmann termina sua recuperação de uma lesão muscular e Dembélé começou a treinar com o grupo uma semana antes do confronto, depois de ficar nove meses afastado.

 

Se o Barcelona entrar em campo com o que é considerado força máxima (Ter Stegen, Semedo, Piqué, Lenglet, Alba; Rakitic, De Jong, Sergi Roberto; Messi, Suárez e Griezmann), deve ter no banco de reservas apenas Neto, Firpo, Riqui Puig e Ansu Fati.

O plantel mais caro da Europa, que custa cerca de 400 milhões de euros anuais em salários, poderá ir para um jogo decisivo sem jogadores para completar o banco de reservas.

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Antes zebra, agora favorito: como chega o Atlético de Madrid

O Atlético de Madrid é o único espanhol já confirmado nas quartas de final da Liga dos Campeões. Vai pegar o Leipzig no jogo das quartas de final marcado para o dia 13 de agosto em Lisboa. O sorteio colocou o Atlético de Madrid no chaveamento sem nenhum campeão da Champions, com os alemães, o PSG e a Atalanta.

Dos quatro, os colchoneros são os mais experientes na competição, com duas finais de Champions no currículo. Poucos acreditavam neste Atlético de Madrid na eliminatória das oitavas contra o Liverpool, porém agora a equipe tem possibilidades de estar nas semifinais da competição.

O time comandado por Simeone garantiu a vaga em um dos grandes jogos da história do clube, eliminando o Liverpool em Anfield com uma vitória por 3x2 na prorrogação. A última partida com torcida nesta edição da Champions, foi a última do Atleti antes da parada devido à pandemia, mas não foi muito diferente do que vimos da equipe depois do retorno.

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Ainda mais reforçado

Antes da parada, o Atlético de Madrid era sexto na tabela de classificação do Campeonato Espanhol e estava fora da zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões. O time colocou como objetivo encerrar o campeonato na terceira posição e conseguiu.

Foram 11 jogos, sete vitórias e quatro empates e Simeone, pelo oitavo ano consecutivo, colocou este Atleti na próxima Champions. A equipe encerrou a temporada nacional reforçada. O time melhorou a pontaria, chegando a quase dois gols por jogo e segue sendo uma defesa sólida, com um gol sofrido a cada duas partidas.

Novatos que respondem

Apesar do Atlético de estar passando por uma temporada de transição, Simeone tem conseguido extrair o máximo da maioria das novas contratações.

- Renan Lodi faz sua primeira temporada no Atleti e é novato mais utilizado por Simeone na temporada. Único lateral-esquerdo de origem no elenco, ele passou por altos e baixos na temporada, mas desde a vitória sobre o Liverpool no Metropolitano, quando foi eleito o melhor jogador em campo, ganhou confiança. Lodi foi titular nos oito jogos do Atlético nesta Champions.

- Felipe, o zagueiro que também faz sua primeira temporada na equipe, foi o único colchonero na escalação dos melhores jogadores de LaLiga elaborada pelo jornal Marca. Fundamental no sistema defensivo da equipe, ele se lesionou no retorno do futebol, mas já está recuperado e pronto para voltar a ser importante.

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- Marcos Llorente, o herói de Anfield. O volante, que foi reconvertido em atacante por Simeone, tem sido decisivo nesta reta final da temporada. Na Inglaterra, entrou em campo e marcou dois gols para o Atleti seguir vivo na Champions. Desde Anfield, Llorente participou de oito gols do Atleti, com quatro tentos e quatro assistências. Hoje, é o jogador mais determinante da equipe.

Na contramão dos demais, está João Félix. O atacante foi a contratação mais cara da história do Atlético de Madrid, porém o novato que menos apareceu nesta temporada. Com as expectativas muito elevadas e precisando se adaptar a uma forma diferente de jogar, o atacante de 20 anos sofreu com as lesões e foi o jogador mais substituído por Simeone até aqui na temporada. Marcou oito gols e deu duas assistências em 35 jogos.

Jogo a jogo

O goleiro Jan Oblak e os meias Koke e Saúl são os pilares deste Atlético de Madrid. Os três voltaram bem após a parada e seguem sendo a base do time. Além deles, Simeone também conseguiu recuperar jogadores que podem ser decisivos na Liga dos Campeões.

 

Diego Costa marcou três gols e deu duas assistências em dez jogos após a parada. Nos sete meses anteriores, havia marcado duas vezes e dado três assistências. Além do centroavante, Simeone também recuperou a melhor versão de Yannick Carrasco. O belga, que estava jogando na China, voltou emprestado ao Atlético de Madrid no início do ano e tem sido um dos jogadores mais utilizados pelo técnico argentino desde então. Nos últimos 11 jogos, participou de dez.

Nome do Atlético de Madrid desde que assumiu o comando do clube há mais de 8 anos, Diego Pablo Simeone está mais experiente em Liga dos Campeões e espanta o favoritismo.

“No final das contas, as pessoas são as mesmas: as que exageram ou te desprestigiam. Como eu me isolo dos extremos, só me concentro no que comentei depois do sorteio. Jogamos contra uma equipe veloz, que ataca e que faz uma temporada muito boa”, afirmou. O técnico argentino se mantém em sua filosofia de jogo a jogo e evita pensar em qualquer outra coisa que não seja o Leipzig.

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