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Olimpíadas

Hugo Calderano revela segredos que o tornaram o 5º melhor mesatenista do mundo

Ele chorou muito após a derrota nas quartas de final das Olimpíadas, em julho, mas logo viu o choro transformar-se em sorrisos: cerca de dois meses depois, foi campeão da etapa do circuito mundial do WTT Star Contender Doha

Hugo chegou até às quartas de final nas Olimpíadas de Tóquio 2021
Hugo chegou até às quartas de final nas Olimpíadas de Tóquio 2021 - JUNG YEON-JE (AFP via Getty Images)

Por Larissa Carvalho

O Brasil é o país do futebol, certo? Mas que tal dizermos que ele também é do vôlei, do basquete, da natação... E do tênis de mesa? Ou ping-pong, como é popularmente conhecido nas brincadeiras brasileiras. Somos também o país desse esporte pois lá no topo do mundo, entre os cinco melhores, está o carioca Hugo Calderano, de 25 anos. Campeão do WTT Star Contender Doha — etapa do circuito mundial WTT — em setembro, ele é a grande promessa de medalha olímpica para os Jogos de Paris em 2024.

Acho que tem várias coisas que precisa fazer ou ter pra chegar aos melhores do mundo. O esporte não é tão popular no Brasil, então foi uma surpresa conseguir chegar ao TOP5", diz Hugo.

Em quinto lugar, ele divide o topo com três chineses, que estão nos primeiro, segundo e terceiro lugares, e um japonês, em quarto. A hegemonia asiática, principalmente chinesa, é perceptível nas competições da modalidade. Nascido em um país com pouca tradição no esporte, Hugo revela que o diferencial dele para ter conquistado esse lugar é o "estilo de jogo mais agressivo, muito forte", somado à "parte física e criativa".

Ele já representou nosso país por duas vezes em Olimpíadas. Primeiro, na Rio 2016, na qual avançou até às oitavas de final. "Eu sabia na época que seria muito difícil brigar por uma medalha, eu estava por volta dos 50 do mundo, mas consegui chegar um pouco perto, isso me deu bastante confiança."

Hugo chegou até às oitavas de final na Rio 2016 | Getty Images
Hugo chegou até às oitavas de final na Rio 2016 | Getty Images

Cinco anos depois, foi a vez dele avançar às Olimpíadas de Tóquio, competição na qual chegou até às quartas de final. A derrota foi de virada para o alemão Dimitrij Ovtcharov, que tirou os dois sets a zero que Hugo havia aberto inicialmente.

A primeira reação de todo mundo quando se toma uma virada é pensar que foi a parte psicológica, mas eu tava muito bem na parte mental também. Acho que foi mais mérito do alemão, que também é muito forte. Quando você chega às Olimpíadas sempre tem dois grandes jogadores, um de cada lado, e os dois tentando ganhar. Não é só ‘um protagonista e o outro só vai ganhar se você não fizer seu trabalho’, o outro também está querendo ganhar e tá fazendo de tudo pra virar a partida."

Hugo precisou ser consolado após a derrota de virada nas quartas de final dos Jogos de Tóquio | Getty Images
Hugo precisou ser consolado após a derrota de virada nas quartas de final dos Jogos de Tóquio | Getty Images

Mas logo depois, apesar de toda a comoção que a perda leva a um atleta, Hugo obteve uma "virada de chave" impressionante. Em setembro, foi campeão individual do WTT Star Contender Doha, torneio mundial do tênis de mesa.

Sentir a dor da derrota é muito importante para o desenvolvimento como atleta."

"No Qatar, consegui usar a preparação que fiz para os Jogos de Tóquio, estava muito bem fisicamente e taticamente. Por mais que eu tenha tirado umas semanas de férias, eu consegui manter um nível muito alto no meu tênis de mesa", completou ele.

Hugo exibe o troféu de campeão da WTT Star Contender Doha | Reprodução/Instagram
Hugo exibe o troféu de campeão da WTT Star Contender Doha | Reprodução/Instagram

Agora em um novo clube, o Orenburg, da Rússia, ele irá disputar a Champions League. Não a Champions que você já está acostumado a assistir na telinha da TNT, mas sim, a do tênis de mesa. No entanto, assim como no futebol, a competição dos mesatenistas também é de altíssimo nível, com isso, Hugo já mira na experiência que irá adquirir para o próximo desafio olímpico.

Embora grande favorito à medalha olímpica em Paris, ele prefere manter o psicológico distante das pressões externas:

O mais importante é que eu jogo por mim, não jogo pela minha família nem pelo povo brasileiro, eu jogo por mim. Então, se eu ganhar, ninguém vai ficar mais feliz do que eu, se eu perder, ninguém vai ficar mais decepcionado do que eu. Isso pode dar uma aliviada no peso se você carrega uma torcida inteira nas suas costas."

Ser atleta é estar submetido constantemente a desafios, pressões e dificuldades, o que podem acabar tirando o prazer da prática esportiva. Por isso, Hugo faz questão de reforçar que sempre tenta se divertir enquanto treina e também deixa um conselho aos pequeninos que, assim como ele, sonham em um dia praticarem o tênis de mesa:

Um conselho que eu daria é pra tentarem se divertir ao máximo, acho que no início isso é o mais importante. Quanto mais você se diverte, mais você vai melhorar."

Que Hugo Calderano possa deixar um legado às futuras gerações, e que possamos ver, em 2024, o país do futebol sorrir, também, com o tênis de mesa.

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